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Pesquisadores da UFPB alertam sobre transmissão de doenças virais humanas para primatas

publicado: 13/01/2022 18h06, última modificação: 13/01/2022 18h06
Artigo publicado em periódico suíço analisa interação perigosa entre humanos e animais

Foto: Divulgação

Um estudo coordenado pelos pesquisadores Ricardo Lucena, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), e Eduardo Sérgio, do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), aborda novas doenças virais emergentes em primatas.

Publicado pelo periódico suíço Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI), o artigo "One Health Perspectives on New Emerging Viral Diseases in African Wild Great Apes" foi elaborado sob a perspectiva de que doenças virais humanas podem ser transmitidas para animais. Criado em 1996, o MDPI é pioneiro na publicação científica de acesso aberto e é apoiado por mais de 115 mil especialistas acadêmicos.

O trabalho faz parte de uma das linhas de estudo do grupo de pesquisa "Patologia dos Animais Domésticos e Silvestres", que tem dedicado esforços para o diagnóstico das doenças dos animais, especialmente as doenças zoonóticas emergentes. Ou seja, aquelas doenças infectocontagiosas que rapidamente se espalham entre as populações animais e humanas.

Na pesquisa, os símios, também conhecidos como "macacos antropomorfos", foram analisados. O artigo avalia, além dos graves problemas de saúde que são causados pela transmissão de doenças virais humanas, a morte desses animais que pode resultar na extinção da espécie.

Também participaram do projeto os bolsistas do Programa de Iniciação Científica (PIBIC) e estudantes de Medicina Veterinária da UFPB José Lucas Duarte e Dênis Azevedo. O aluno José Lucas Duarte reforçou que o artigo é importante para entender tanto o campo de estudos da patologia de animais selvagens quanto a inter-relação humano-animal-ambiente.

Este tipo de pesquisa contribui para compreensão de como a espécie humana interfere na transmissão de agentes causadores de doenças entre os animais e como se torna susceptível a estas doenças. A interação, que muitas vezes parece inofensiva, torna-se perigosa e prejudica o ecossistema como um todo”, explicou o estudante.

Segundo o Prof. Renato Lucena, os resultados obtidos na pesquisa demonstram que o conceito de saúde envolve não só o tratamento, mas também a prevenção. Ele explicou que é fundamental adotar o conceito de Saúde Única, que trata da união indissociável entre a saúde animal, humana e ambiental.

Para evitarmos novas epidemias ou pandemias, nós devemos monitorar a saúde dos animais domésticos e selvagens. Ao mesmo tempo, são fundamentais os cuidados com proteção ambiental”, apontou o pesquisador.

Sobre os próximos passos da pesquisa, o Prof. Renato destacou a necessidade de financiamento por agências de fomento científico para a continuação do projeto. Ele elogiou o nível das contribuições dos estudantes da UFPB que colaboraram com o artigo.

O artigo possui alto alcance internacional e tem como seus primeiros autores discentes da graduação, comprovando que os alunos da UFPB estão bem preparados para conduzirem bons trabalhos e publicá-los em periódicos de alto nível”, ressaltou.

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Reportagem: Mariani Idalino
Edição: Aline Lins
Foto: Divulgação