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Pesquisa da UFPB realizada no campus de Bananeiras produz vinho de mangaba

publicado: 08/04/2022 16h18, última modificação: 08/04/2022 16h57
Compostos encontrados na bebida têm atividade antioxidante e atuam combatendo radicais livres que podem aumentar o envelhecimento
Foto: Diego Patrício Pereira/Pixabay
Foto: Diego Patrício Pereira/Pixabay

A palavra mangaba é de origem tupi guarani, que significa “coisa boa de comer”. A fruta pequena e amarelada muito conhecida na região Nordeste do Brasil já é usada na fabricação de sucos, sorvetes, doces, dentre outros. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) produziu uma bebida alcoólica fermentada de mangaba, o vinho de mangaba.

Francisco Lucas Chaves Almeida, aluno egresso do Bacharelado em Agroindústria do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), que integrou a equipe que realizou a pesquisa entre 2016 e 2018 e desenvolveu o trabalho de conclusão de curso sobre o assunto, conta que a motivação inicial para a pesquisa foi o fato da mangaba, que tem o nome científico de Hancornia Speciosa Gomes, ser uma fruta rica em nutrientes e de aroma e sabor muito característicos, mas pouco difundida em algumas regiões do país.

“Além disso, a mangaba é muito perecível quando in natura; assim, pensamos em agregar valor à essa fruta por meio da bebida alcoólica, além de diversificar o mercado de bebidas fermentadas e difundir um pouco mais o conhecimento sobre essa fruta tão interessante”, explica Lucas Chaves.

Os pesquisadores produziram e caracterizaram quatro diferentes bebidas alcoólicas fermentadas de mangaba para a escolha da melhor formulação, estudando as características microbiológicas, físico-químicas e sensoriais dessa bebida. O grupo formado por Lucas Chaves e pelos professores da UFPB Emanuel Neto Alves de Oliveira e Elisandra Costa Almeida, além de outros colaboradores, também investigou a melhor forma de armazenar a formulação do vinho de mangaba.

A pesquisa rendeu um depósito do pedido de patente realizado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), por meio da Agência de Inovação Tecnológica da UFPB (Inova), e aguarda a finalização do processo. Os pesquisadores conseguiram formular uma bebida que pode ser armazenada por seis meses em garrafa de vidro e com ótimos resultados para todos os parâmetros.

Foram identificados oito compostos fenólicos principais, que são estruturas químicas presentes em alimentos, sendo a maioria classificados como ácidos hidroxibenzóicos e derivados. Compostos fenólicos, normalmente, têm atividade antioxidante no corpo e, com isso, atuam combatendo radicais livres que podem aumentar o envelhecimento e até mesmo a incidência de algumas doenças como câncer.

As bebidas alcoólicas fermentadas de mangaba foram preparadas no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Bebidas Fermento-destiladas (LABEB), no Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), localizado no Campus III, em Bananeiras.

A caracterização físico-química do fermentado alcoólico foi realizada no Laboratório de Análise Físico-química de Alimentos do CCHSA e considerou como parâmetros pH, acidez total, fixa e volátil; açúcares totais, relação álcool/extrato seco reduzido, dentre outros. Além disso, foram realizadas análises de teor alcoólico e cor, usando um colorímetro instrumental.

“A bebida se assemelha muito com um vinho seco, aqueles com baixo teor de açúcar, e demonstrou boa atividade antioxidante. Nós fizemos um teste sensorial com mais de 50 avaliadores para saber a opinião dos mesmos e, em termos gerais, a bebida pode ser bem aceita”, conta Lucas Chaves.

O estudo sensorial da bebida alcoólica de mangaba foi realizado por Lucas Chaves e Emanuel Neto Alves de Oliveira, Elisândra Costa Almeida, Luana Nascimento da Silva, Yvana Maria Gomes dos Santos e Laís Costa Luna. Enquanto que o estudo do processo fermentativo foi conduzido por Lucas Chaves, Mariana de Oliveira Silva, Luana Nascimento da Silva, Raíza Virgínia Chagas Dantas, Luiz Fernando da Silva Araujo e os professores Emanuel Neto Alves de Oliveira, Elisândra Costa Almeida e Isabelle de Lima Brito Polari. Já o estudo do armazenamento foi conduzido por Lucas Chaves, Emanuel Neto Alves de Oliveira, Elisândra Costa Almeida, Luana Nascimento da Silva, Isabelle de Lima Brito Polari, Angela Maria Tribuzy de Magalhães Cordeiro, Bruno Raniere Lins de Albuquerque Meireles, Jossana Pereira de Sousa Guedes e Weysser Felipe Cândido de Souza.

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Reportagem: Elidiane Poquiviqui
Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação