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Pesquisadora da UFPB cria aplicativo que calcula risco de violência doméstica

Probabilidade é avaliada em baixa, média ou alta
publicado: 10/06/2020 18h59, última modificação: 10/06/2020 22h30
Programa será disponibilizado para as redes municipal e estadual de saúde da Paraíba, a fim de combater subnotificação e prevenir agressão. Foto: Reprodução/PortalCorreio/Autor Desconhecido

Programa será disponibilizado para as redes municipal e estadual de saúde da Paraíba, a fim de combater subnotificação e prevenir agressão. Foto: Reprodução/PortalCorreio/Autor Desconhecido

Uma pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveu um aplicativo com a função de calcular a possibilidade de uma mulher sofrer ou já ser vítima de violência doméstica.

Denominado de VCMulher, o software foi criado para possibilitar que profissionais da atenção básica prevejam e identifiquem possíveis vítimas de violência dentro de casa, auxiliando-os nas tomadas de decisão.

O software foi registrado pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova) no final do ano passado. A autora do invento, a pesquisadora Layza Deininger, explica que o VCMulher, fruto do seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde, defendido em 20 de fevereiro, vai possibilitar melhor assistência às mulheres.

“O meu principal intuito foi ceder um instrumento para que os profissionais de saúde da atenção básica consigam prever o risco de uma mulher estar sofrendo a violência e oferecer melhor suporte”, afirma.

Para o cálculo, foram utilizados dados de um inquérito domiciliar realizado com mulheres maiores de 18 anos, utilizando como base dois questionários, um para inferir a qualidade de vida e outro para avaliar a violência contra a mulher.

As variáveis significativas foram obtidas por meio de modelo de redes neurais, responsável pela identificação de padrões, e de regressão logística múltipla, técnica estatística que tem como objetivo produzir previsões a partir de um conjunto de observações.

Dessa forma, utilizando as variáveis adquiridas, a probabilidade de uma mulher sofrer violência doméstica é calculada em baixa, média ou alta.

A pesquisadora justifica sua iniciativa pela necessidade de combater a subnotificação. “A maior parte dos casos de violência contra a mulher ainda é extremamente subnotificada e o serviço que está mais próximo a elas é a atenção básica”.

Conforme Layza Deininger, o invento é uma proposta com caráter inovador e tecnológico. “A gente patenteou e tem o intuito de ceder para a rede municipal ou estadual de saúde”, conta Laysa, que é enfermeira e professora universitária.

O número de denúncias de violência contra a mulher aumentou 105,6% no primeiro mês de isolamento social, na Paraíba, com relação ao mês anterior, de acordo com o aplicativo SOS Mulher PB, que permite que a usuária aperte um “botão de pânico” e acione a Polícia Militar imediatamente. 

O período analisado pelo aplicativo SOS Mulher PB é de 21 de fevereiro a 21 de março e de 21 de março a 21 de abril. No primeiro mês de análise, foram 142 denúncias, saltando rapidamente, no mês de isolamento social, para 292 denúncias.

O aplicativo VCMulher, que futuramente poderá ser baixado em plataformas digitais, pode ser conferido e testado no endereço eletrônico desenvolvido para a inovação.   

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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB