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Museu Casa de Cultura Hermano José da UFPB é aberto de segunda a sexta-feira para visitação pública

publicado: 05/07/2022 19h38, última modificação: 15/05/2024 10h27
Além de obras de Hermano José, espaço abriga obras de artistas como Fred Svendsen, Flávio Tavares, Clóvis Junior, Miguel dos Santos, Irismar Fernandes, entre outros

Foto: Aline Lins

Mais um equipamento cultural da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está à disposição da sociedade. Foi reaberto, na última sexta-feira (01), o Museu Casa de Cultural Hermano José (MCCHJ).  Após investimentos na realização da reforma e adequação do projeto arquitetônico, o museu está aberto à visitação pública de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, gratuitamente.

Localizado na Rua Poeta Luiz Raimundo Batista de Carvalho, 805, no bairro Jardim Oceania, em João Pessoa, o imóvel, que abrigava a casa e ateliê de Hermano José, foi doado pelo artista à UFPB, em 2015, meses antes de seu falecimento. Com a abertura ao público, o objetivo é que o espaço passe a funcionar como uma casa de cultura, oportunizando apresentações teatrais, de música, de dança, entre outras manifestações culturais.

O Museu mantém muitos dos pertences particulares e mobiliários originais da casa e ateliê de Hermano José. Além disso, os visitantes podem conferir as duas exposições em andamento, a primeira, intitulada “Ao mestre com carinho”, é composta de gravuras realizadas por alunos de Hermano José; e a exposição “Hermano e os artistas: prazer em compartilhar” é composta por telas de amigos que tiveram grandes histórias pessoais ao lado do artista.

A reabertura do MCCHJ  foi celebrada em evento que contou com a presença de familiares do artista, como Ana Cecília Cunha, neta de Hermano; amigos, ex-alunos, admiradores e gestores da UFPB, entre eles o Reitor Prof. Valdiney Gouveia e a Vice-Reitora Liana Filgueira.

O Reitor da Universidade reforçou a importância para a UFPB ser a instituição responsável pela manutenção do espaço e afirmou ser essencial que a população possa ter acesso à história de Hermano José, um grande artista e um dos primeiros a pensar a estrutura de orla que hoje faz da capital paraibana conhecida em todo o país.

“O Museu Casa de Cultura fechado não funciona, não serve ao seu propósito. Hermano José, em uma das falas dele, disse que não queria aparecer, ele não precisava aparecer, nós é que o buscamos, porque é difícil encontrar em nosso caminho pessoas tão iluminadas, pessoas com a capacidade tão desprendida de dizer: ‘isso daqui é minha casa e eu dou a vocês’. Ele enxergou muito mais, o que hoje muita gente fala sobre ter construções limitadas na orla, ele conseguiu ver há muito tempo atrás; hoje é que a gente começa a falar em meio ambiente, e ele bem antes já enxergava isso. Você não pode fazer isso sendo uma pessoa qualquer, é preciso que seja diferente e Hermano José foi diferente”, disse o Reitor.

A professora Margareth Diniz, Ex-Reitora da UFPB, também prestigiou o evento de reabertura e, na ocasião, rememorou o ato de Hermano José ao doar a casa e todo o acervo pessoal e profissional para a UFPB, de onde foi professor.

“Ver hoje o museu concluído nesse patamar de qualidade é uma imensa satisfação, minha lembrança é da singeleza do gesto de Hermano José. Lembro de ele ter ido no gabinete da Reitoria, lembro de quando nós fomos fazer a escritura, lembro das vezes que nós viemos aqui, lembro do que ele dizia de como ele gostaria que ficasse e tenho certeza de que as pessoas que participaram dessa construção, desse movimento, fizeram especialmente e exatamente da maneira como ele queria”, disse a docente.

A neta de Hermano José destacou a alegria de poder retornar à casa de seus avós, local de lembranças para ela e todos os amigos e familiares, e visualizar o espaço que Hermano imaginou por toda a vida, onde arte, poesia e cultura fossem as linguagens naturais.

Ana Cecília falou da sua percepção sobre a imagem de Hermano José, remetendo-se  à imagem pública de seu avô. “Nessa perspectiva vejo duas de suas aspirações essenciais, hoje sob a condução da UFPB, uma delas o Museu Casa de Cultura Hermano José e a outra a Pinacoteca da  UFPB. Representam um sonho de um homem em proveito coletivo”, disse Ana Cecília.

No evento de abertura do novo espaço cultural, houve a apresentação do Coral Gazzi de Sá, da UFPB, composto por estudantes e servidores da Universidade, sob a regência do maestro Eduardo Nóbrega, professor da Instituição.

O acervo museológico do MCCHJ inclui não só obras de autoria do próprio Hermano José, mas também de artistas paraibanos e brasileiros de diferentes gerações, tais como Fred Svendsen, Flávio Tavares, Clóvis Junior, Miguel dos Santos, Irismar Fernandes, entre muitos outros.

São mais de 7.500 itens, divididos entre acervo museológico, arquivístico e bibliográfico, que estarão disponíveis ao público a partir de agora.

A Vice-Reitora da UFPB, professora Liana Filgueira, foi responsável pelo acompanhamento direto da implementação do museu e destacou a beleza da exposição. “Estou encantada, é fantástico, é sempre uma surpresa, cada cantinho tem uma história, cada cantinho foi muito bem desenhado. Parabéns ao professor Bertrand Martins e à professora Bernardina Freire, que fizeram o projeto expográfico, realmente, cada parte tem um porquê, nada é aleatório. Parabéns também à equipe que trabalhou incansavelmente para que o museu fosse aberto”, disse a gestora.

O coordenador do MCCHJ, Alexandre Santos, apontou a importância do equipamento cultural para a sociedade paraibana. “Quero dizer que o museu está de portas abertas em definitivo, estamos aguardando vocês, o bairro, a cidade, os artistas, aguardando a juventude, as escolas. Queremos a cidade aqui nesse museu, queremos, a partir desse museu, mobilizar o cenário cultural, o território e as pessoas que queiram conhecer a história, a vida iluminada de Hermano José, porque as pessoas precisam conhecer, e Hermano merece”, disse o Produtor Cultural.

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Reportagem: Elidiane Poquiviqui
Edição: Aline Lins
Fotos: Aline Lins/Ícaro Maia