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Projeto da UFPB realiza atividades educativas com produtores rurais do Brejo paraibano sobre volumosos proteicos
A extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) pode, mais uma vez, fazer a diferença para os pecuaristas do Brejo paraibano. Um projeto do Centro de Ciências Agrárias (CCA), em Areia, com o apoio do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), em Bananeiras, realiza atividades educativas a fim de apresentar e incentivar a introdução de leguminosas — que têm o potencial de diminuir o custo de produção — na alimentação de bovinos, ovinos, caprinos e demais ruminantes criados nas comunidades rurais locais.
Essas leguminosas, como a gliricídia, moringa, leucena, dentre outras, são classificadas como volumosos proteicos, uma categoria de alimentos da nutrição animal que tem alto teor de proteína bruta (superior a 20%) em comparação a outros vegetais volumosos. Por isso, são uma alternativa mais barata aos ingredientes concentrados em proteína e energia, como a soja, na alimentação do rebanho.
As atividades educativas realizadas pelo projeto de extensão da UFPB, intitulado “Incentivo à produção de volumosos proteicos para redução dos custos com alimentação de ruminantes”, estão fundamentadas nos seguintes alicerces: capacitação e educação, ou seja, qualificações dos produtores sobre a produção e o uso dos volumosos proteicos, com distribuição de material informativo; visitas e diagnósticos, com a ida da equipe às propriedades rurais para examinar os custos com alimentação animal e fazer o levantamento do impacto social e econômico da implantação dos volumosos proteicos; e demonstração prática, no qual ocorre distribuição de algumas mudas aos produtores.
O projeto é formado por uma equipe multiprofissional que, ao todo, possui 14 membros, incluindo docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes das áreas de zootecnia, medicina veterinária, engenharia agrônoma e agroecologia da UFPB.
“Trabalhos avaliando os volumosos proteicos são vastos e variados. Em geral, os resultados registram economia em torno de 15% nos custos com alimentação, quando se substitui parte dos concentrados proteicos por fontes de volumosos proteicos”, explica o coordenador do projeto, o servidor técnico-administrativo Evaldo Cardoso, do CCA.
Segundo o zootecnista, a escolha pelo trabalho predominante com a gliricídia é motivada pelas características da planta – típica de áreas quentes, razoavelmente tolerante à seca e pouco exigente quanto à fertilidade do solo – tornando-a ideal para uso na região semiárida. Com a utilização da gliricídia, é possível diminuir a dependência da soja, o ingrediente mais oneroso, na formulação de dietas. Além disso, a leguminosa tem boa aceitação pelos animais.
“A gliricídia alcança boa produtividade de matéria seca por hectare, alta qualidade de forragem e tem boa aceitação pelos animais. Sua principal fonte de nutrientes é a proteína, chegando a valores próximos a 30% de proteína bruta na matéria seca, melhorando a digestibilidade da dieta e o desempenho animal, além de reduzir o custo de produção, pois substituem parcialmente os concentrados proteicos, como o farelo de soja, que têm valor de compra mais elevado”, explica o coordenador do projeto.
O plantio dos volumosos proteicos é feito na Unidade de Pesquisa com Ruminantes (UPR) do Departamento de Zootecnia da UFPB. Parte da produção é utilizada como demonstração aos produtores do brejo paraibano e a outra fração é destinada à alimentação dos animais do CCA, objeto de estudo do grupos de pesquisa da UFPB que se debruçam sobre o tema. As mudas são doadas pelo CCHSA e pela AS-PTA Agricultura Familiar, associação de direito civil que atua na área de agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável, parceira do projeto.
Ainda de acordo com Evaldo Cardoso, com suas atividades educativas, o projeto de extensão contribui também no incremento da renda dos produtores e, consequentemente, com a manutenção das famílias no campo.
“Em resumo, o projeto não apenas busca mostrar uma possibilidade de redução de custos, mas também promover uma abordagem mais eficiente e, consequentemente, sustentável na alimentação dos ruminantes, com impacto significativo na produtividade e na qualidade de vida dos produtores rurais”, comenta o técnico-administrativo.
Para mais informações sobre o projeto, acesse o perfil @volumososproteicos no Instagram.