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Estudo na UFPB analisa efeitos da pandemia na vida de mães pesquisadoras
O estudo “Maternidade em tempos de pandemia: atravessamentos do novo coronavírus na produção científica de mulheres-mães”, de pesquisadoras do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realiza mapeamento sobre mulheres-mães estudantes vinculadas a Programas de Pós-graduação no Brasil.
O trabalho é realizado pelas pesquisadoras Thayanne Guilherme e Giordana Karoline e pela professora da Pós-graduação em Educação, Jeane Félix. O objetivo é refletir sobre maternidade, universidade e isolamento social diante da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Interessadas em contribuir com a pesquisa devem responder questionário on-line sobre produção acadêmica e vivências na pós-graduação. O intuito é compartilhar experiências e fortalecer o debate acerca da invisibilidade das mulheres-mães no meio acadêmico.
“Somos nós quem sentimos à flor da pele situações de exclusão. Por vezes, ela vem vestida de descaso ou falta de interesse por parte da academia em criar mecanismos de assessoramento. Ou estampando "A universidade não foi feita para mães"", enfatiza Giordana.
Segundo a pesquisadora, o estudo está em andamento e já conta com a participação de 14 estudantes mulheres-mães de cursos de especialização, mestrado e doutorado de estados como Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
“No momento, estamos no processo de produção do material empírico, que ocorre a partir do questionário on-line. A pesquisa é fruto da nossa experiência enquanto estudantes e mães que (r)existem nas universidades públicas, motivação central para o desenvolvimento do estudo.
Para Giordana Karoline, as mulheres-mães enfrentam, juntas, diferentes desafios para permanecerem no universo científico. Ela afirma que, a todo momento, as universidades dizem, de maneira direta ou indireta, que o espaço acadêmico não é delas.
“Consideramos importante o recorte em cursos de especialização, mestrado ou doutorado. Há ausência de pesquisas que abordam temas como maternidade e pós-graduação. Isso já é sintoma de um sistema que exclui mulheres-mães das universidades”, assevera Giordana.
De acordo com a pesquisadora Thayanne Guilherme, as mulheres-mães, quando inseridas na estrutura acadêmica, não possuem assistências ou políticas institucionais que garantam a permanência delas nos Programas de Pós-graduação.
“Inicialmente, realizamos um levantamento de pesquisas que se debruçam sobre "Maternidade e Universidade". Encontramos uma tese, duas monografias e dois livros sobre o tema. Essa oferta não atende às reais necessidades específicas do coletivo”, finaliza Thayanne.
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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB