Pesquisas dos Docentes
CONSUMO DE CONTEÚDOS JORNALÍSTICOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DE PLATAFORMAS DIGITAIS E PERFIS PSICOLÓGICOS
Coordenador: Luis Augusto de Carvalho Mendes
Descrição: O fazer jornalístico na atualidade tem sido cada vez mais pautado pela convergência das mídias e a mobilidade. No processo de produção de notícias, o jornalista do século XXI desempenha seu trabalho cercado de aparatos tecnológicos que o colocam diante da necessidade de elaborar e distribuir informações para o consumo instantâneo operado na internet e a partir de dispositivos móveis (como smartphones e tablets). Neste aspecto, as redes sociais tornaram- se um lugar fecundo para a aquisição de informações por parte de um público que se apropria das mídias para estabelecer novas formas de consumo e de relacionamento com as notícias e os canais de informação (portais de notícias, blogs, redes sociais etc).
O presente projeto se insere no contexto da convergência midiática que reconfigura as práticas de produção, distribuição e disseminação de conteúdos jornalísticos com foco na utilização das tecnologias e plataformas comunicacionais digitais, além de verificar a influências das variáveis psicológicas (ou perfis individuais), neste caso, os valores humanos e as atitudes frente ao Facebook, no processo de mediação comunicativa no ciberespaço.
A finalidade do trabalho é o estudo dos perfis de consumo de conteúdos jornalísticos nas mídias digitais, considerando as tecnologias e plataformas comunicacionais e as características psicológicas envolvidas no processo, com o intuito de criar um panorama nacional das principais tendências digitais e orientar tanto os profissionais de mercado como os usuários para a melhor utilização destas ferramentas.
Considera-se como a problemática principal deste projeto compreender quais são as atuais tendências de utilização das mídias digitais, considerando os equipamentos e as plataformas disponíveis para a comunicação digital, além da análise da influência das variáveis psicológicas envolvidas neste processo de escolha, neste caso baseado nos valores humanos e nas atitudes.
ACESSIBILIDADE NO JORNALISMO LOCAL E REGIONAL: MONITORAMENTO DOS PORTAIS ONLINE
Coordenadora: Joana Belarmino de Souza
Descrição: O projeto reúne as pesquisas mais recentes realizadas pelo Grupo de Pesquisas em Jornalismo, Mídia, Acessibilidade e Cidadania, Gjac, assim como se associa às ações do Observatório Paraibano de Jornalismo. Envolve pesquisas desenvolvidas na graduação e no PPJ/UFPB, investigando a qualidade da acessibilidade em portais locais e regionais, como também a qualidade da acessibilidade em agregadores de notícias e dispositivos móveis usados por pessoas cegas, surdas e ensurdecidas. Em outro eixo, atualiza estudos sobre hábitos de consumo de notícias por pessoas com deficiência, apoiando também, trabalhos voltados para a acessibilidade em mídias específicas, a exemplo do telejornalismo. O lastro conceitual do projeto envolve a acessibilidade, a inclusão e a cidadania.
QUESTÕES ÉTICAS NA PRÁTICA DO JORNALISMO PARAIBANO
Coordenador: Laerte José Cerqueira da Silva
Descrição: O jornalismo passa por mais uma profunda mudança na forma, na prática e processos de reconstrução dos fatos. Transformações sociais, econômicas e tecnológicas sempre forçaram este movimento. E, apesar de parecer perder o protagonismo informacional para os livres canais de produção, distribuição e compartilhamento de conteúdo, na mão de qualquer cidadão, o jornalismo profissional ganha ainda mais importância. Isso ocorre porque, mais do que nunca, o cidadão, em busca de informações corretas, espera que a atividade jornalística tenha como proa a ética, base de sustentação da credibilidade. Os dilemas por sua vez só aumentam em meio às pressões por audiência eletrônica e virtual, disputa pela atenção, rapidez na apuração, pressões políticas, organizacionais e econômicas. A proposta deste trabalho é verificar como e quais conflitos éticos estão mais presentes na atividade de jornalistas profissionais paraibanos nesse novo momento de transformações e formas de produção. Bem como entender, o que sustenta o conceito de ética jornalística para eles. Para alcançar nosso objetivo, vamos fazer entrevistas semiestruturadas como profissionais de televisão, rádio e portais (de grupos e de jornalistas autônomos) e blogs e analisar reportagens que, por ventura, forem apontadas pelos profissionais como produtos de conflitos éticos estabelecidos nas redações. Esperamos com esse trabalho aprofundar o conhecimento sobre as questões éticas presentes na prática diária dos jornalistas paraibanos e promover a reflexão com discentes do programa.
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO NORDESTE NO TELEJORNALISMO BRASILEIRO
Coordenador: Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior
Descrição: O projeto tenta identificar pistas a partir dos processos e as práticas sociais jornalísticas no cotidiano das redações na produção das notícias e reportagens que elaboram e produzem enquadramentos que contribuem para estabelecer algumas representações sociais da realidade do nordeste do País.
A televisão brasileira inaugurou na década de 1970 uma hegemonia sobre os demais meios e plataformas da mídia brasileira que se mantém até hoje. É a principal forma de informação da sociedade. Ao longo destes praticamente 50 anos a informação televisão influenciou de uma certa forma hábitos sociais, a cultura, a política e os modos de perceber o mundo dos cidadãos e cidadãs do Brasil. Os telejornais ocupam um espaço relevante forma com a qual percebemos e organizamos o mundo tanto cognitivamente como socialmente.
Os telejornais realizam enquadramentos do real, seleções, exclusões, contextualizações e recontextualizações de fatos dentro das regras e normas do campo do jornalismo que muitas vezes deixam de fora aspectos importantes do local e do regional privilegiando aqueles que a Direção de Jornalismo da Central Globo de Jornalismo no Rio de Janeiro entende ser a representação do nordeste brasileiro com base numa cultura construída em cima de estereótipos e preconceitos.
O resultado desse processo são que as informações televisivas, as representações, as imagens transmitidas vão contribuir para a construção de uma parte da realidade social, deixando de foram outra tão ou mais importante do que aquela que foi transmitida.
AS MULHERES PARAIBANAS NO PODER MUNICIPAL E SUAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
Coordenadora: Gloria de Lourdes Freire Rabay
Descrição: Avaliar a participação da mulher no processo eleitoral de 2012, na Paraíba. Analisar as estratégias de comunicação das mulheres paraibanas na campanha eleitoral de 2012. c) Conhecer o perfil das prefeitas paraibanas nos mandatos 2008/12 e 2013/16 d) Mapear quem são os eleitos e eleitas ao poder executivo municipal e Câmaras de Vereadores, nas eleições de 2012, na Paraíba, a partir de dados dos tribunais eleitorais; e) Analisar, com base nos dados do TSE, percentuais de participação feminina na composição das candidaturas no estado.
AS NOVAS LINGUAGENS JORNALÍSTICAS E AS TRANSFORMAÇÕES NOS PROCESSOS MIDIÁTICOS
Coordenadora: Ana Lucia de Medeiros Batista
Descrição: Se a mediação marcou os processos comunicacionais no Século XX, a circulação de informações ocupa papel relevante nas relações entre indivíduos da sociedade e a mídia do Século XXI. O avanço tecnológico e o fluxo global de informação passam a ser experimentados com contundência e imediatez (RESENDE, 2018). No contexto de uma sociedade em midiatização, com características interacionais, observa-se a hibridização nos gêneros jornalísticos, audiovisuais, literários. Esses cruzamentos provocam a construção de novos processos relacionais e comunicacionais (BRAGA, 2017). Interessa compreender que acionamentos são estabelecidos nessas novas operações e as implicações que vêm sendo elaboradas nesses processos de circulação de informações, cujos protagonistas participam como coprodutores nesses sistemas de relações que fazem a sociedade acionar as suas diferenças em novos processos interacionais.
AS TRANSFORMAÇÕES NO TELEJORNALISMO PARAIBANO
Coordenadora: FABIANA CARDOSO DE SIQUEIRA
Descrição: Desde que foi criada em 1950 no Brasil, a televisão tem passado por transformações tecnológicas e isso vem afetando as rotinas produtivas dos telejornais. Mas foi só a partir dos anos 2000 que as indústrias passaram a produzir, em larga escala, equipamentos de gravação no formato digital, que poderiam ser utilizados por emissoras de televisão na produção de seus conteúdos jornalísticos. Atualmente, não são apenas as filmadoras que registram imagens. Qualquer cena pode ser gravada por aparelhos de celular ou máquinas fotográficas digitais. Este ano, imagens captadas por celular mostraram os atentados em Bruxelas, na Bélgica, que deixaram mais de trinta mortos. Em 2015, imagens de celular também permitiram a visualização de como foram os atentados em Paris, que ocorreram em vários pontos da capital da França. São imagens que, só por mero acaso, seriam captadas por emissoras de televisão. Apenas iriam ao ar pelas lentes dos cinegrafistas profissionais, se eles estivessem passando por aquele local e se deparassem com o fato. Tendo em vista a participação crescente de conteúdos audiovisuais que não são produzidos nem por agências de notícias ou produtoras e nem por profissionais das redações, o que se pretende descobrir são os impactos dessa nova relação entre os jornalistas e o público nas rotinas produtivas dos telejornais, tendo como enfoque os valores-notícia empregados pelos profissionais de telejornalismo para selecionar o material produzido por pessoas que não são do meio jornalístico. A pesquisa vai ser realizada tendo como público-alvo os editores de texto, editores- chefes e produtores, que participam, diretamente, do processo de seleção de notícias nas seguintes emissoras: TV Cabo Branco, TV Manaíra, TV Correio e TV Arapuan. Esses profissionais foram escolhidos porque estão envolvidos no processo final de planejamento e na rotina diária de decisão do que vai ser exibido nos telejornais. Diante dos objetos de estudo, aqui delimitados, tem-se como problema de pesquisa a seguinte formulação: quais são os critérios de escolha dos formatos das notícias aplicados ao material enviado por coprodutores e o que motiva os profissionais de telejornalismo a exibi- los? Os coprodutores são entendidos, neste estudo, como sendo integrantes do público. São pessoas que assistem e agora também participam do processo de produção dos telejornais, mas de outra forma, colaborativa. Os coprodutores não desempenham a função de jornalistas, mas de produção de informações visuais (fotografias) ou audiovisuais (vídeos). São pessoas que possuem equipamentos de gravação digital para uso pessoal.
CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE DA PRODUÇÃO JORNALÍSTICA NA REGIÃO NORDESTE
Coordenador: LUIZ CUSTODIO DA SILVA
Descrição: Objetiva investigar a importância da teoria da construção social da realidade para o jornalismo e, em especial, como os critérios de noticiabilidade incidem sobre o processo de produção jornalística da mídia impressa, eletrônica e digital no contexto paraibano e nordestino.
DINÂMICAS E DIÁLOGOS DO JORNALISMO EM AMBIENTES MULTICÓDIGOS: LINGUAGENS, TECNOLOGIA E CIDADANIA
Coordenadores: PEDRO NUNES FILHO E ZULMIRA NOBREGA DE PIVA CARVALHO
Descrição: Os critérios de noticiabilidade não interessam apenas aos pesquisadores de comunicação e jornalismo, mas dizem respeito a todas as áreas do conhecimento e aos mais diversos segmentos sociais. Repensar antigos e novos valores-notícia e os processos para a escolha do que deve ser noticiado é uma possibilidade de contribuir para avanços nas abordagens teóricas e metodológicas para a produção jornalística contemporânea, notadamente nos contextos regionais. Dessa forma, a pesquisa em pauta tem como objetivo analisar os fatores e variáveis que interferem no processo de construção das notícias e reportagens nos jornais impressos de João Pessoa (União e Correio da Paraíba) e do Recife (Diário de Pernambuco e Jornal do Comércio), especificamente no tocante aos valores e critérios de noticiabilidade no atual contexto da sociedade.
JORNALISMO E CIDADANIA: AS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PARA O CIBERATIVISMO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Coordenadora: JOANA BELARMINO DE SOUSA
Descrição: O projeto aborda as redes sociais, com pesquisa no twitter, onde se verifica o contraagendamento das lutas sociais das pessoas com deficiência e o impacto dessas ações no agendamento jornalístico.
NARRAR (NARRATIVAS JORNALÍSTICAS E PROCESSOS PRODUTIVOS)
Coordenadora: SANDRA REGINA MOURA
Descrição: Esta pesquisa tem por objetivo fomentar o debate sobre as narrativas jornalísticas e os processos produtivos que envolvem histórias de vida, subjetividades e escrita de si, grande-reportagem, livro-reportagem, jornalismo literário, perfis e biografias. Busca refletir sobre a construção de narrativas jornalísticas em meios convencionais e plataformas digitais.
NARRATIVAS COM TECNOLOGIAS MÓVEIS EM VÍDEOS DE 360 GRAUS: REALIDADE VIRTUAL IMERSIVA E INOVAÇÃO NO JORNALISMO
Coordenador: FERNANDO FIRMINO DA SILVA
Descrição: A proposta investiga a construção das narrativas de vídeos em 360 graus no jornalismo a partir da perspectiva da Realidade Virtual Imersiva procurando compreender as implicações em termos de características inovadoras de linguagem e de formatos de produção. Para tal, o estudo levará em consideração o contexto de convergência jornalística e de mobilidade a partir das tecnologias móveis digitais e das multiplataformas enquanto agregadores para distribuição de conteúdo. Compreende-se que a inovação é um aspecto a considerar nas produções visando o desenvolvimento de novos modelos de negócios e formatos para o jornalismo. As estratégias metodológicas constituem-se de mapeamento exploratório para aproximação do estado do fenômeno, além de observação. Por se tratar de um fenômeno em movimento, mutável, a investigação explorará, preliminarmente, um corpus constituído por casos representativos do tema como The New York Times, ABC News, The Guardian a partir da análise de reportagens nacionais e internacionais elaboradas com base na apropriação da linguagem em formato de vídeo 360 graus e de dispositivos móveis. A abordagem teórico- metológica envolverá métodos móveis (BÜSCHER; URRY, 2009) e Teoria Ator-Rede (LATOUR, 2005) com perspectiva exploratória. Espera-se que os resultados da pesquisa contribuam, em termos de impacto científico, para a categorização das novas narrativas de natureza imersiva e com os processos de inovação tecnológica no jornalismo. O projeto faz parte da Chamada Universal MCTI/CNPq No 01/2016.
O IMPACTO DAS AGÊNCIAS DE FACT-CHECKING NAS ORGANIZAÇÕES JORNALÍSTICAS EM TEMPOS DE FAKE NEWS
Coordenadora: SANDRA REGINA MOURA
Descrição: Esta pesquisa procura dar ênfase aos estudos sobre o impacto das agências de fact-checking, que surgem nos Estados Unidos, mas que se espalham por todo o mundo, com repercussões em todos os continentes. Neste estudo, a análise se centraliza no uso dessas plataformas digitais, notadamente em países como a Espanha e o Brasil. A relevância deste trabalho consiste em analisar as mudanças ocorridas nas rotinas produtivas das organizações jornalísticas a partir do uso dos sites de verificação do discurso público, como ferramenta para combater a proliferação de fake news que circulam nas Redes Sociais, na Internet. É cada vez mais evidente que as agências de fact-checking são tendências que se movem no mercado dos meios. Busca-se, assim, verificar as mudanças na práxis dos jornalistas, na apuração e agendamento das notícias, o perfil dos profissionais e os critérios de seleção dos fatos a serem verificados para os ambientes midiáticos.
TELEJORNALISMO E MEMÓRIA NO NORDESTE
Coordenadora: ZULMIRA NOBREGA PIVA DE CARVALHO
Descrição: No campo do jornalismo, na atualidade, existem muitos estudos que levam em consideração as rotinas produtivas, as mudanças no campo profissional provocadas pelo uso das novas tecnologias, entre outros aspectos. São pesquisas que têm uma grande relevância por permitir observar o contexto atual da atividade jornalística e por vislumbrar as mudanças que estão em curso. É um olhar centrado no agora e no futuro do jornalismo. Quando observamos, especificamente, os estudos de telejornalismo, isso fica ainda mais evidente. Há muitas lacunas que precisam ser preenchidas, especialmente, quando olhamos para o passado. No Nordeste, por exemplo, há poucas pesquisas que se dedicam a estudar o que havia antes mesmo da instalação das emissoras locais. Em muitos estados nordestinos, a cobertura era feita por emissoras regionais. É o caso da Rede Globo Nordeste, que pertence à Rede Globo, e que quando surgiu, há 45 anos, cobria, entre outros estados, a Paraíba. Repórteres e cinegrafistas sediados no Recife, em Pernambuco, eram enviados para cidades paraibanas para realizar reportagens. Isso costumava ocorrer no período anterior a criação da TV Cabo Branco, em João Pessoa, e da TV Paraíba, em Campina Grande, fundadas em 1987 e 1986, respectivamente. Pouco se sabe sobre essa cobertura televisiva. Este projeto foi elaborado justamente para buscar respostas para a seguinte pergunta: Como e de que forma o Estado da Paraíba era retratado antes de 1986 pela Rede Globo Nordeste? O objetivo geral é analisar e resgatar a história do telejornalismo na Paraíba antes d o surgimento de emissoras de televisão afiliadas da Rede Globo, no estado, para identificar quais eram as principais temáticas abordadas, repórteres envolvidos, cidades retratadas. Além desse objetivo geral, traçamos objetivos específicos, entre eles: compreender as rotinas produtivas envolvidas na cobertura de notícias na Paraíba antes do surgimento das primeiras emissoras afiliadas da Rede Globo no estado; conhecer qual era o aparato tecnológico envolvido na produção jornalística da Rede Globo Nordeste no período anterior a fundação da TV Cabo Branco e da TV Paraíba e entender como ocorria o envio das reportagens feitas na Paraíba para a emissora sediada no Recife; resgatar, catalogar e copiar as reportagens realizadas na Paraíba, pela Rede Globo Nordeste, antes de 1986 e que se encontram, hoje, no acervo da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, e também arquivadas na própria emissora. Trata-se de um estudo cuja finalidade principal será obter informações importantes da história da televisão na Paraíba, que ainda não foram estudados. A pesquisa a cerca do tema e o resgate do material exibido do período anterior a 1986 permitirão lançar novos olhares sobre o telejornalismo realizado aqui. Além disso, servirão para futuros trabalhos acadêmicos, uma vez que a intenção é fazer com que o acervo fique mais próximo e disponível para os pesquisadores que residem na Paraíba. Queremos disponibilizar as reportagens televisivas do período anterior a 1986 (que hoje estão na Rede Globo Nordeste e na Fundação Joaquim Nabuco, ambos no Recife) à Universidade Federal da Paraíba, por meio do Núcleo de Documentação e Info rmação Histórica Regional (NDIHR), Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc), Programa de Pós-Graduação em Jornalismo e Departamento de Jornalismo. É um projeto que poderá beneficiar diversos pesquisadores, não apenas os que estão relacionados diretamente a ele, tendo em vista que os resultados ficarão disponíveis depois para todos que desejarem fazer estudos na área de telejornalismo, no futuro. Possibilitará descobrir, por exemplo, como a temática da seca era abordada, como era a cobertura na Paraíba durante o período da ditadura, entre outras questões, que poderão surgir a partir da análise do material reunido por esse estudo.
TEORIA DO JORNALISMO E METODOLOGIA DE PESQUISA EM JORNALISMO
Coordenadora: PAULA DE SOUZA PAES
Descrição: O projeto intitulado “Teoria do Jornalismo e metodologia de Pesquisa em Jornalismo” prevê a realização de diferentes atividades, como seminários (teóricos - metodológicos e temáticos) e palestras, buscando a participação de alunos, professores da área e, ainda, de profissionais das mídias regionais e nacionais. O objetivo é propor uma formação transversal à formação contemplada pelo Programa de pós-graduação. Em 2018, o projeto organizou o evento científico chamado “III Jornada de Produção de Pesquisa do PPJ 2018” com o objetivo de consolidar os debates e reflexões sobre as pesquisas em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba. Desde 2015, o programa abre para discussão os projetos de pesquisa dos discentes. Os trabalhos são inscritos na área de concentração Produção Jornalística, com linha de pesquisa em Processos, Práticas e Produtos. A Jornada contou com a participação de cerca de 30 mestrandos que foram avaliados pelos professores do Programa, como o Professor Colaborador do Mestrado Profissional em Jornalismo, Antônio Fausto Neto (Unisinos/UFPB) e o professor Silvano Bezerra (UFMA/UFPB). Para 2019, prevê-se a realização de: Seminários sobre Metodologia Científica: serão abordadas as diversas formas de conhecimento da realidade (o científico, o religioso, o filosófico e o senso comum) e as particularidades do conhecimento científico. Conhecimento e método nas ciências sociais ; a relação entre teoria, método, técnica e instrumentos ; as formas de produção, organização e exposição do trabalho científico e normas técnicas da ABNT. Seminário sobre « Métodos e objetos em Comunicação e Jornalismo » que mobilizará referenciais teórico-metodológicos nacionais e internacionais da pesquisa em jornalismo. Baseia-se sobretudo numa ética de investigação: a aprendizagem de métodos de busca por informação, a reflexão sobre a prática do campo através da reportagem, a aquisição de uma autonomia de julgamento do estudante sobre os fatos e o respeito por esses fatos serão enfatizados. São seminários de investigação que atribuirão grande importância aos ângulos jornalísticos, principalmente por ser uma das principais dificuldades identificadas pelos jornalistas em atividade. A este respeito, aulas dialógicas-expositivas sobre método e escrita científica fornecem ferramentas concretas que os mestrandos poderão utilizar ao longo da sua vida profissional. Prevê-se também incentivar os alunos a participar de eventos científicos e a publicação de artigos em revistas da área. Seminários temáticos ou mini-cursos que tem por objetivo contribuir para o conhecimento histórico do jornalismo (a emergência da profissão, desenvolvimento e organização da profissão) e o ensino de ética jornalística (códigos, textos, leis). E contribuir para o conhecimento do ambiente profissional para entender a lógica e os desafios, incentivando os alunos a refletir sobre suas práticas profissionais. As atividades propostas visam à diversidade temática, porém, concentra-se nos novos desafios relacionados ao digital e ao webjornalismo, como o faz várias escolas de jornalismo tanto no Brasil, quanto no exterior como na França[1]. Consideramos essencial fomentar o debate sobre as práticas jornalísticas emergentes na Internet, dando continuidade ao I Simpósio Nacional Jornalismo Profissional e o Ensino Universitário na Era da Convergência: Práticas Processos e Produtos realizado na Universidade Federal da Paraíba, em novembro de 2017. Busca-se reforçar essa dinâmica de reflexões e debate que dá um lugar primordial para se pensar sobre processos como “convergência”; o datajournalism e as novas modalidades de escrita da Web.
JORNALISMO EXPANDIDO E IMAGINÁRIO: EXPERIÊNCIAS AUDIOVISUAIS NO INSTAGRAM
Coordenadora: PATRICIA MONTEIRO CRUZ MENDES
Descrição: O presente projeto está ancorado nas relações entre Jornalismo e Imaginário, entendendo-os como formadores de modos de ver, produzir e consumir os dispositivos comunicacionais. Partindo da sociologia compreensiva, utilizamos as noções de imagem e imaginário em Michel Maffesoli (2012) e Gilbert Durand (2011), respectivamente, como base teórico-metodológica, compreendendo a produção audiovisual e o Instagram como tecnologias do imaginário. Para isso, propõe-se uma investigação do telejornalismo como um produto cultural expandido, no contexto da convergência midiática (JENKINS, 2009) e da convergência jornalística (SALAVERRIA; NEGREDO, 2008). Esta análise se dará ao percorrer as experiências estéticas operadas pelos telejornais noturnos JPB 2ª edição (TV Cabo Branco) e Jornal da Correio (TV Correio), por meio do perfil das emissoras e das apresentadoras no aplicativo. Este projeto de pesquisa evidencia, portanto, as transformações no modo de fazer jornalismo a partir da expansão para as telas de dispositivos móveis, o panorama do telejornalismo expandido na Paraíba e o uso do aplicativo Instagram como uma manifestação visual da imagem e do imaginário contemporâneo.
LABORATÓRIO DE PESQUISA SOBRE HISTÓRIA, PROFISSIONALIZAÇÃO, PRÁTICAS E IDENTIDADES DO JORNALISMO
Coordenadora: PAULA DE SOUZA PAES
Descrição: O Laboratório de pesquisa sobre história, profissionalização, práticas e identidades do jornalismo aspira ser um espaço de reflexão e intercâmbio sobre o jornalismo e, principalmente, sobre as práticas e identidades de todos os que fazem jornalismo no Brasil e, principalmente, na Paraíba. Em um primeiro momento, as atividades se concentrarão na Paraíba e Pernambuco. As atividades buscam: • estabelecer a relação entre a pesquisa acadêmica e o mundo profissional; • produzir conhecimento direcionado sobre as transformações das identidades do jornalista (repórter, design, editor de vídeo, editor de imagem; multimídia, blogueiro, jornalista cidadão etc.) e das rotinas; • criar uma base de dados de arquivos relacionados ao jornalismo na Paraíba e Pernambuco. Duas dissertações defendidas conseguiram reunir entrevistas com jornalistas que atuam no impresso (Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco) e na TV (dos programas Correio Verdade, Cidade em Ação, Fala Cidade e Tambaú da Gente). • Realizar uma espécie de “dicionário” biográfico de jornalistas da imprensa paraibana (com extensão para outras mídias, como tv e rádio); • Contar a história do jornalismo na Paraíba desde sua profissionalização através dessa base de dados; • Reunir e digitalizar documentos e arquivos (publicações de sindicato de jornalistas; imprensa satírica etc. ). Em um segundo momento, a base de dados pode se dividir em temáticas que servirão para a criação de outros produtos, como: • Enquete apenas sobre mulheres jornalistas (histórico, biografia, participação em sindicatos); • Observatório sobre desinformação (ações; políticas públicas); • Propor ateliês ou oficinas sobre jornalismo em escolas, com a parceria de outros departamentos da própria Universidade; • Realizar uma análise de discurso aprofundada de uma temática em específico como a questão migratória no Nordeste, por exemplo. Quais palavras circulam sobre esse tema ? Essa atividade pode ser realizada interdisciplinarmente com o departamento de Letras (LEA, projeto MOBILANG) da UFPB com a criação de um Observatório a ser alimentado por alunos de graduação e pós-graduação do curso de Jornalismo da UFPB. A realidade social também é linguística, portanto, importante convidar o leitor, qualquer que seja sua opinião, a questionar constantemente os enquadramentos da percepção da realidade social.
LIVRO-REPORTAGEM: PROCESSO, PRÁTICA E PRODUTO
Coordenador: LUIZ CUSTODIO DA SILVA
Descrição: A produção de livro-reportagem vem avançando nas últimas décadas em razão das dificuldades e crises registradas pelas empresas jornalísticas sobreviverem na construção do que denomina jornalismo em profundidade. Os mais diversos temas estão servindo de inspiração para o aprofundamento de reportagens que dão sustentação a ampliação da realidade, de forma contextualizada, através de novas formas de circulação de produtos jornalísticos. As reportagens ampliadas em livros vem alcançando progresso na evolução das técnicas e estratégias narrativas, ampliando novos rumos investigativos na identificação de temas e conteúdos relevantes no processo de leitura e construção da realidade como forma de produção do conhecimento na sociedade contemporânea. O jornalismo praticado na produção de livro-reportagem tem múltiplas funções sociais, educativas e culturais, revelando novos processos narrativos além daqueles expostos pelos estudiosos americanos, europeus, latino-americanos e brasileiros. Esse jornalismo inspirado nas concepções de civismo, cidadania, comunitarismo e tantas outras concepções políticas e epistemológicas comprometidas com a participação e desenvolvimento da sociedade, ainda são estratégias eficazes na construção e geração de projetos que possam fortalecer a esperança para uma vida melhor dos segmentos em processo de exclusão social. A presente pesquisa preocupa-se com os novos valores e temas que possam ocupar etapas inovadoras que contribuam para novos olhares por parte das novas gerações de jornalistas comprometidos com as mudanças e transformações da sociedade atual. Essa produção deve pensar fundamentalmente no processo de formação cultural comunicacional, educacional, política, cientifica. Objetiva, especialmente, promover ampla discussão/reflexão junto aos artistas eruditos e populares, ativistas midiáticos, produtores culturais, lideranças comunitárias, entre outros segmentos sociais, elementos inovadores para a construção de novos valores e critérios noticiosos para a elaboração de livro-reportagem na sociedade contemporânea para mostrar os problemas, desafios e perspectivas que possam contribuir para o desenvolvimento cultural e artístico dessas manifestações nos contextos regionais.
JORNALISMO BIOGRÁFICO E GÊNERO
Coordenadora: GLORIA DE LOURDES FREIRE RABAY
Descrição: Ao longo da história as mulheres foram subjugadas e impedidas de exercer plenamente sua cidadania, movimentar-se e atuar no espaço público. As histórias das mulheres tendem a ser apagadas e ou esquecidas por serem consideradas desinteressantes como objetos de biografias e perfis jornalísticos. Isto pode ser percebido pelo pequeno número de biografias femininas em diversas plataformas quando comparado ao número de biografias masculinas. Através do debate sobre jornalismo biográfico, este projeto tem como objetivo geral discutir como certos critérios de noticiabilidade, muitas vezes inconscientes, tem cristalizado valores patriarcais e sexistas. Pretende-se analisar a produção biográfica sobre as mulheres ou personagens não heteronormativos, publicada pelas grandes editoras nacionais, na última década, e os modos como essas histórias foram narradas. Além de um apanhado quantitativo, será utilizada análises de discurso e de conteúdo. Parte-se do pressuposto que o jornalismo tem desprezado ou ao menos tratado como de segunda categoria personagens históricos de relevância a partir de critérios de noticiabilidade sexistas e de gênero. Além disso, pensa-se que, embora, algumas vezes, essas histórias de vida tenham sido contadas os critérios que pautaram foram informados por noções essencialistas sobre o feminino e o masculino. Analisar através das obras biográficas de mulheres, escritas por jornalistas, no século XXI, quais os enfoques e as estratégias narrativas reforçam (ou não) os pressupostos de gênero e como os atributos sociais masculinos e femininos são utilizadas quando se narra as vidas humanas, em especial das mulheres, já que o gênero marca o modo como os/as sujeitos/as se inserem no mundo social e político.