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Pesquisador da UFPB alerta que Covid-19 aumentará disputa pelo poder econômico no mundo
O pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Augusto Teixeira Junior, realizou debate, nesta quinta-feira (16), na conferência online “Geopolitical Impacts of COVID-19” sobre como a pandemia do novo coronavírus tem provocado a fragilidade da ordem liberal internacional, acirrado a disputa de pelo poder econômico entre Estados Unidos e China e gerado uma crise econômica global. Além disso, na ocasião, foram discutidos os possíveis riscos para a democracia que as tecnologias de vigilância e monitoramento acarretam.
O evento foi idealizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Segurança Internacional (GEPSI) da Universidade de Brasília (UnB) e tem promovido análises sobre os impactos geopolíticos da Covid-19 com a participação de pesquisadores de instituições de diversos países, como Brasil, Suécia, Cingapura e Japão. Interessados podem acompanhar as discussões pelo perfil no Facebook e pelo canal no Youtube do grupo de estudos da UnB.
De acordo com o professor da UFPB, a iniciativa reuniu pesquisadores com enfoques diferentes sobre os resultados da pandemia para a política internacional e a geopolítica. “Tivemos neste episódio Ashok Swain, da Universidade de Uppsala na Suécia, que pesquisa sobre paz e conflitos e cooperação internacional pela água; Tomonori Yoshizaki, do Ministério da Defesa japonês, que realiza estudos sobre operações de paz no Japão; e Shashi Jayakumar, da Nanyang Technological University, que estuda problemas de segurança das tecnologias futuras em Cingapura”, conta Augusto.
O pesquisador da UFPB alertou em suas discussões que “mostra-se evidente como mudanças nos equilíbrios regionais de poder podem ameaçar interesses dos Estados Unidos, desde o acesso a mercados, matérias-primas, linhas de comunicação, à movimentação em regiões-chave do mundo”. Para ele, dentre essas regiões consideradas essenciais, “infere-se que sejam a do Indo-pacífico, Europa e Oriente Médio”.
Diante da atual conjuntura, Augusto também advertiu com seus estudos que “uma guerra do futuro se caracterizará pelo retorno da competição e conflito entre as grandes potências”. Conforme o professor, “a geopolítica e a geoestratégia retornaram como elementos centrais da atuação dos países na redefinição de uma ordem internacional caracterizada pela erosão do poder norte-americano como centro hegemônico”.
Ascom/UFPB