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Projeto da UFPB vai cuidar de servidores com doenças crônicas não transmissíveis

publicado: 24/08/2022 18h38, última modificação: 24/08/2022 18h38
Para ser atendido, é necessário se cadastrar por meio de formulário eletrônico

Foto: Ícaro Maia

Projeto da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vai cuidar de servidores docentes e técnico-administrativos com doenças crônicas não transmissíveis, que são aquelas de múltiplas causas e fatores de risco, longos períodos de latência e curso prolongado, de origem não infecciosa e que podem resultar em incapacidades funcionais, como as cardiovasculares, respiratórias, diabetes, obesidade e câncer.

Trata-se do projeto Viver Melhor, uma iniciativa da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep/UFPB). Para ser atendido, é necessário se cadastrar por meio do preenchimento e do envio de formulário eletrônico. Logo em seguida, equipe de enfermagem da Divisão de Qualidade de Vida e Saúde, vinculada à Coordenação de Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho, entrará em contato através do aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, a fim de agendar consulta de avaliação.

A consulta de avaliação ocorrerá no Espaço do Servidor, recentemente inaugurado, o qual fica localizado no primeiro andar do prédio da Reitoria da UFPB, no campus I, em João Pessoa, onde funciona o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass). A depender do resultado da triagem, o servidor será encaminhado para demais consultas e serviços de saúde.

“A iniciativa aborda um dos principais problemas atuais de saúde pública no Brasil e no mundo. O projeto Viver Melhor visa a elaboração de ações que possam identificar servidores da UFPB que estejam acometidos por essas situações de doenças e, assim, propor ações que possam minimizar os fatores desencadeantes”, explica Julius Brandão, enfermeiro da UFPB e idealizador do projeto.

De acordo com o profissional de saúde, são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis a genética, idade, sexo, etnia, sobrepeso/obesidade, ingestão de sódio e potássio, de alimentos ultra processados e rico em gorduras saturadas, de álcool, sedentarismo, tabaco e marcadores socioeconômicos.

Segundo Julius Brandão, as doenças crônicas não transmissíveis, principalmente a hipertensão arterial, apresentam impactos significativos nos custos médicos e socioeconômicos decorrentes de complicações em órgãos-alvo, fatais e não fatais, como coração, cérebro, rins e sistema arterial.

São exemplos desses impactos doença arterial coronária, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e morte súbita, acidente vascular encefálico, isquêmico ou hemorrágico, demência, doenças renais crônicas e doença arterial obstrutiva periférica.

Devido à gravidade dessas condições de saúde na qualidade de vida, o projeto priorizará ações voltadas à educação em saúde, à prevenção dos riscos, agravos e danos à saúde do servidor, ao estímulo dos fatores de proteção da saúde e ao controle de determinadas doenças.

“Essas ações compõem um conjunto de atividades que fazem parte do tratamento não medicamentoso das doenças crônicas não transmissíveis, como consulta de enfermagem, psicológica, nutricional, médica e odontológica, ações coletivas e individuais de educação em saúde, avaliação com o biofeedback cardiovascular e orientação para realização de exercícios físicos”, afirma o enfermeiro.

Julius Brandão  destaca que o projeto Viver Melhor está em consonância com as Diretrizes Gerais de Promoção da Saúde do Servidor Público Federal,  com a Norma Operacional de Saúde do Servidor, com o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS) e com o Comitê Gestor de Atenção à Saúde do Servidor.

Conforme o Ministério da Saúde do Brasil, as doenças e agravos não transmissíveis são responsáveis por mais da metade do total de mortes no Brasil. Em 2019, 54,7% dos óbitos registrados no país foram causados por doenças crônicas não transmissíveis e 11,5% por agravos. No Brasil, foram registrados mais de 730 mil óbitos por doenças crônicas não transmissíveis em 2019. Desse total, 308.511 (41,8%) ocorreram prematuramente.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, no mundo, as doenças crônicas não transmissíveis matam cerca de 41 milhões de pessoas a cada ano, o equivalente a 71% de todas as mortes no planeta. E 77% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda.

Para reverter essa situação, no ano passado foi lançado o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis no Brasil (Plano de Dant), com vigência até 2030 e que contempla 226 ações estratégicas a serem realizadas pelo Ministério da Saúde, Estados, Distrito Federal e municípios.

Também integram a equipe do projeto a diretora da Divisão de Qualidade de Vida e Saúde, Renata Cellys, o coordenador de qualidade de vida Franklin Hirschle Júnior, a psicóloga Janine Diniz, a nutricionista Ana Caroliny Costa e a odontóloga Laura Carvalho.

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Reportagem: Pedro Paz
Edição: Aline Lins
Fotos: Ícaro Maia