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UFPB e FUNASA elaboram Plano de Segurança da Água que beneficiará mais de 50 mil pessoas da Paraíba

publicado: 15/12/2022 19h32, última modificação: 16/12/2022 10h26
O projeto é desenvolvido por servidores e alunos do CTDR, CT e CCA da UFPB

Foto: Angélica Gouveia

Ao longo de toda esta quinta-feira (15) equipes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) estiveram reunidas na Reitoria da UFPB para apresentação dos resultados parciais do trabalho de elaboração de Planos de Segurança da Água (PSA) para 8 municípios paraibanos. O projeto é da Funasa e os trabalhos técnicos estão sendo realizados pela Universidade por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED).

O trabalho tem como objetivo garantir a segurança e qualidade da água para consumo humano e contribuir para a universalização do acesso à água potável no estado da Paraíba, e vem sendo realizado pela UFPB desde dezembro de 2021, com previsão de encerramento em maio de 2023. A UFPB está elaborando o Plano de Segurança de Água, apontando problemas e riscos com relação à segurança da água, as diretrizes para solução, bem como um aplicativo que reunirá todos os dados levantados e poderá ser utilizado pelos municípios na melhor gestão da qualidade da água.

Estiveram presentes a Vice-Reitora da UFPB, Profa. Liana Filgueira, os pesquisadores da UFPB Guttemberg Silvino do Departamento de Solos e Engenharia Rural (DCER/CCA), Raphael Moreira Beirigo (DSER/CCA), Vivian Stumpf Madeira (DSER/CCA) e Cristiano das Neves Almeida, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (DECA/CT), Maria Cristina Pereira, Técnica do Laboratório de Topografia e Geoprocessamento (CCA), e os estudantes membros da equipe técnica da UFPB. Também participaram da reunião Deborah Roberto, Diretora do Departamento de Saúde Ambiental da Funasa; Lucas Achaval, Consultor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS); Ludmila Menezes, Coordenadora Substituto da Segurança e Qualidade da Água para Consumo Humano da Funasa; e Roseane Batista, Chefe do Serviço de Saúde Ambiental da Funasa.

Na reunião foi apresentado todo o trabalho realizado em um ano de projeto, com entrega dos resultados das equipes. Além disso, o grupo da UFPB dialogou com a equipe da Funasa para identificar os dados que necessitam de complementação, bem como ouvir as sugestões do órgão para o encaminhamento de novas diretrizes e planejamento das próximas etapas de trabalho.

Deborah Roberto, da Funasa, disse que a UFPB foi escolhida para essa parceria pela expertise da Universidade em projetos relacionados a água e saneamento. A escolha dos municípios foi baseada em sistemas de abastecimento de água com a administração pública direta, na qual a própria prefeitura faz a distribuição de abastecimento da água.

A Vice-reitora da UFPB, Profa Liana Filgueira, é a coordenadora da equipe técnica da UFPB, que conta com 5 pesquisadores, 2 servidores técnicos e 8 estudantes da graduação e pós-graduação que realizam a pesquisa in loco nos municípios de Riachão do Poço, Alcantil, Itapororoca, São Domingos, Curral de Cima, Pedra branca, Alagoinha e Santa Cecília. A Funasa é financiadora do projeto.

De acordo com a Profa. Liana, o trabalho da UFPB para a criação do PSA para cada município envolve o levantamento de dados, identificação de toda a estrutura de abastecimento de água, análise da qualidade da água que está sendo levada para as casas e identificação em todo esse sistema de quais os possíveis riscos à segurança da água, em níveis que variam de baixo risco a muito alto.

“No final de nosso trabalho nós entregamos um relatório identificando todos os pontos de abastecimento de água desde o local onde a água é captada, sua estrutura, se há alguma possível contaminação pelo solo e uma matriz de risco, além de todo o levantamento de qualidade das águas e diretrizes de como solucionar os problemas. Esse PSA, ao ser aplicado, beneficiará mais de 50 mil pessoas”, disse a Profa. Liana Filgueira.

O trabalho é dividido em três equipes: Engenharia, Qualidade da água e Solos. A equipe de engenharia investiga a quantidade de água nos mananciais, realiza o geoprocessamento com a localização dos mananciais, e identifica todos os componentes do sistema de água de cada cidade, desde os mananciais, passando pela estação de tratamento das cidades que tenham caixa de distribuição, seguindo o caminho da água até as torneiras das residências.

O grupo identificou que há apenas duas cidades que contam com estação de tratamento da água. Desta forma, a população recebe a chamada água bruta, conforme captada no manancial, que pode ser de poços, açudes ou rios. O professor Guttemberg Silvino é um dos coordenadores da equipe de Engenharia e revela que o trabalho também consiste em identificar a quantidade de água disponível nos mananciais e oferecer formas para que os gestores possam acompanhar essa informação.

Renata Meira é aluna da graduação em engenharia química e participa como estagiária no projeto na equipe da Qualidade coordenada pela Profa Vivian Madeira. Ela explicou que a equipe realizou coletas em cada município para identificar a presença de metal, cor e turbidez, cloro residual nos municípios com água tratada, análise bacteriológica de coliformes totais e Escherichia coli que é um indicativo de contaminação fecal. As amostras foram tratadas no Laboratório de Cromatografia e Quimiometria Aplicada (LACQUA), no Centro de Tecnologia (CT) do Campus I da UFPB.

Aplicativo

Felipe Carvalho Lemos, aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGCAM), integra a equipe de Engenharia do projeto e é o responsável pelo desenvolvimento do aplicativo que já está 90% concluído.

A ferramenta vai reunir todas as informações levantadas pelas equipes do projeto para que os operadores dos sistemas tenham acesso a todas as informações de forma simples e rápida, tanto por computador como por celular, apenas com um clique em um poço, ou uma tubulação específica.

“Podem ser acessadas informações como diâmetro de poço, diâmetro de tubulação, traçado da rede tanto de distribuição como de adução, questão dimensional das caixas, de entrada, saída, frequência de limpeza dos reservatórios, tipo de poço, se o tubo do poço é geomecânico, toda a questão estrutural dos pontos tanto de poço, reservatório ou manancial, tudo o que foi levantado pela engenharia já está no aplicativo”, explicou Felipe.

De acordo com o professor Guttemberg trata-se de uma inovação que é um diferencial da UFPB com relação aos PSAs que estão sendo desenvolvidos em outros estados do Brasil.

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Reportagem: Elidiane Poquiviqui
Edição: Aline Lins
Fotos: Aline Lins
Ascom/UFPB