Notícias
Crivador
Crivador
Crivador s.m. é um “membranofone com pele única e aberto, de formato tubular e cilíndrico” 2.1.1.2.1.1.1. (Hornbostel; Sachs, 1914), utilizado no Tambor de crioula, “(...) uma dança marcada por fortes traços africanos, na qual uma roda de mulheres baila diante da parelha de três tambores (grande, meião e crivador) tocados por homens. ” (IPHAN, 2005, p. 09 apud RAMASSOTE, 2007). O Crivador, tambor “(...) com tom agudo, entra com outro ostinato, tocado no meio dos espaços dos ritmos do meião e, juntos, criam um ciclo repetitivo” (MENEZES, 2007). Dependendo da região, o crivador também pode ser chamado de "tambor pequeno" (COSTA, 2004), "pererenga" (FERRETTI; RAMASSOTE; BARROS; CORDEIRO;. COSTA; MENDONÇA; MOTA, 2006), "pererengue" (PACHECO, 2013), "pererengo, merengue" (FERRETTI, 2006), "pererenga, perereca e quereré" (ALVARENGA, 1948 apud FERRETTI, 2006).
O tambor de crioula é uma manifestação bem forte no maranhão, isso não significa que necessariamente essa manifestação surgiu lá, com bem afirma Costa (2004), “Dizer que o tambor é uma dança genuinamente maranhense é um certo equívoco, (...). Mas o nome e o formato, isto sim, é peculiar; é maranhense.” Costa (2004) também afirma sobre a origem do tambor de crioula, “Não há uma história certa, dentre as inúmeras que existem, do surgimento do Tambor de Crioula. Para alguns integrantes de grupos, era uma festa realizada para comemoração da libertação (alforria) de um escravo, além de servir como protesto descontraído diante da condição de opressão na qual viviam os negros. Há quem diga que o Tambor surgiu logo nas fugas dos escravos, que ao se refugiarem nos quilombos, criaram a dança para animar as noites de liberdade restrita. Eram os chamados macumbeiros. ” (COSTA, 2004).
Os tambores do Tambor de Crioula passam por um mesmo processo de construção, clique aqui para acessar o verbete do "Meião" com o relato do Marcelo Silva do Tambor Punga da Ilha sobre do seu processo de construção dos tambores.
No tambor de crioula, o crivador é quem fornece o contraponto ao toque feito pelo meião, sendo ele o tambor que da o pique à dança. Como bem afirma Manhães (2012), “Este tambor mais fino e com proporções menores que a do meião, repinica sob o som dos outros dois tambores, se encaixa no improviso do tambor grande e fica dentro da pulsação do meião.” Portanto, entendesse que o crivador tem uma grande importância para a dança e consequentemente para a manifestação do Tambor de Crioula.
Lucas B. Potiguara
Referências
COSTA, Rogério. Cultura Popular: Tambor de Crioula em Links e Sites. Revista Internacional de Folkcomunicação, v. 4, n. 7, 2004.
MANHÃES, Juliana Bittencourt. A PUNGA DO TAMBOR DE CRIOULA NO MARANHÃO: ESPAÇO DE MEMÓRIA, RITUAL E ESPETÁCULO. UNIRIO. Disponível em:< manhaes. ju@ gmail. com. manhaes. ju@ gmail. com Disponível em: http://www. Ufrb. edu. br/ebecult/wpcontent/uploads/2012/04/A-punga-do-tambor-de-crioula-no-Maranh% C2% 8Bo-espac% C3% 8C% C2% A7o-de-memo% C3, v. 83, p. C3. 2012.
DE MENEZES, Ulpiano T. de Bezerra. PARECER SOBRE A PROPOSTA DE INCLUSÃO DO TAMBOR DE CRIOULA NO REGISTRO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO PELO IPHAN. Revista Pós Ciências Sociais, v. 4, n. 7, 2007.
RAMASSOTE, Rodrigo Martins. Notas Sobre o Registro Do Tambor De Crioula: da pesquisa à salvaguarda. Revista Pós Ciências Sociais, v. 4, n. 7, 2007.
Fonografia
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2Sb9sozxxBY>. Acesso em 15 jul 2019.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tUVeuYvscvA>. Acesso em 15 jul 2019.