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Pesquisa da UFPB abre vagas para proposta terapêutica visando reabilitação de pessoas que tiveram AVC
Um projeto de pesquisa vinculado ao Laboratório de Estudos em Envelhecimento e Neurociências (LABEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está disponibilizando sessões gratuitas de uma proposta terapêutica que visa fortalecer o desempenho motor e auxiliar na reabilitação de pessoas que sofreram Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC), a fim de garantir uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas. Junto às sessões, os pacientes também receberão intervenções com fisioterapia focada na função motora.
A pesquisa intitulada “Efeitos Terapêuticos da Otimização da ETCC [Dosagem de Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua] sobre a Função Motora de Membros Inferiores em Pacientes após Acidente Vascular Cerebral: Ensaio Clínico Randomizado, Duplo-Cego, Placebo-Controlado”, tem como pesquisadores responsáveis a Profa. e orientadora Suellen Andrade, a doutoranda em Neurociência Cognitiva e Comportamento pelo PPGNEC, Eloise de Oliveira Lima, a mestra Letícia Silva e ainda alguns alunos de graduação em fisioterapia.
A ação oferece vagas até o mês de agosto deste ano e tem como público-alvo pessoas de ambos os sexos, sendo os critérios para a participação: ter tido um único AVC, do tipo isquêmico, entre 3 a 6 meses; ter acima de 18 anos; residir em João Pessoa - PB ou regiões próximas e ter a possibilidade de se deslocar para a UFPB (Campus I - João Pessoa). Caso o paciente se enquadre, será submetido a sessões gratuitas.
O cadastro dos interessados pode ser realizado por telefone ou WhatsApp. Basta entrar em contato por um dos seguintes números: (83) 98640-8482 - Eloise Lima (pesquisadora responsável), (83) 99165-9843 - Vitória Calado (pesquisadora colaboradora) ou (83) 98877-1373 - Rebeca Laurentino (pesquisadora colaboradora).
O estudo está sendo desenvolvido desde seu início, em novembro de 2021, no Departamento de Psicologia e no Programa de Pós-graduação em Neurociência Cognitiva e Comportamento (PPGNeC), do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), onde fica o LABEN.
O ensaio clínico busca avaliar os efeitos terapêuticos da otimização da dosagem de Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) sobre a função motora de membros inferiores em pacientes após AVC isquêmico, comparados aos indivíduos submetidos a ETCC simulada.
O intuito é aumentar a recuperação dos membros inferiores para melhorar não apenas o desempenho motor, como também proporcionar benefícios adicionais sobre a reabilitação do AVC, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes.
A doutoranda e uma das pesquisadoras responsáveis pelo ensaio, Eloise de Oliveira Lima, ressalta o diferencial que a proposta terapêutica pode trazer aos pacientes. A ETCC consiste em uma técnica não invasiva e segura que apresenta diversas vantagens, tais como bom custo-benefício e efeitos adversos mínimos.
“Quando aplicada a ETCC nos estágios iniciais após o AVC, a recuperação funcional não é apenas acelerada, mas melhorada, e os resultados são mantidos por até um ano após o evento lesivo. Tendo em vista que o AVC ainda é considerado uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo, muitos pacientes poderão ser beneficiados”, explicou Eloise de Oliveira Lima.
Além disso, segundo ela, é de fácil manuseio e portabilidade, bem tolerada pelos pacientes e associada a efeitos colaterais leves, como vermelhidão, coceira, formigamento, cefaleia, queimação e desconforto.
Ainda de acordo com Eloise, por ser uma técnica de fácil aplicação e baixo custo, a ETCC pode contribuir na redução dos custos associados ao cuidado dessa população, tais como o uso de medicamentos e reabilitação física.
As sessões durarão em média uma hora, em que 20 minutos serão dedicados à ETCC. No tempo restante, será aplicado um protocolo de fisioterapia focado na melhora da função motora do paciente.
Os participantes receberão 10 sessões de ETCC em dias alternados (três vezes por semana). Para a estimulação será utilizado um neuroestimulador (TCTResearch). Ao final de cada sessão, serão avaliados os pontos positivos e ainda qualquer efeito desagradável ou possíveis efeitos adversos.
A pesquisa foi submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPB, sendo o parecer aprovado (CAAE:45970021.0.0000.5188).
O ensaio clínico corresponde à fase I de um estudo que conta com duas fases. No entanto, os pacientes terão a liberdade de se retirar da pesquisa a qualquer momento, sem nenhum prejuízo.
A pesquisa será realizada de janeiro a dezembro de 2022. Ao final, os participantes receberão uma devolutiva, informando todos os resultados após o protocolo, sendo a diferença entre a pré e pós intervenção baseada nas escalas usadas que avaliam função motora, qualidade de vida e equilíbrio. Além disso, o intuito é que os resultados sejam publicados em revistas científicas.