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UFPB cria dispositivo com câmera infravermelho para diagnóstico de plantas
Um dispositivo portátil para análise de imagens capturadas em tempo real por câmeras infravermelho desenvolvido na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) permite, dependendo da adaptação realizada e do índice calculado, diagnosticar a saúde de uma planta, identificar objetos em ambientes escuros ou, até mesmo, detectar defeitos em máquinas, prevenindo possíveis falhas em motores.
A pesquisa foi desenvolvida pela egressa do Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI), Suzane Gomes, sob orientação do Prof. Alisson Brito, do Laboratório de Engenharia de Sistemas e Robótica (LASER), no Centro de Informática (CI).
“É um dispositivo desenvolvido para ser levado a campo, que analisa as plantas por meio do processamento de imagem capturada por uma câmera no dispositivo. O invento possui um processador que realiza as análises imediatamente após a captura das imagens. Além disso, a tecnologia também registra a geolocalização da imagem por meio de GPS integrado ao dispositivo. Desta forma, o gerente da propriedade pode analisar todas as imagens capturadas e localizar, depois, cada planta analisada em campo”, explicou o Prof. Alisson Brito.
Para que o equipamento possa ser usado no diagnóstico de plantas, é utilizado o índice de vegetação diferencial normalizado (NDVI), com diversas técnicas de processamento de imagem e de geolocalização. Apesar de ser pensado para plantações, outros algoritmos podem ser implantados no fireware do dispositivo para que outras análises possam ser feitas, como o diagnóstico de máquinas elétricas, por exemplo.
“O NDVI é um indicador gráfico simples que pode ser usado para analisar medições de sensoriamento remoto”, esclareceu o docente. O objetivo é observar se há vegetação verde viva.
O princípio do NDVI baseia-se na captura de raios infravermelhos refletidos pelas plantas ao receberem luz solar. Estes raios só podem ser capturados por câmeras especiais. Por isso o dispositivo utiliza uma câmera com sensibilidade para capturar raios na faixa do infravermelho próximo. Esse indicador gráfico é capaz de demonstrar a intensidade de fotossíntese que uma planta está realizando. Ao conhecer a idade e o tipo de cultura da planta, é possível saber se ela está saudável ou precisando de algum nutriente.
“O mais interessante é que este índice de fotossíntese não é possível de se observar a olho nu. Então o NDVI é um bom aliado para se detectar eventuais anomalias na plantação nos estágios iniciais. Isso, a depender de cada cultura”, pontuou o pesquisador.
Baixo custo - A inovação do produto é justamente a utilização de câmeras de baixo custo e sua aplicação em um dispositivo portátil. Por ser de baixo custo, o invento pode ser utilizado por agricultores familiares ou por grandes produtores. Prof. Alisson Brito adiantou que, nas próximas fases da pesquisa, o objetivo é adicionar algoritmos de inteligência artificial para ajudar o agricultor e fazer análises instantaneamente.
“O produtor capturaria a imagem e enviaria para o servidor, que faria a análise e já indicaria para o produtor qual o problema da planta e quais recomendações para reverter esse problema”, salientou.