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UFPB divulga Programa Água Saudável criado para monitorar qualidade da água e prevenir contaminação

publicado: 19/06/2023 17h27, última modificação: 19/06/2023 18h47
Programa realiza, entre outras ações, monitoramento regular da água distribuída no Campus I

Fotos: Vinícius Vieira

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) divulgou, neste mês de junho, dados sobre a implantação do Programa Água Saudável na instituição. Esse programa, que começou pelo Campus I, mas poderá ser estendido aos outros campi da UFPB, consiste no monitoramento da água potável, implantação de metodologia de tratamento, investimentos em infraestrutura, além do fornecimento preventivo de água mineral e purificadores na residência universitária do Campus de João Pessoa.

Os trabalhos do programa começaram ainda em maio de 2022, com a reativação e limpeza dos poços dos reservatórios (enterrado e elevado) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) pela Superintendência de Infraestrutura (Sinfra). Em agosto daquele ano, no reservatório central, localizado nas proximidades do Restaurante Universitário, a Sinfra também realizou a substituição da tubulação de sucção da bomba e retirada de vazamentos.

No início de 2023, os trabalhos da Sinfra concentraram-se na desinfecção da água dos reservatórios central, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e do CCS. Foram executadas a instalação de novos cloradores e modificações nas tubulações e ajustes no funcionamento dos cloradores já existentes que permitiram o funcionamento integral, nos três reservatórios, de oito cloradores.

O reservatório central também ganhou melhorias, recebendo limpeza e desinfecção. No local foi reativado um poço, o que possibilitou ao reservatório central ser completamente abastecido pelas três estruturas existentes.

Neste ano, também no intuito de melhorar o tratamento da água fornecida à comunidade universitária, a Sinfra adquiriu novas pastilhas de tricloro isocianúrico (com 90% de cloro ativo) por meio de uma compra emergencial e transferiu o abastecimento dos cloradores dos reservatórios existentes na UFPB a uma empresa privada, além de ter realizado constantemente a retirada de vazamentos na rede de abastecimento e nos registros.

“O programa Água Saudável visa criar um programa institucional para que haja sempre segurança na água que nós utilizamos na Universidade. Por meio do programa, avaliamos toda a estrutura de abastecimento, realizamos o tratamento da água com novos insumos e equipamentos e monitoramos a qualidade da água, o que não havia antes. A partir disso, criaremos um histórico sobre a situação da água potável dentro do Campus I”, detalha a Vice-Reitora da UFPB, profa. Liana Filgueira.

As medidas adotadas foram apresentadas em reunião no último dia 13 de junho, na Residência Universitária do Campus I.

Monitoramento

Quanto ao monitoramento, as atividades iniciaram-se em novembro de 2022, imediatamente após a Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (Prape) ter sido demandada pela coordenação da Residência Universitária Mista (RUMF) com reclamações sobre a qualidade da água. Deste momento em diante, o acompanhamento vem sendo realizado continuamente pela equipe do Laboratório de Cromatografia e Quimioterapia Aplicada (LACQUA) da UFPB, sob a coordenação da Professora Vivian Stumpf Madeira.

Para realização deste acompanhamento, a Reitoria equipou o LACQUA com uma cabine de segurança microbiológica e também se encarregou do transporte dos membros do laboratório aos pontos de coleta.

“O que observamos é que, de forma esporádica e especialmente nas amostras coletadas no Bloco B da Residência Universitária, havia contaminação, mas o problema não está na qualidade da água que vem do poço. O poço principal que abastece a UFPB, de maior vazão, é profundo, tem 111 metros de profundidade, e a qualidade da água é boa, embora tenha dureza relativamente elevada”, explica a coordenadora do LACQUA.

Ainda segundo a Profa. Vivian, a água é captada, recebe o cloro e vai para o reservatório central. De lá, é enviada à residência por meio da rede. Ao chegar na residência universitária, a rede se divide em duas linhas. Uma vai abastecer o bloco A e a outra, o bloco B. Em cada bloco tem-se duas caixas d'água e bombas para a elevação e distribuição da água até os pontos de consumo (seja cozinha, banheiros, quartos e áreas comuns). A água pode chegar inadequada no ponto de consumo por introdução de águas poluídas na rede (sifonagem, redução de pressão, fissuras) ou ainda por poluições acidentais ou propositais.

Conforme esclarece a docente, a contaminação esporádica que ocorreu foi com coliformes totais, e não com a bactéria Escherichia coli (E.coli).

“Os coliformes totais estão presentes na água, no solo, nas plantas. Estes são diferentes dos coliformes fecais que, em relatórios de qualidade de água, são indicados pela quantidade de E.coli, uma bactéria que habita o intestino dos seres humanos e animais e, portanto, são indicadores de contaminação fecal da água”, explica.

Com relação à quantidade de cloro residual mínimo (0,2 mg/L), esta começou a ser atingida, em todos os pontos de coleta, após as ações de cloração empreendidas pela Sinfra.

Os três parâmetros - coliformes totais, E.coli e quantidade de cloro mínimo residual - , além das análises de pH, cor aparente e turbidez, são importantes na indicação da qualidade da água e seguem as especificações de referência da Portaria nº 888/2021 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Para as caixas d'água das Residências, estão programadas limpezas periódicas com frequência semestral. A próxima ocorrerá no final deste mês de junho, segundo a Prape.

O isolamento dessas caixas, cercamento, proteção dos poços e cloradores, além da impermeabilização dos reservatórios central e do CCS, são providências sugeridas pela equipe do LACQUA para evitar que eventos de contaminação esporádica, coliformes totais, venham novamente a ocorrer.

Enquanto o acompanhamento da qualidade da água segue acontecendo de forma concomitante à tomada de medidas para solucionar os transtornos, os residentes permanecem assistidos pela administração por meio de uma série de ações. Entre elas, a disponibilização preventiva e permanente de garrafões de água mineral para consumo humano.

De acordo com Adriano Valença, responsável pela administração das Residências Universitárias da UFPB em João Pessoa, são distribuídas semanalmente de 80 a 90 garrafões de 20L para o local. Além disso, nas áreas comuns das residências, foram instalados cinco purificadores a fim de fornecer água de qualidade para ser utilizada, entre outras atividades, no preparo de alimentos.

Rotina de Análises

As amostras são coletadas pelas manhãs. Os pontos de coleta estão no Reservatório Central, ao lado do RU, na Residência Universitária, sendo um ponto no Bloco A e outro no B, um no CCS e mais um no CCSA, totalizando cinco pontos.

Os pontos de monitoramento no campus I foram selecionados em função da existência de poços, da instalação de cloradores nos locais e de reservatórios. Futuramente, pretende-se fazer um novo levantamento para se verificar a necessidade de mais pontos para monitorar a qualidade da água distribuída no Campus de João Pessoa.

Diariamente são analisados nas amostras o pH da água e a quantidade de cloro residual. Semanalmente, além dos parâmetros mencionados anteriormente, são avaliados a quantidade de coliformes totais e E.coli, além da turbidez e da cor aparente. Os critérios analisados e sua frequência estão de acordo com os ditames da Portaria nº 888/2021, do Ministério da Saúde.

“A água com turbidez é aquela que tem sólidos em suspensão. Com relação a isso e também à cor aparente, nossas águas são ótimas, pois os poços existentes na Universidade são profundos e, quanto mais profundo, mais confinado está o aquífero, o que dificulta a contaminação pela ação do homem”, esclarece a professora.

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Reportagem: Vinícius Vieira
Edição: Aline Lins
Fotos: Vinícius Vieira
Vídeo: TV UFPB
Ascom/UFPB