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Estudo da UFPB desenvolve dois candidatos a fármacos anticâncer

Possíveis novos remédios são derivados sintéticos da Isatina, produto de origem natural
publicado: 18/09/2020 18h45, última modificação: 18/09/2020 18h49
Das oito substâncias derivadas da Isaltina, sintetizadas sob a coordenação do professor do Departamento de Química da UFPB, Claudio Lima Júnior, duas são bastante promissoras frente a linhagens de células tumorais de leucemia. Crédito: Aleff Cruz

Das oito substâncias derivadas da Isaltina, sintetizadas sob a coordenação do professor do Departamento de Química da UFPB, Claudio Lima Júnior, duas são bastante promissoras frente a linhagens de células tumorais de leucemia. Crédito: Aleff Cruz

Estudo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), coordenado pelo professor do Departamento de Química, Claudio Lima Júnior, desenvolveu dois candidatos a fármacos anticâncer. Os possíveis novos remédios são derivados sintéticos da Isatina, produto de origem natural que apresenta baixo custo para ser obtido e comercializado.

“A motivação para o desenvolvimento desta pesquisa vem do início dos estudos do meu doutorado, sob a orientação do também professor da UFPB, Mário Vasconcellos, em 2009. O meu objeto de estudos, no campo da síntese orgânica, sempre envolveu o planejamento de novos fármacos”, conta Claudio Lima Júnior.

Nesse período, o professor da UFPB observou que somente dois eram os relatos na literatura científica sobre o uso da Isatina como matéria-prima, em uma reação química muito estudada pelo grupo de pesquisa do qual participou.

“Neste trabalho inicial, foram sintetizadas oito substâncias derivadas da Isatina, sendo duas bastante promissoras frente a linhagens de células tumorais de leucemia”, revela Claudio Lima Júnior.

De acordo com o docente da UFPB, o desenvolvimento de novos agentes antitumorais é de extrema importância, uma vez que, embora variados, os quimioterápicos disponíveis atualmente ainda se mostram bastante agressivos ao organismo humano, resultando nos diversos efeitos colaterais já conhecidos.

“Ao ingressar como professor da UFPB, em 2013, resolvi retomar o desenvolvimento de novas substâncias usando a Isatina como matéria-prima, fazendo uso agora de outras reações orgânicas, protocolos sintéticos alternativos e buscando investigar outras atividades biológicas, tais como antimicrobiana e anti-inflamatória”, relata o pesquisador.

O estudo, também coordenado pelo professor Mário Vasconcellos, está sendo realizado no Laboratório de Síntese Orgânica Medicinal da UFPB. Estão envolvidos na síntese de derivados da Isatina quatro doutorandos, três mestrandos e um estudante de iniciação científica.

Para a investigação das atividades biológicas, o projeto ainda conta com a colaboração dos professores e pesquisadores Margareth Diniz, atual reitora da UFPB; Caliandra Lima, Sandra Mascarenhas e Gardenia Militão, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Edilson de Alencar-Filho, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), tem cooperado para a realização de estudos de modelagem molecular.

Agora, a proposta do grupo de pesquisa da UFPB é continuar buscando otimizações dos protocolos de síntese para os derivados já obtidos, assim como procurar sintetizar novas substâncias bioativas derivadas da Isatina.

“Vamos continuar avançando com a avaliação destes derivados frente a linhagens de câncer, além da investigação da atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e leishmanicida. As mais promissoras serão conduzidas a ensaios para avaliação da toxicidade aguda e crônica, com o objetivo de avançar nas etapas subsequentes, na busca por uma nova substância que seja mais ativa e seletiva para o tratamento das patologias investigadas no presente estudo”, indica Claudio Lima Júnior.

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Reportagem e Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB