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Estudante senegalês da UFPB mapeia evolução da Covid-19 no seu país de origem
O estudante do curso de Geografia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Serigne Abdou, tem mapeado a evolução da Covid-19 no seu país de origem, o Senegal, para subsidiar a gestão de políticas públicas de saúde na nação africana.
Segundo os dados de Abdou, estruturados com o apoio do Laboratório de Estudos em Gestão de Água e Território da UFPB, o Senegal, localizado na costa ocidental da África, tem atualmente mais de 3.535 casos confirmados, com 1.735 pessoas sob tratamento, 1.761 curadas e 42 mortes.
“Mais de 2,5 mil casos só na capital Dakar. Isso demostra que a cidade é o epicentro da pandemia no país. Diante disso, o governo decretou confinamento até esta terça-feira (2). As pessoas poderiam sair somente das 6 até 20 horas. Fora desse horário, o isolamento deveria ser total”, conta o estudante da UFPB.
De acordo com Abdou, o mapeamento do país africano começou em 17 de maio e busca alertar o sistema de saúde senegalês para o combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2).
“É um sistema um pouco fraco, quando comparado ao do Brasil. Achamos crucial informar às pessoas, através de produção de mapas, sobre a situação do Senegal”.
Serigne afirma que os mapas foram enviados ao Ministério da Saúde e Ação Social do Senegal e para a Embaixada do país no Brasil.
Para o estudante da UFPB, além de subsidiar políticas públicas, a ação também busca orientar a população senegalesa residente no Brasil, que teve só no ano passado regulamentados, por meio da Portaria 10 de 5 dezembro de 2019, a autorização de residência e o processo de reconhecimento da condição de refugiado em território brasileiro.
“Pretendemos publicar os mapas na internet, para uma divulgação maior do nosso trabalho. Pensamos em produzir outros mapas de alguns estados do Senegal, como Dakar, onde se concentra a maioria dos casos de Covid-19 e uma população de mais de 1,5 milhão”, afirma Abdou.
A constatação de Covid-19 no Senegal se deu em 2 de março, quando um homem de 54 anos, que havia ido para a França, foi confirmado como o primeiro caso no país. O Senegal se tornou o segundo país da África subsaariana a relatar casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus.
“A partir daí começou um aumento de casos na capital Dakar, onde há uma população considerável de um milhão e meio. Isso facilitou a rápida evolução de pessoas contaminadas nas regiões próximas, como Thiés e Diourbel”, acentua o estudante.
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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB