Violência no relacionamento

Curso de extensão oferece palestras com foco na prevenção à violência durante o namoro 

E se o amor mandasse uma mensagem para os jovens, qual seria? A estudante do oitavo período de psicologia, Dayanne Benício, acredita que o recado diria que o amor não machuca. “O amor não é obsessivo, violento e abusivo. É completamente o oposto disso”, enfatiza a jovem. 

Dayanne é bolsista do projeto “Quando é amor só quem bate é o coração: Promovendo a prevenção da violência no namoro de jovens”, que está ofertando o curso de extensão “E se o amor te mandasse uma mensagem, qual seria?”, iniciado no último dia 10 deste mês e que segue até 21 de setembro. 

O intuito do projeto,  é capacitar jovens na identificação de comportamentos abusivos/violentos no relacionamento íntimo e tem como foco a prevenção à violência no namoro. Para isso, uma das propostas é ofertar aulas síncronas onde serão discutidos temas acerca dos tipos de relacionamentos, tipos de violências, como identificá-las e estratégias de prevenção e combate à violência. As palestras serão ministradas pela coordenadora do projeto, Patrícia Fonseca (Departamento de Psicologia, CCHLA/UFPB) e pela doutoranda Jerssia Fonseca.

A primeira edição do curso aconteceu ano passado. Dayanne conta que para a equipe do projeto é perceptível o desenvolvimento dos participantes ao longo do curso. “Muitos iniciaram o curso sem saber da existência dos tipos de violência e ao final das palestras já demonstravam saber identificá-las tanto na vida como também nos filmes e séries que consomem”, comenta a bolsista. 

Um dos participantes da edição passada foi Denis Teixeira, 22, estudante de jornalismo, que já passou por experiências abusivas durante um relacionamento. “Não fiquei com raiva na hora, mas hoje eu vejo que foi uma forma de violência”, reflete. 

O estudante destaca a dinâmica do curso que permite que os participantes comentem sobre suas experiências dentro de relacionamentos violentos e lembra um aprendizado importante que teve sobre a forma que a violência está inserida num relacionamento homoafetivo é diferente de como ela se apresenta em um relacionamento heterossexual. 

Para Denis, o curso contribuiu para que ele entendesse que qualquer pessoa pode vivenciar uma situação abusiva dentro de um relacionamento. “Você pode estar vulnerável ou num momento de insegurança e acabar vivenciando essa situação, ninguém está livre disso, por mais seguro que seja. Então o curso me ajudou a lembrar disso e entender que você pode sair desse relacionamento, assim como ele também nos auxilia a encontrar apoio e como buscar ajuda”, conclui. 

No total, 70 participantes se inscreveram para participar da atividade de extensão. Os interessados podem ainda acompanhar os conteúdos produzidos e compartilhados no instagram do projeto (@ext.amor) que abordam diversos assuntos relacionados ao tema.

Reportagem de Aléssia Guedes (Bolsista PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.