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Estudantes da UFPB são premiados em Congresso de Imagem Cardiovascular

FONTE: UFPB
publicado: 12/08/2022 10h53, última modificação: 12/08/2022 10h53

Matéria da UFPB: www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/estudantes-da-ufpb-sao-premiados-em-congresso-de-imagem-cardiovascular

Os estudantes da Universidade Federal da Paraíba Genilton de França, do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM), Israel Solha, graduando em Engenharia Mecânica; e Ewerton Freitas de Medeiros, estudante da graduação em Medicina, foram agraciados com o 1º lugar no Prêmio Jonas Talberg durante o 11º Congresso Brasileiro de Imagem Cardiovascular, ocorrido em julho, em São Paulo.

Os estudantes foram reconhecidos pelo trabalho “Medição Automática de Valva Mitral a Partir de Ecocardiograma Utilizando Processamento Digital de Imagens”, que contou com a orientação do Prof. Marcelo Cavalcanti Rodrigues, do Departamento de Engenharia Mecânica do Centro de Tecnologia (CT) da UFPB, e coorientação do Prof Marcelo Dantas Tavares de Melo, do Departamento de Medicina Interna do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPB.

Também foram autores do artigo premiado José Carlos de Lima Júnior, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPB; Alex dos Santos Félix, mestre em ciências cardiovasculares e Fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia; e Andre Luiz Cerqueira de Almeida, do Departamento de Imagem Cardiovascular de São Paulo.

Durante o congresso, os pesquisadores apresentaram uma aplicação desenvolvida para utilizar as ferramentas de engenharia no auxílio à área da saúde. A aplicação nomeada Software de aquisição de dimensões de valvas mitrais foi desenvolvida como projeto de mestrado de Genilton de França, que também é servidor na Divisão de Seleção e Provisão (DSP/PROGEP) da UFPB, aluno do doutorado no PPGEM e pesquisador junto ao Grupo de Pesquisa em Integridade e Inspeção (GPII).

Genilton explica que o objetivo do software é automatizar a determinação da área de máxima abertura de valvas cardíacas mitrais, por meio da aplicação de processamento digital de imagens em exames de ecocardiograma, desenvolvendo um algoritmo aberto com leitura de vídeo no formato avi, permitindo a determinação de áreas de forma automática.

Na atualidade, o procedimento de determinação da área de abertura de valvas ainda é realizado de forma manual e depende da experiência dos cardiologistas e de softwares específicos, conforme explica o estudante de medicina Ewerton Medeiros.

“A imagem é uma das técnicas que é utilizada na ecocardiografia para se medir áreas, o que é a planimetria. O que acontece é que hoje em dia o ecocardiografista tem que fazer o contorno da área à mão, da melhor forma que ele conseguir. Então, diferente da tomografia ou ressonância magnética que o resultado é fornecido automaticamente, o ecocardiograma depende da experiência do profissional de escolher o melhor posicionamento e a melhor seleção da área, e a aplicação tecnológica desenvolvida faz isso automaticamente”, disse Ewerton.

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Ainda de acordo com Ewerton, o software desenvolvido facilita a realização de exames em caso de arritmia cardíaca, já que a tecnologia consegue determinar a maior área de abertura das valvas a partir de uma série de frames de vídeo, diminuindo a possibilidade de erros de resultados de exames em pessoas que possuem alterações no ritmo dos batimentos cardíacos.

Uma das principais aplicações observadas pelos pesquisadores é para realização de exames das áreas de abertura e fechamento da valva mitral em pacientes com estenose, um estreitamento da abertura que obstrui o fluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo no coração.

De acordo com Genilton de França, o trabalho teve início no segundo semestre de 2019 e levou aproximadamente dois anos. Para o desenvolvimento do projeto os principais passos foram a coleta de exames de ecocardiograma em vídeo, que foram realizados pelo Prof. Marcelo Dantas Tavares e por Alex dos Santos; e submissão do projeto ao Comitê de Ética, para utilização dos exames e o desenvolvimento do aplicativo.

“A partir de linguagem de programação Python, utilizamos as ferramentas de processamento digital de imagem, para selecionar automaticamente a região de interesse e calcular a área de máxima abertura valvar. Os exames de ecocardiograma foram salvos no formato de vídeo”, disse França.

O trabalho teve como foco a realização de ecocardiogramas 3D transesofágicos, que avaliam doenças valvares de forma mais acurada. Os principais resultados do projeto foram o desenvolvimento de um aplicativo de fácil utilização, automatização da determinação e do cálculo da área de máxima abertura valvar, redução do tempo necessário para a identificação desse parâmetro e possibilitar um exame de mínimo risco para o paciente além de um diagnóstico mais preciso.

De acordo com Genilton, todos os resultados obtidos pelo aplicativo foram comparados com as medições originais de profissionais da área. Para ele, a premiação no 11º Congresso Brasileiro de Imagem Cardiovascular, organizado pelo Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, foi um reconhecimento estimulante.

“Foi muito bom porque mostrou que estamos no caminho certo para ajudar ainda mais a área da saúde com o desenvolvimento de novas tecnologias. Esse é um projeto que está em constante estudo e atualização porque agora no doutorado estou aprimorando-o”, explicou.

Para Ewerton Medeiros, participar de um projeto que desenvolveu um produto inovador e ser vencedor de uma premiação nacional, sendo ainda aluno da graduação, é gratificante. “O principal é que você percebe a importância de trabalhar com pessoas que têm habilidades diferentes porque essa complementação é muito importante, então eu acho que as diversas pesquisas seriam muito beneficiadas com essas diferentes contribuições. Juntar a tecnologia com a medicina foi um dos pontos principais e me deixa feliz”, disse o estudante.

A Reitoria e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFPB parabenizam os discentes pela conquista que além de engrandecer a Instituição, estimula a pesquisa e a inovação.    

O aplicativo foi registrado junto à Agência UFPB de Inovação Tecnológica (INOVA) como programa de computador e já teve pedido de registro de patente iniciado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

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Reportagem: Elidiane Poquiviqui
Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação