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CAMUFLAGEM

O processo de criação em artes visuais envolve uma complexidade de interações entre o sujeito que cria, o entorno e os materiais que são plasmados durante o ato criativo. Para além dos exercícios matéricos, cabe ao artista refletir e amadurecer sua poieses. Durante a formação acadêmica no campo das artes visuais, a experimentação caminha pari passu com a reflexão poética.
publicado: 12/10/2016 22h06, última modificação: 23/10/2016 14h59

 

   CAMUFLAGEM

                                                Robson Xavier - Curador

                                                                   Outubro 2016

 O processo de criação em artes visuais envolve uma complexidade de interações entre o sujeito que cria, o entorno e os materiais que são plasmados durante o ato criativo. Para além dos exercícios matéricos, cabe ao artista refletir e amadurecer sua poieses. Durante a formação acadêmica no campo das artes visuais, a experimentação caminha pari passu com a reflexão poética.

Willian Macêdo quando aluno do Curso de Graduação em Artes Visuais da UFPB já apresentava uma formação inicial como autodidata, trabalhava com pinturas de painéis decorativos em instituições comerciais e elaboração de letreiros. Seu mergulho no processo criativo e a aproximação com as práticas contemporâneas começaram a se configurar a partir das disciplinas de projeto artístico I e II, sua preocupação inicial foi com a paisagem e a conservação ambiental, reverberando na produção de uma pesquisa sobre a presença quase fantasmagórica da mata atlântica no Campus I da UFPB.

As relações estabelecidas a partir do cotidiano da comunidade acadêmica no Campus I, da relação pessoa-ambiente, da forma que os resquícios da mata atlântica foram cercados e enjaulados e que parecem sombras ameaçadoras a urbanização do campus, foram o mote inicial deste trabalho.

Posteriormente levado por uma questão emocional, Willian Macêdo foi convidado a pintar o corpo de uma amiga, que estava com sérios problemas de saúde, para um ensaio fotográfico. O processo ocorreu no Parque Arruda Câmara (Bica), integrando a paisagem ao corpo humano por meio da pintura o artista encontrou seu foco de pesquisa visual, a camuflagem.

A camuflagem é um recurso presente na natureza, diversos animais utilizam a homocromia ou mimetismo modificando a aparência externa do seu corpo via modificação pigmental para se confundir com o ambiente e/ou a homotipia, quando o corpo apresenta a aparência de elementos presentes em determinado contexto ambiental. Os seres humanos utilizam desde a mais remota antiguidade o recurso da camuflagem, como no uso de roupas e acessórios camuflados pelas forças armadas ou a anamorfose (deformação visual das imagens) utilizada desde o período medieval na produção de imagens.

Após uma pesquisa documental e imagética, Willian Macêdo fez o levantamento de diversos artistas contemporâneos que trabalham com camuflagem em suas poéticas, passando a incorporar a “pintura corporal” e a “fotografia digital’ por meio da ilusão ótica em seus próprios trabalhos. Sua poética em processo demonstra um potencial considerável como pesquisa em artes visuais, descrita no TCC “camuflagem na arte contemporânea: meios e processos” defendido em 2016 na UFPB. Esta exposição apresenta um recorte da experimentação desenvolvida pelo artista como trabalho final de curso. A Pinacoteca UFPB convida toda a comunidade a vivenciar e descobrir os processos da camuflagem.