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Estudo da UFPB revela que população ainda acha que só idosos compõem grupo de risco à Covid-19

Segundo a pesquisa, muitas pessoas também acreditam que as vitaminas C e D previnem a doença
publicado: 17/04/2020 17h58, última modificação: 17/04/2020 18h17
Questionário online indica que jovens são mais afetados pela pandemia e desenvolvem comportamentos como medo e nervosismo. Foto: Reprodução/AGazeta

Questionário online indica que jovens são mais afetados pela pandemia e desenvolvem comportamentos como medo e nervosismo. Foto: Reprodução/AGazeta

Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Psicologia da Mídia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) busca compreender o nível de confiança nas informações sobre a Covid-19 e como elas podem afetar o psicológico das pessoas durante a pandemia.

A ideia da pesquisa surgiu há pouco tempo, com a observação de como a informação e sua procedência estão alterando a postura das pessoas no cumprimento das recomendações de enfrentamento à Covid-19”, conta a pesquisadora Isabella Leandra, que trabalha em parceria com o doutorando Tailson Evangelista.

Os dados da pesquisa oferecerão subsídios para analisar que meios de comunicação estão sendo mais utilizados para se informar acerca do novo coronavírus. O questionário utilizado mede o nível de informação acerca do vírus, buscando entender quais são as questões que causam mais dúvidas e o que pode ajudar a direcionar campanhas de prevenção mais eficazes.

De acordo com a mestranda, entender o comportamento das pessoas durante a pandemia auxilia no questionamento de como alcançar mais indivíduos utilizando caminhos que sejam apropriados para o momento que estão passando.

Isso mostra que a psicologia pode auxiliar na pandemia não só estando na linha de frente, fornecendo assistência em saúde mental, mas também pesquisando e compreendendo os fatores psicossociais do contexto atual”, avalia Isabella.

A pesquisa está em seu processo inicial, mas já contem informações relevantes. Por exemplo, algumas das principais confusões acerca da pandemia são que muitas pessoas ainda acreditam que apenas idosos compõe o grupo de risco e que as vitaminas C e D são formas confirmadas de prevenção do contágio.

Além disso, possuir mais informações sobre a Covid-19 parece ter relação com confiança nos profissionais da saúde. Por outro lado, um dado preocupante, considerando a saúde mental, é que os mais jovens parecem estar experimentando mais emoções negativas (nervosismo, medo) nesse período.

Diante disso, iniciativas que se apropriam da internet são importantes para falar de saúde física e mental, durante uma época difícil para todos nós. Inclusive foi graças ao ambiente virtual que essa pesquisa pôde ser realizada, alcançando pessoas de outras regiões, além do Nordeste”, relata Isabella.

Ainda são necessárias análises mais detalhadas, mas o apanhado inicial já mostra o quanto não só o acesso à informação, mas a formação de uma relação positiva entre a sociedade e os profissionais pode ser significativa para o enfrentamento à pandemia, até mesmo contribuindo para o bem-estar psicológico.

Pode participar do estudo qualquer brasileiro que resida no país e que tenha idade acima de 18 anos, por meio do preenchimento e envio de questionário online. O objetivo da pesquisa é terminar a coleta de dados na próxima semana, justamente para disponibilizar os resultados o mais rápido possível para o público e gestores da saúde.

Alguns autores já destacam a importância do acesso à informação na pandemia, sobretudo como a informação é essencial não só para seguirmos as estratégias de prevenção adequadamente, mas também para inibir o pânico coletivo e comportamentos relacionados a ele, como o estoque de alimentos”, argumenta Isabella.

Carlos Germano | Ascom/UFPB