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Portal da ONU ressalta que projeto da UFPB promove a igualdade de gênero
Na véspera do Dia Internacional da Mulher, o portal da Organização das Nacões Unidas (ONU) divulgou com grande destaque a experiência exitosa do projeto Meninas na Computação do Centro de Informática (CI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), criado há dez anos e coordenado pelas professoras Josilene Aires e Giorgia de Oliveira.
O portal da ONU considera que as estudantes de graduação do CI envolvidas no projeto são agentes de transformação que inspiram e empoderam meninas do ensino médio a ingressarem nos cursos de tecnologia.
O site internacional coloca em evidência o projeto do CI ao lado de outra ação que promove igualdade de gênero: a Millennium Fellowship, um programa de desenvolvimento de liderança de um semestre para ajudar alunos a selecionarem e implementarem iniciativas em nível comunitário para promover a sustentabilidade e o serviço público.
No título da notícia, a ONU apresenta a síntese do projeto: "Garotas da Ciência da Computação brasileiras: alunas orientando alunas", e ressalta a importância do Meninas na Computação para a promoção da igualdade de gênero, inserção da mulher na ciência e tecnologia, geração de emprego e combate à pobreza.
Para a docente da UFPB Josilene Aires, uma das coordenadoras da iniciativa, ver o projeto extrapolando as fronteiras da Universidade, do estado da Paraíba e alcançando o mundo é extremamente gratificante.
“Quando tivemos nossa proposta aprovada em um edital do CNPq para inclusão de mulheres na ciência e tecnologia em 2013, jamais imaginávamos que se tornaria uma ação permanente e obteria este alcance. Pretendemos continuar envidando esforços para alcançar as regiões mais distantes do nosso Estado, conectando as meninas brilhantes e cheias de talento a uma área tão promissora como a da Ciência da Computação”, assegurou a Profa. Josilene.
Em sua publicação, a ONU contextualiza o ambiente onde o projeto é realizado, informando que o Nordeste apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em comparação com outras regiões do país, o que evidencia a desigualdade regional no Brasil, que é ainda mais significativa quando se considera o gênero. Na área de ciência e tecnologia, um universo predominantemente masculino nas instituições de ensino superior do Nordeste, as mulheres ainda são minoria.
Segundo a reportagem do portal da ONU, os números mais recentes indicam que, em termos gerais, as mulheres representam menos de um quarto dos estudantes matriculados no chamado STEM, a sigla em inglês para designar ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
No texto, a ONU informa que as mulheres representam apenas 14% das alunas do Centro de Informática, mas que o Meninas na Computação quer transformar essa realidade. No projeto, são envolvidas diretamente alunas de 14 a 17 anos, em escolas públicas de ensino médio, as quais são orientadas de perto, inclusive por meio de workshops práticos dedicados a ensinar como lidar com a tecnologia.
As oficinas envolvem codificação, desenvolvimento de aplicativos e criação de jogos para dispositivos móveis. Cada oficina tem duração de duas horas e resulta em um produto, seja um jogo ou um aplicativo, para elevar o senso de autoeficácia, mostrando na prática que sabe lidar com a tecnologia. Além disso, uma van escolar é utilizada quando necessário, conectando alunas de escolas sem infraestrutura de informática ou tecnologia.
Veja a reportagem completa em: https://www.un.org/articles-by-property-local-category/59098/9319
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Reportagem: Madrilena Feitosa, do CI/UFPB
Edição: Aline Lins
Foto: Angélica Gouveia