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Projeto de Pesquisa da UFPB produz materiais pedagógicos para comunidades indígenas
Um projeto de pesquisa vinculado ao Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vem trabalhando na produção de materiais pedagógicos para comunidades indígenas a fim de atender a questões linguísticas e educacionais desses povos.
O projeto “Educação, Linguística, História e Comunidades Indígenas” conta com o apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC) e tem como pesquisadora responsável a professora e linguista Carolina Coelho Aragon.
O plano de pesquisa objetiva cooperar com iniciativas de conservação e documentação de línguas e culturas minoritárias e também atuar como uma ferramenta de contribuição para estudos acadêmicos na área.
A ação, que trabalha com a temática da diversidade linguística dos povos indígenas, estuda os impactos sociais que influenciaram e influenciam a identidade dos povos indígenas; analisa as relações entre linguagem e cultura e busca entender as histórias e as estruturas das línguas indígenas brasileiras.
Para que haja o desenvolvimento e execução das atividades, o projeto trabalha com quatro etapas que dialogam entre si, sendo elas: a pesquisa e preparação teórica; aplicação de cursos de capacitação, elaboração de materiais e a divulgação dos conteúdos.
Em exercício, o grupo de pesquisa vem trabalhando no desenvolvimento de materiais didáticos, vocabulários e dicionários, com foco em duas línguas da família linguística Tuparí, tronco Tupi: Akuntsú e Makuráp.
A iniciativa conta com parceria internacional e é vinculada ao Projeto Tupian Language Resources (TuLaR), da Universidade de Tubinga, na Alemanha, e além de já ter auxiliado escritores indígenas na organização de suas obras, também já ofereceu cursos de extensão para aprofundamento da temática.
Como relata a Profa. Carolina, o projeto deu início aos treebanks das línguas Akuntsú e Makuráp, que proporcionam não só documentação linguística, como também ferramentas para o estudo de tipologias linguísticas e da sintaxe das línguas naturais.
“Os treebanks são coleções de frases anotadas sintática e morfologicamente que ajudam a compreender melhor as estruturas das línguas. Conseguimos registrar algumas línguas Tupis, como por exemplo a língua Akuntsú, falada apenas por três mulheres monolíngues que vivem em Rondônia”, relatou.
Sobre a importância do projeto para essas comunidades e para a sociedade, a Profa. comentou: “Este projeto envolve povos indígenas com histórias diferenciadas e com necessidades linguísticas e educacionais muito distintas que compartilham necessidades urgentes de promoção, documentação linguística e conservação dos valores culturais”, disse.
“São povos em situação de vulnerabilidade social, com suas línguas em estado de ameaça de desaparecimento iminente. Por isso é muito importante cooperar com as comunidades nas iniciativas de conservação e documentação de línguas e culturas minoritárias”, concluiu.
Voluntários e interessados em cooperar com a ação podem participar do projeto. Basta entrar em contato por meio do endereço eletrônico: carolinac.aragon@gmail.com .
Mais informações sobre o “Educação, Linguística, História e Comunidades Indígenas" estão disponíveis no perfil do Instagram do projeto.
Sites do TuLaR: https://tular.clld.org/ ou https://languagestructure.github.io/tular.html.
Outros materiais estão disponíveis em: https://linktr.ee/projeto.tular.