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Viola dinâmica

Cordofone composto, ou seja, o suporte das cordas e o ressonador forma um todo integral, indissociável. Alaúde com braço colado: o cabo é acoplado ao ressonador em forma de caixa. Este modelo possui ressonadores metálicos que modificam o timbre do instrumento.
publicado: 20/04/2021 20h00, última modificação: 26/08/2021 01h52

Viola dinâmica s. f. É uma viola tradicionalmente utilizada no nordeste. De acordo com o sistema de classificação apresentado por Montagu, atualizado pelo projeto MIMO, podemos classificar a viola como 3.2.1.3.2.2. Isso indica que o instrumento é um cordofone composto, ou seja, o suporte das cordas e o ressonador forma um todo integral, indissociável. É um alaúde com braço colado, ou seja, o cabo é acoplado ao ressonador em forma de caixa; além disso, o plano das cordas corre paralelo à tábua de ressonância. O formato do ressonador é considerado como caixa [trapézio isósceles acinturado e sem arestas), com fundo chato. (ASSIS VALERIANO, p 18)

A viola sete bocas, como também é denominada (ASSIS VALERIANO, p 30), tem uma característica que a distingue dos outros modelos:

Possui um disco de metal, na parte interna, bem no centro maior do bojo maior do tampo. A vibração da corda é transmitida para uma peça de madeira circular e desta para um disco de alumínio em forma de cone, cuja base está em contato com o disco de madeira. O instrumento se apresenta com várias aberturas em forma de círculo denominadas de bocas ou ressonadores. (VIOLAS BRASILEIRAS, 2015, p. 25 Apud ASSIS VALERIANO, 2018, p 30-31)

Esse modelo de viola teria sido criado na década de 1940 pela fábrica DelVecchio, fundada em 1902, e teria sido tradicionalizado por violeiros repentistas por motivos ainda não muito bem definidos. Contudo, esta viola diferenciada, que apresentava um timbre mais “metálico”, uma estética peculiar e um maior poder de captação sonora, passou a ser produzida por luthiers nordestinos, diante da dificuldade de acesso ao modelo, sendo, desta feita, amplamente adotado pelos músicos da região. (ASSIS VALERIANO, p 30-31).

Os cantadores utilizam variações de afinação que apresentam as cinco ordens distribuídas da seguinte forma: “1ª, 2ª, 3ª e 4ª ordens de cordas simples (uma única corda) e a 5º ordem de cordas triplas (três cordas)”. Outra possibilidade de distribuição é: “1º, 2º, 3º ordens dobradas em uníssono, a 4º ordem simples e a 5º ordem de cordas triplas” São encontradas outras variações delas em outras manifestações culturais, como o bumba meu boi, cavalo marinho e capoeira.Os antigos violeiros do Reisado de Caraíba, em Garanhuns, denominavam a afinação diferenciada que utilizavam de Paraguaçu (ASSIS VALERIANO, p 20-22)

Afinação natural

Afinação Rio Abaixo Cebolão

 

Referencias audiovisuais:

Festival Violeiros do Brasil - Adelmo Arco Verde e Laís de Assis tocam viola dinamica

 

Referências:

ASSIS VALERIANO, Laís de. Adelmo Arcoverde e a viola nordestina na música instrumental de Recife. Universidade Federal da Paraíba: João Pessoa, 2018.