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Startup da UFPB aposta em inoculantes para impulsionar agronegócio
A Agência de Inovação Tecnológica (Inova) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) aprovou, no dia 19 de junho, o credenciamento da empresa YBY Inovações Biotecnológicas, primeira startup selecionada no âmbito do Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica do núcleo, destinado à mitigação e à prevenção dos efeitos da Covid-19.
Conforme o diretor de incubação empresarial de base tecnológica da Inova UFPB, Raimundo de Menezes Júnior, a YBY Inovações Biotecnológicas pretende inovar a produção de biomassa para os setores sucroalcooleiro e de bovinocultura, caprinocultura e piscicultura da Paraíba, a fim de melhorar a produção de alimentos no Estado, que deve ser afetada pela pandemia da Covid-19.
A YBY trabalhará com inoculantes, produto que contém microrganismos inéditos com ação biofertilizante e bioestimulante para o desenvolvimento de plantas. Nesse caso, o inoculante possui bactérias que promovem o crescimento de gramíneas como forrageiras, milho, sorgo e cana-de-açúcar, de fundamental importância para a alimentação animal e humana, assim como para a geração de bioenergia.
A empresa também pretende atuar com inoculantes para a produção eficiente de silagens mais nutritivas para a bovinocultura e piscicultura. Essas silagens são forragens tiradas dos silos para alimentação dos animais. Os inoculantes também servirão para a degradação de matéria orgânica em compostagens.
De acordo com Raimundo de Menezes Júnior, a Paraíba pode contribuir no setor da piscicultura porque dispõe de condições climáticas adequadas para o manejo de certas espécies. No entanto, a produção depende também da forma como os peixes são manejados nas fases de crescimento e engorda.
“A Startup atuará para melhorar a silagem, um fator importante na produção e, consequentemente, para a qualidade e quantidade de peixes disponíveis”, afirma o diretor.
As atividades da Startup YBY serão financiadas inicialmente pelo Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores (Programa Centelha/PB), da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), em parceria com a Financiadora de Projetos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicação (Finep).
A YBY Inovações Biotecnológicas contará com a tutoria do professor Cosme Martínez, do Departamento de Química do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPB, no campus I, em João Pessoa.
A estudante de Engenharia Química, Fernanda Mikainy Dantas, e o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Carlos Nascimento, integram a equipe da empresa. Eles terão o suporte técnico de Fábio Oliveira, mestre em Políticas Públicas e Gestão, e de integrantes da Inova UFPB para ações ligadas ao empreendedorismo criativo, propriedade intelectual e relações interorganizacionais, com o intuito de estabelecer parcerias e licenciamentos tecnológicos.
Ecossistema inovador
“Sabemos que se trata de uma situação excepcional, que pode ser de médio a longo prazo, portanto, ao longo da pandemia, trabalharemos em soluções que possam dar a sua contribuição para a melhor qualidade de vida das pessoas”, garante o diretor de incubação de empresas de base tecnológica da Inova UFPB, Raimundo de Menezes Júnior.
O Edital Extraordinário Nº 01/2020, publicado no mês de maio, referente ao Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica da Inova UFPB, é de fluxo contínuo. Portanto, ideias inovadoras ainda podem ser propostas.
De acordo com o gestor, a chamada está em fase inicial, de estruturação das atividades. “Uma vez organizada como ecossistema inovador, a universidade pode dar respostas mais eficientes a situações adversas. Quando ela consegue se articular e reunir pessoas em torno do problema, soluções mais criativas e eficientes podem ser elaboradas”.
Os laboratórios da UFPB poderão servir de apoio para as novas soluções que devem fazer parte do “novo normal”. “O credenciamento da YBY Inovações Biotecnológicas é um marco histórico para a UFPB. Representa o início da criação de um ecossistema de inovação. Mostra que a universidade está acompanhando as tendências do setor produtivo e, principalmente, está focada não apenas em desenvolver a pesquisa, mas também tornar essa pesquisa algo concreto para a sociedade, através de novos produtos”.
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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB