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UFPB estreia programa no Youtube sobre perspectivas terapêuticas para Covid-19
A Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estreia nesta segunda-feira (4), às 19h, o programa “Ciência em casa”, em seu canal no YouTube, sobre perspectivas terapêuticas para Covid-19.
A convidada da primeira live é a pesquisadora Bagnólia Costa, professora de Farmacodinâmica do Departamento de Ciências Farmacêuticas, no Centro de Ciências da Saúde, no campus I, em João Pessoa.
O pró-reitor de Pesquisa Isac Medeiros explica que a ideia foi inspirada pelo aumento do uso desse recurso durante o isolamento social. Com nome sugestivo, o programa “Ciência em Casa” pretende também esclarecer controvérsias sobre medicamentos apontados como solução para a doença.
“Essa iniciativa é extremamente importante porque as pessoas estão sendo inundadas de informações sobre Covid-19 pela TV, Internet, até WhatsApp.
Então a ideia é trazer informações científicas sobre temas atualizados”, afirma o pró-reitor.
As lives terão duração de 45 a 60 minutos. Nos dez ou 15 primeiros, ocorrerá a apresentação do tema. Em segunda, os internautas poderão interagir com perguntas. Após o isolamento social, o programa terá continuidade, abordando outros temas.
Pesquisadora Bolsista de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na área de Farmacologia, Bagnólia Costa destaca a importância da iniciativa da Propesq.
“Tenho que parabenizar a Propesq pela ideia do programa, porque estamos vivendo um momento muito difícil com essa pandemia. A Covid-19 é uma doença muito nova. Só tem quatro meses e alguns dias. Até os especialistas no assunto, como infectologistas e epidemiologistas, sabem muito pouco sobre a infecção e tratamentos específicos para ela”, comenta.
Combate a Fake news
A professora Bagnólia Araújo adianta que, na live desta segunda-feira (4), falará sobre o que existe em termos de pesquisas em relação à Covid-19 e esclarecerá à população o que é fato e o que é notícia inverídica. “Têm saído muitas publicações científicas sensacionalistas e muitas fake news sobre o tratamento dessa doença”, analisa.
Bagnólia chama atenção para os riscos da automedicação, prática muito comum entre os brasileiros. “Nós estamos vivendo um problema sério no Brasil porque a população está indo às farmácias adquirir alguns medicamentos que não se tem nenhuma comprovação que vai servir para a Covid-19, como, por exemplo, a hidroxicloroquina, para artrite reumatoide, e a ivermectina, que é utilizada para combater carrapatos”.
Segundo a pesquisadora, há uma semana, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações [Marcos Pontes] fez alusão ao fato de que o Brasil tem a cura para Covid-19, porque encontrou substância que mata 94% dos vírus. “Estava se referindo a um antiparasitário, a nitazoxanida. Então o que está acontecendo é que todo mundo está indo atrás desses medicamentos”, alerta.
Ela lembra que há estudos mais avançados sobre o uso da hidroxicloroquina , mas que ainda não têm comprovação. Outro medicamento divulgado recentemente é um antiviral chamado remdesivir. “Na live, eu vou dizer o que tem em andamento de pesquisa para tratamento e vou chamar atenção sobre a automedicação com substâncias acerca das quais ainda não há dados científicos conclusivos de que poderiam ser usadas para tratamento da Covid-19”.
A iniciativa envolve professores, alunos, estagiários e servidores da Propesq. A segunda live, que será sobre o aspecto epidemiológico e de diagnóstico da Covid-19, está prevista para acontecer na quinta-feira (7). O horário ainda será definido em função da disponibilidade dos convidados. O cronograma do programa poderá ser acompanhado na página e no perfil da Propesq no Instagram e Facebook.
Ascom/UFPB