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Serviço Social e extensão
Para além da teoria
Para além da teoria
Nas turmas do curso de Serviço Social as alunas se deparam com diversos problemas sociais e estudam diferentes realidades. É um curso que desenvolve no corpo discente a capacidade de perceber as questões que atingem a população.
“A formação do serviço social tem um caráter bastante crítico, somos direcionadas a desenvolver uma perspectiva que desnaturaliza aquilo que observamos e isso nos proporciona uma nova visão diante dos problemas que existem na própria sociedade, passamos a observar de maneira muito atenta”, explica Nayra Fidelis, estudante do quinto período do curso.
Nessa perspectiva, a extensão universitária se torna um espaço para ampliar a compreensão da realidade e permite que os alunos entrem em contato com as experiências práticas de sua futura profissão.
Para Nívia Pereira, professora do Departamento de Serviço Social (DSS/CCHLA), é característica da extensão elaborar ações que estreitam os laços e também a relação político-social entre a Universidade e a sociedade. “É uma experiência que consegue, a partir da sua perspectiva centrada na educação popular, ter o ensino e a pesquisa como elementos estruturantes da sua ação, o que possibilita o acesso a uma formação voltada também para o diálogo direto com a sociedade através dos projetos”, resume a docente.
Exemplo dessa aproximação entre estudante e área de atuação é a experiência de Nayra, que atualmente é voluntária na extensão. “O projeto nos possibilita articular a sala de aula com a realidade fora dela, interagir com a sociedade e população, observar demandas e perceber necessidades que vão além daquilo que temos no ensino teórico”, comenta a estudante.
O projeto do qual participa Nayra, “Referenciamento nos Serviços de Proteção e na Rede de Acolhimento na Paraíba: atendimento interprofissional online às famílias em tempos de pandemia”, é coordenado por Elisângela Inácio, do Departamento de Serviço Social (DSS/CCHLA). A professora acredita que a extensão agrega possibilidades tanto para as estudantes quanto para a sociedade.
“A extensão possibilita a aproximação de estudantes com as demandas da sociedade, fortalece o papel da Universidade junto à comunidade local, desperta os extensionistas para a vida social e traz ganhos propositivos para formação acadêmica e profissional", avalia Elisângela Inácio.
É o que notamos no depoimento de Bianca Marques, estudante do sétimo período de Serviço Social. “Eu vejo os projetos de extensão como um instrumento acadêmico que abre caminhos para diversas possibilidades, eles me ensinaram coisas importantíssimas que vão para além dos conhecimentos de sala de aula. São experiências incríveis e valiosas que levarei comigo para o resto da vida”, elogia.
Bianca é bolsista no projeto “Acolhimento e Orientação: a contribuição da CoMu para as ações de enfrentamento à violência contra as mulheres”, coordenado por Joseane Leite, assistente social do Comitê de Políticas de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres na UFPB (PROEX/UFPB).
O intuito da extensão é dar assistência às mulheres em situação de violência. O projeto atende tanto as residentes universitárias dos quatro campi da UFPB quanto as mulheres do Acampamento Rural Antônio Cândido, em Goiana-PE. Com a extensão, Bianca está entrando em contato com experiências que a ajudarão na profissão.A estudante também ganha experiência com a elaboração de conteúdos sobre acolhimento e orientação voltados para as mulheres em situação de violência.
Extensão multidisciplinar
Além dos benefícios da extensão para a comunidade, outro fator interessante é como ela permite a interdisciplinaridade entre os saberes da Universidade. Nívia, professora e extensionista, conta que o projeto “As mulheres ocupam às praças” vai ser executado em Bananeiras, com a participação de professoras e alunas do Campus III.
"É fundamental pensar a forma como a extensão nos permite trabalhar de uma perspectiva multidisciplinar, ampliando as áreas de conhecimentos que vem somar, contribuir e coordenar as ações”, enfatiza.
A professora ainda ressalta a necessidade da UFPB consolidar a lei que trata da curricularização da extensão, ou seja, a incorporação da extensão nas atividades que são obrigatórias no ensino superior, o que fará com que todos os alunos saiam da Universidade tendo passado pela experiência da extensão.
Por fim, destaca a importância de dar visibilidade à produção de conhecimento que é fruto da extensão. "Na condição de extensionista, aposto muito na extensão como um elemento fundamental e indispensável no processo de formação de estudantes de serviço social e também de todos os outros cursos”, conclui a docente.
Reportagem de Aléssia Guedes (Bolsista PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.