Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Pesquisadores da UFPB criam dispositivo portátil para coleta de mel
conteúdo

Notícias

Pesquisadores da UFPB criam dispositivo portátil para coleta de mel

publicado: 24/03/2022 15h25, última modificação: 24/03/2022 15h25
Dispositivo utilizado na meliponicultura não requer energia elétrica ou de baterias

Foto: Divulgação

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram um dispositivo portátil e manual para a coleta de mel na meliponicultura, que não requer a utilização de energia artificial. Iniciado em 2016, o estudo foi coordenado pelo Prof. Ítalo de Souza Aquino, do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias (CCHSA), e conduzido no Laboratório Apícola do Departamento de Ciência Animal.

A meliponicultura é o sistema de criação racional de abelhas sem ferrão, especialmente das tribos meliponini e trigonini. O coletor desenvolvido na UFPB pode ser utilizado em cortiços ou caixas racionais sem danificar os potes de mel ou qualquer outra estrutura interna da colmeia de abelhas melíponas. 

Segundo o Prof. Ítalo, o dispositivo pode ser utilizado para a coleta de mel em qualquer colmeia de abelha nativa. Ele falou sobre como o projeto foi iniciado.

O estudo de buscar meios para a coleta de mel em colmeias de abelhas nativas (sem ferrão) sempre foi um sonho que vinha nutrindo há décadas. Em 2016, encontrei alguns alunos de graduação em Agroecologia dispostos a se envolver nesse projeto e, com poucos meses de trabalho e com a colaboração de um professor e um técnico administrativo da UFPB, conseguimos montar o coletor”, comentou.

Com o dispositivo, o mel é coletado por um bico, preferencialmente rígido, acoplado a uma mangueira que é ligada ao recipiente de armazenamento de coleta, evitando-se contato direto com agentes contaminantes. O invento funciona por meio de uma bomba de pressão negativa, sem o uso de motor, bateria ou qualquer outra fonte de energia artificial. 

O equipamento requer apenas um operador, que deve utilizar uma das mãos para direcionar o bico sugador no pote de mel e, a outra, para calibrar a pressão desejada de sucção, proporcionando, dessa forma, uma coleta de mel sem bolhas de ar, o que também evita a oxidação ou contaminação do mel.

O coletor é manual, leve e prático de usar; não utiliza bateria, pilha ou qualquer tipo de fonte de energia. Basta segurar o coletor com uma mão e ‘bombear’ cerca de 20 vezes e o coletor estará com a ‘pressão invertida’ para sugar todo o mel contido nos potes de mel de uma colmeia de abelha melipona", explicou o Prof. Ítalo sobre o funcionamento de seu invento.

Para o coordenador da pesquisa, o coletor manual trata-se de uma inovação tecnológica de grande vulto que propõe um novo momento para a meliponicultura nacional.

A coleta de mel em colmeias de abelhas nativas sempre foi um dos maiores desafios no manejo de colheita de mel. Essa tecnologia tornará viável a agroindústria do mel de abelhas nativas. Será possível adotar esse mecanismo de coleta de mel em, pelo menos, 20 espécies de abelhas nativas presentes no semiárido”, pontuou o pesquisador.

Em 2019, foi realizado o pedido da patente do dispositivo pela Agência de Inovação Tecnológica da UFPB junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

* * *
Reportagem: Mariani Idalino
Edição: Aline Lins
Foto: Divulgação