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Mbaraka

Violão guarani

Violão de cinco cordas utilizado em aldeias indígenas. Cordofone composto, sendo um alaúde com braço colado e ressonador em forma de caixa.
publicado: 20/04/2021 20h00, última modificação: 29/08/2021 23h09
Mbaraka (violão guarani) ao lado de outros instrumentos indígenas

Mbaraka (violão guarani) ao lado de outros instrumentos indígenas

Mbaraka s. m. Segundo Almeida e Pucci, trata-se do violão de cinco cordas utilizado nas aldeias Mbya Guarani, que ganha este nome por ser utilizado como o idiofone maracá, com função de manter o pulso sonoro. Podemos classificá-lo, de acordo com a tabela MIMO (Montagu, 2011), como 3.2.1.3.2.2. Isso significa que se trata de um cordofone composto, sendo um alaúde com braço colado e ressonador em forma de caixa. Tem uma afinação distinta do violão urbano e, embora muitos estudiosos apontem para uma grande lacuna de cordofones entre os povos originários, indígenas mbya relatam a existência do instrumento antes da chegada dos portugueses: o instrumento era feito a partir da casca de tatu e suas cordas de fibra de palmeira trançada, sendo posteriormente substituídas por pelos de macaco e, hoje, por náilon. É um instrumento considerado sagrado, utilizado em acompanhamento de práticas religiosas, e cada uma das cinco cordas representa uma divindade guarani: Tupã (Ñanderu Tenondé), Kuaray, Karaí, Jakairá, e Tupã Mirim (ou sua possível substituta Takua Werá, a representação feminina). O violão também tem sido utilizado, com função harmônica, por jovens Huni Kuin do Acre em cerimônias religiosas do cipó Huni Meka, assim como em cultos evangélicos. (ALMEIDA, PUCCI, 2017, p)



Referências:

Ficha Catalográfica

PUCCI, Magda; ALMEIDA, Berenice. Cantos da floresta: iniciação ao universo musical indígena. São Paulo: Peirópolis, 2017.

 

Referências audiovisuais:

Disco Ñande Reko Arandu - (2000) Memória Viva Guarani