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Preciso ser uma empresa grande para me internacionalizar? A resposta das Born Globals

por Pethra Ubarana (Relações Internacionais/UFPB) publicado 27/12/2023 12h23, última modificação 27/12/2023 12h23
Colaboradores: Profa. Márcia Paixão (Departamento de Economia/UFPB)

Preciso ser uma empresa grande para me internacionalizar?

 

A resposta é não!

 

A internacionalização é almejada por muitas empresas como meio de expandir seus mercados. Com a intensificação dos processos de globalização nas últimas décadas, o mundo se tornou um ambiente interconectado, com distâncias cada vez menores, de mudanças constantes e intensas. Junto com o mundo, o mercado também mudou e a maneira como as empresas se inserem no plano internacional. Tem-se um cenário crescentemente mais competitivo, interdependente e dinâmico, no qual a sobrevivência de negócios também passa, muitas vezes, a depender da capacidade de expandir seu mercado e a produção para além das fronteiras.

 

 

Essas mudanças proporcionaram o surgimento de um novo modelo de empreendedorismo, as empresas Born Globals. Segundo Moraes Silva (2011), Born Globals, ou empresas de internacionalização precoce, são pequenas ou médias empresas que, desde sua fundação ou seus primeiros anos, se engajam e empreendem no plano internacional. E esse novo modelo traz consigo uma série de oportunidades de crescimento para negócios locais que decidem inovar, mas também pode representar uma ameaça potencial para aqueles que não estão prontos para acompanhar as mudanças nas tendências de mercado.

 

Precisamente, além de uma capacidade de alcançar mercados mais variados, as empresas que decidem por tornarem-se Born Globals têm demonstrado um perfil altamente competitivo e um grande potencial de crescimento, conferindo a elas um diferencial frente às empresas que se limitam ao mercado doméstico, sendo espaços propícios à inovação e crescimento econômico.

 

Ainda segundo o autor, alguns fatores fazem diferença no processo de criação de uma empresa Born Global, relacionados tanto à estrutura interna empresarial e à preparação do empreendedor, quanto ao ambiente institucional em que elas surgem e se desenvolvem. São fatores como: a) o preparo do empreendedor em nível técnico e em adquirir experiências de negócios e educação no exterior, visando um maior entendimento de estratégias e habilidades necessárias para atuar nesse novo mercado como resiliência ao assumir riscos; b) um diferencial da empresa no que diz respeito à criação de produtos inovadores, bem como um constante esforço por estar inserido numa rede de negócios com outras empresas já atuantes no mercado global; c) a estrutura da própria indústria quanto a possuir cadeias de suprimentos globais; d) a ação do governo de prover políticas públicas de incentivo à internacionalização.

 

É importante que empresas que desejem iniciar seus negócios tornando-se internacionais desde o princípio estejam abertas e aptas para adquirir amplo conhecimento técnico em suas áreas e no mercado internacional, além de conhecer profundamente seus próprios mercados e produtos, focadas em seus consumidores. Empresas que conseguem atingir esse patamar, também necessitam construir boa reputação e autoridade em seus respectivos nichos de atuação.

 

Outro fator que coloca empresas Born Globals à frente de seus concorrentes é a habilidade que estas possuem em utilizar tecnologias mais avançadas em seu processo de produção, bem como a tecnologia da informação e da internet a seu favor, para fortalecer parcerias e estabelecer novas pontes de networking. Inovação é a palavra chave que define essas empresas.

 

Para Moraes Silva (2011), é justamente por esse espírito inovador que as Born Globals conseguem trazer crescimento não apenas para si, mas para as economias de suas regiões e países, ao incentivar outras empresas e tornar os mercados mais prósperos com constantes progressos e melhoramentos na produção.

 

As Born Globals se mostram não apenas como uma tendência do momento, mas como um possível modelo novo de negócios para pequenas e médias empresas rumo a uma economia mais dinâmica e integrada.

 

 

REFERÊNCIA

 

SILVA, D. Internacionalização Born Global: perspectivas para um novo modelo de desenvolvimento das empresas nacionais. In: IPEA - I Circuito de Debates Acadêmicos, 2011, São Paulo. Anais eletrônicos... Brasília: IPEA, 2011.