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Pesquisadores da UFPB desenvolvem prótese de tornozelo-pé com tecnologia de controle de movimentos

publicado: 09/06/2022 22h49, última modificação: 09/06/2022 22h49
Protótipo foi criado buscando o conforto e a fácil adaptação para pessoas amputadas

Foto: Divulgaçao

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram uma prótese ativa de tornozelo-pé que utiliza tecnologia de memória de forma. As próteses ativas são caracterizadas pela mobilidade e movimento de suas partes, podendo ser controladas de alguma forma pelo usuário.

O protótipo foi desenvolvido por Samuel de Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM), sob orientação do Prof. Cícero da Rocha Souto, do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (Cear) da UFPB.

De acordo com o Prof. Cícero Souto, o estudo foi iniciado tendo em vista a necessidade de pessoas amputadas que não conseguem se adaptar a próteses mecânicas comuns. Para isso, a proposta foi desenvolver uma prótese ativa que tivesse a maior proximidade do caminhar humano.

“O projeto tem como inovação ser uma prótese ativa, por corrente elétrica, usando atuador com memória de forma com ruído zero na ativação. Isso diferencia das outras próteses que utilizam motores e produzem ruídos ao serem ativadas. Além disso, a proposta tem custo relativamente baixo se comparadas a outras”, explicou o docente do Departamento de Engenharia Elétrica.

Segundo o professor, com a tecnologia, é possível mostrar o perfil de torque com relação ao ângulo imposto pela caminhada, que é baseado em uma referência. O torque representa a capacidade do motor de fazer um esforço, ou seja, gerar energia. E, por meio desse processo, é possível alcançar uma grande similaridade com o caminhar humano.

“Pesquisas mostram que as pessoas amputadas rejeitam as próteses de tornozelo-pé por não se adaptarem a uma caminhada diferente da humana. Por essa razão, o projeto da prótese tornozelo-pé busca a aproximação mais fiel possível do caminhar humano para que seja permitida a adaptação rápida”, informou o pesquisador da UFPB.

Para o Prof. Cícero, além de inovar tecnologicamente e ser econômico, esse tipo de projeto representa um valor social por ser um produto utilizado em uma pessoa amputada que, por vezes, sente-se excluída da sociedade.

Ele comentou sobre o processo de patenteamento do produto, afirmando que é de fundamental importância para que as empresas do ramo de fabricação de próteses possam tomar conhecimento sobre o dispositivo. O pedido de patente foi depositado em 2019 e aguarda concessão pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - Inpi.

“Com o patenteamento, as empresas podem demonstrar interesse em formar parceria com a instituição de pesquisa para financiar o protótipo final e colocar em produção em série. Além disso, a patente expõe para a sociedade informações de soluções para os problemas diários com ciência e tecnologia aplicada”, esclareceu o docente.

No momento, a pesquisa se encontra no nível de maturidade TRL2 (Nível de Prontidão de Tecnologia) como protótipo de bancada. Os passos seguintes serão o desenvolvimento de uma estrutura mais rígida que possa ser testada com ajuda de uma pessoa amputada para atingir um nível de TRL4 e, posteriormente, ser consolidado em um nível de TRL6.

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Reportagem: Mariani Idalino
Edição: Aline Lins
Foto: Divulgação