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UFPB testa ração de mandioca para produzir filé de peixe com menos gordura
O projeto "Uso de Farelo da Raiz Integral de Mandioca na Alimentação de Pangasius", da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), utilizará farelo de mandioca para desenvolver filé da carne de peixe-panga com baixo teor de gordura e mais cristalina.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora Alda Amancio, a ideia surgiu após uma conversa com o gerente de produção da empresa Aquavita, que produz ração para peixes.
“Ele relatou que os produtores do Rio Grande do Norte estão tendo problemas com a qualidade do filé da espécie Pangasius [conhecido popularmente como peixe-panga]. Os peixes estão acumulando gordura e ficando com o filé amarelado”, conta Alda.
O objetivo do projeto da UFPB é examinar se a troca do farelo de milho pelo de mandioca, na alimentação dos peixes, irá deixar a carne deles com menos gordura e o filé mais cristalino.
“O preço do filé de Pangasius é maior quando a carne está mais clara. Além disso, os produtores de mandioca da região poderão ter uma boa oportunidade para comercializar o produto. Em Guarabira, existe uma fábrica de ração para peixes que poderá absorver a produção”, destaca a professora.
Alda Amancio afirma que a escolha pela espécie Pangasius, considerado um peixe exótico, deu-se pelo fato de a carne dele ter relevante aceitação no mercado e apresentar vantagens significativas para a produção.
“Na Paraíba, a espécie só é permita em experimentos e a produção em escala comercial ainda não foi autorizada. Mas, no Rio Grande do Norte, já existem produtores de carnes dela. O Pangasius é um peixe originário da Ásia e possui carne macia e sem espinhas, geralmente comercializado em forma de filés”, explica a professora.
Segundo o projeto da UFPB, do ponto de vista zootécnico, o peixe-panga é uma excelente espécie para a aquicultura. Ele não necessita de altos índices de proteína na ração e tem o hábito alimentar onívoro, assim como a tilápia.
“O preço do filé de peixe está atrelado à cor da carne. Dessa forma, há a necessidade de fontes alternativas de ingredientes energéticos que não possuam caroteno [pigmentos coloridos] para substituir o farelo de milho”, distingue a professora.
Os experimentos do projeto serão realizados no Laboratório de Aquicultura, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias, campus de Bananeiras da UFPB. Além da professora Alda Amancio, a iniciativa conta com a pesquisadora Maria da Piedade Nero e o técnico do laboratório João Alberto Ferreira.
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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB