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Pesquisadores da UFPB desenvolvem teste de Covid-19 mais rápido e barato

Diagnóstico, no valor de R$ 50, é realizado por meio de sensor eletroquímico
publicado: 11/05/2020 17h41, última modificação: 12/05/2020 16h24
Exames poderão ser produzidos em massa e permitirão monitoramento mais preciso da pandemia no país. Foto: Thilo Schmuelgen/Reuters

Exames poderão ser produzidos em massa e permitirão monitoramento mais preciso da pandemia no país. Foto: Thilo Schmuelgen/Reuters

Projeto de pesquisa intitulado "Desenvolvimento de testes point of care eletroquímicos para diagnóstico de Covid-19", da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), testará pacientes com suspeita de Covid-19 por meio de sensores eletroquímicos, que permitem diagnósticos rapidamente e com custo cerca de cinco vezes mais baixo do que os testes de referência utilizados atualmente. 

De acordo com o coordenador do projeto, professor Sherlan Lemos, as atividades ainda estão em planejamento e a proposta surgiu a partir de métodos utilizados para diagnosticar câncer de tireoide. 

“A metodologia que empregamos é baseada em procedimentos que já vêm sendo testados para diagnósticos rápidos em outros países. É bastante flexível, pois pode ser adaptada ao diagnóstico de outras doenças como a Covid-19”, explica o pesquisador. 

Segundo Lemos, a diferença da proposta da UFPB é o emprego de uma “instrumentação muito mais barata e portátil – um sensor eletroquímico”. Para o professor, “uma vez validada, a proposta permitirá o diagnóstico a um preço muito mais baixo e com resultado em poucos minutos”. 

O objetivo, com a validação do projeto, é realizar o diagnóstico de Covid-19 rapidamente. “Inclusive em lugares com recursos financeiros e de pessoal mais escassos. Testes point of care específicos irão detectar o vírus SARS-CoV-2 em amostras de soro sanguíneo e saliva baseadas em sensores eletroquímicos e instrumentação eletroquímica portátil”, afirma Lemos. 

O professor da UFPB argumenta que serão desenvolvidos dois testes. O primeiro, baseado no diagnóstico da doença pela classificação da resposta do sensor eletroquímico e uma operação de inteligência artificial que exibirá o resultado “positivo ou negativo”. O segundo, pela determinação direta e inequívoca do vírus na amostra, com a ação de um imunossensor construído a partir da relação antígeno e anticorpo do vírus SARS-CoV-2. 

“Uma vez produzidos e válidos, os testes são viáveis para produção em maior escala. A execução deles contribuirá diretamente para o monitoramento da pandemia no Estado da Paraíba e no país, pois são mais rápidos e de menor custo que o método referência”, almeja Sherlan Lemos. 

Conforme dados do pesquisador, o preço de custo (não obrigatoriamente o que pode ser cobrado) de um teste de referência é cerca de R$250 e o valor do teste com o sensor pode ficar em torno de R$50. “Esse preço é porque adaptaremos na primeira fase do projeto um sensor comercial que já está disponível para o desenvolvimento do teste mais rapidamente. Mas é possível produzirmos esse sensor no futuro por um preço mais baixo”, estima o professor. 

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Texto: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB