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Projeto da UFPB lança plataforma com mapas interativos de João Pessoa

publicado: 28/07/2022 16h36, última modificação: 28/07/2022 16h41
Mapas evidenciam áreas da cidade que precisam de mais investimentos e orientam o poder público municipal sobre prioridades

Foto: Divulgação

O projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Pedagogia Urbana lançou, nesta quinta-feira (28), plataforma com mapas interativos de João Pessoa. O objetivo da ferramenta é divulgar as ações do projeto e disponibilizar informações de João Pessoa em mapas.

“No futuro, creio que no próximo semestre, iremos abrir um link para o usuário oferecer informações da cidade. Mas estamos organizando metodologia de rotina e checagem ainda”, esclarece a coordenadora do projeto de extensão Andréa Porto, também professora e pesquisadora da UFPB.

Ela explica que os primeiros mapas interativos foram realizados a partir de informações existentes nas instituições do governo brasileiro, de dados comunitários e de pesquisas executadas no âmbito da UFPB.

“Eles evidenciam áreas da cidade que precisam de mais investimentos e servem não só para informar a população sobre a realidade de João Pessoa, mas também para orientar o poder público municipal para temas e áreas que deveriam ser prioritários nos projetos de investimento e reestruturação urbana”, afirma a docente, que também é integrante do Núcleo de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da UFPB.

Em um dos mapas interativos, é possível verificar, através das cores, as áreas que ofertam uma melhor qualidade de vida e aquelas que oferecem as piores condições. Em outro mapa, constatam-se os trechos de rios poluídos, regiões que foram desmatadas na última década para dar lugar a empreendimentos que beneficiam pequenos grupos econômicos da cidade, além de áreas de risco por tipo e nível de vulnerabilidade.

“Ao clicar nos polígonos, obtêm-se orientações dadas pelo Serviço Geológico do Brasil para a gestão municipal. O usuário tira suas próprias conclusões”, pontua Andréa Porto. Segundo avalia a docente, a cidade de João Pessoa tem problemas comuns em espaços urbanos, porém graves pela situação de extrema desigualdade social.

A equipe do projeto de extensão sugere que, para uma melhor navegação e compreensão, o usuário faça cliques em cima dos mapas interativos, para obter informações detalhadas. Conforme a professora, os mapas são um mecanismo de defesa, transparência e acesso à informação. Sua criação envolve pesquisa, ação e arte. Trazem conhecimento, informações do cotidiano e muita cultura.

Para os colaboradores do projeto de extensão, a leitura da realidade proporcionada por dados geoespaciais é fundamental para mobilizar inteligência coletiva para promover ações de reparação histórica para comunidades, para fomentar movimentos de vizinhanças para melhorar as condições de habitabilidade, mais infraestrutura, equipamentos comunitários e serviços para atender às necessidades diárias.

Além disso, a compreensão do cotidiano por meio desses dados georreferenciados é imprescindível para catalisar oportunidades de negócios para comunidades e pequenos empreendedores e fazer incidência política em temas prioritários. Atualmente, a equipe está trabalhando com os temas mobilidade urbana e desmatamento em suas ações.

“Um bom mapa é indispensável na hora de fazer escolhas para a nossa cidade, para garantir o controle social, a participação da sociedade civil na formulação e monitoramento de políticas públicas diversas e definir as nossas ações “, garante Andréa Porto.

Para melhorar as formas de viver em João Pessoa, através de ações de projetos de extensão da UFPB, a iniciativa reúne também vizinhanças, comunidades, ONGs, empresas, grupos de pesquisa e de extensão, artistas, ativistas e professores, porque acredita que, bem-informados e engajados, as pessoas podem catalisar e desenvolver projetos que melhorem a qualidade de vida e fortaleçam as comunidades.

Os achados de pesquisa do projeto de extensão da UFPB indicam que João Pessoa é um centro regional do Nordeste brasileiro que se conecta diretamente com a metrópole do Recife e, embora não seja considerada uma metrópole, foi o principal centro urbano da Região Metropolitana mais desigual do país em 2020, de acordo com pesquisadores do Observatório das Metrópoles.

No entanto, tem uma classe média com melhores condições de vida que Natal, no Rio Grande do Norte, e em Maceió, em Alagoas, conforme pesquisa sobre tipologia intraurbana de 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O projeto de extensão Pedagogia Urbana está entrando no seu quinto ciclo. Ao longo desses anos, foram realizadas diferentes ações em João Pessoa, na esfera do espaço urbano, rendendo inúmeras publicações científicas, entre as quais a de cicloturismo.

Mais informações podem ser obtidas no perfil do projeto no Instagram.

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Reportagem: Pedro Paz
Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação