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UFPB realiza mapeamento genético de bactéria que causa meningite e infecções
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade de São Paulo (USP) estão realizando um sequenciamento genético da bactéria Streptococcus agalactiae, também conhecida como Estreptococos grupo B. O objetivo é contribuir com estratégias de prevenção de infecções causadas pela bactéria na Paraíba, a exemplo do desenvolvimento de uma vacina para gestantes.
O projeto foi um dos 10 selecionados – entre cerca de 140 propostas apresentadas – em um edital para pesquisas colaborativas realizadas com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), recebendo, das duas fundações, um aporte financeiro no total de aproximadamente R$ 266 mil.
Coordenador do estudo na UFPB, o professor do Departamento de Fisiologia e Patologia, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Vinícius Perez explica que a relevância do estudo sobre essa bactéria reside no fato de ela ter impacto tanto na saúde humana quanto na saúde animal. “Ela é causa de sepse e meningite em crianças, nos primeiros meses de vida, e causa de infecções em gestantes e puérperas. Em animais, é uma das principais causas de mastites em rebanhos leiteiros, que resultam em prejuízos para o bem-estar animal e para a produção leiteira, com impactos econômicos”, disse o pesquisador.
Com uma abordagem que leva em conta bactérias de origem humana e animal, observando as relações interespécies, o estudo está coletando bactérias de seres humanos e de animais de produção (vacas e cabras). A finalidade é caracterizar as bactérias por meio de um sequenciamento completo de genomas, para determinar a presença de genes para resistência a vacinas e antibióticos, bem como identificar os sorotipos existentes na Paraíba.
Outro objetivo da pesquisa é contribuir para os estudos de desenvolvimento de uma vacina hexavalente para seis sorotipos da bactéria. Estes estudos já estão em andamento e a expectativa é de que em três anos esta vacina esteja disponível para ser administrada em gestantes, revelou o coordenador.
“Esperamos fornecer informações que auxiliem na determinação dos antibióticos mais adequados para a prevenção das infecções por esta bactéria, gerar dados que permitam estimar o impacto da introdução da vacina hexavalente na redução de infecções estreptocócicas na Paraíba e prospectar vias adaptativas da bactéria posteriores à introdução da vacina”, concluiu Perez.
Na UFPB está sendo realizada a coleta das bactérias, os testes para determinação da resistência aos antibióticos e dos sorotipos, bem como será realizado o sequenciamento de alguns genomas. O sequenciamento genético completo e a análise dos dados para divulgação dos genomas será realizado pela equipe da USP, em 2022.
Com vigência até novembro de 2022, o estudo tem a colaboração, na Paraíba, dos docentes Celso Bruno de Oliveira, do Departamento de Zootecnia (Campus de Areia), e Lauro Santos Filho e Eloisa Campana, ambos do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPB. Na USP, a coordenação é da professora Ilana Lopes Baratella, do Instituto de Física de São Carlos.