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Escolas técnicas da UFPB injetam R$ 74 milhões na economia, e profissões rendem salários de até R$ 6 mil

publicado: 21/11/2023 10h32, última modificação: 21/11/2023 10h32
Cifra foi obtida pela Plataforma de Acompanhamento dos Egressos das Escolas Técnicas da UFPB, ferramenta desenvolvida por aluno e professores da Universidade

Foto: Freepik

A cada real investido na educação técnica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), cinco reais são injetados na economia brasileira. É o que aponta a Plataforma de Acompanhamento dos Egressos das Escolas Técnicas Vinculadas à UFPB, ferramenta de Business Intelligence (BI) que reúne dados de ex-alunos do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (CAVN), localizado no Campus III (Bananeiras), e do Centro de Educação Profissional e Tecnológico - Escola Técnica de Saúde (CPT/ETS), que fica em João Pessoa. 

O valor calculado pela Plataforma é de cerca de R$ 74 milhões e corresponde ao montante introduzido na economia do país, somente em 2022, pela massa salarial dos egressos do CAVN e do CPT/ETS que atualmente são trabalhadores com carteira assinada. 

A ferramenta também aponta que 62% (ou seja, R$ 46 milhões) dos R$ 74 milhões ficam na Paraíba, contribuindo com as atividades econômicas locais, e o restante vai para outros estados da federação. 

Outro dado que pode ser extraído da Plataforma refere-se à média salarial mensal. Neste critério, os ex-alunos das escolas técnicas da UFPB empregados com carteira assinada recebem, em média, R$ 2.543,00, cifra maior do que as médias salariais da Paraíba (R$ 2.185,00) e do Nordeste (R$ 2.399,00) apuradas no Cadastro Central de Empresas (Cempre) mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A qualificação oferecida nos cursos do CAVN e da CPT/ETS é, portanto, significativa para o aumento da renda dos alunos e de suas famílias. 

Se considerado apenas o CAVN, esta cifra é ainda maior, de R$ 3.230,00. A explicação para isso, segundo o Superintendente de Educação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT) da UFPB, professor Jairo Pontes, é que existe uma grande demanda por trabalhadores qualificados na agropecuária, aumentando, assim, o valor do salário médio oferecido pelos empregadores. Os cursos de formação inicial e continuada de avicultor, cervejeiro e meliponicultor (criação de abelhas sem ferrão), todos da unidade de Bananeiras, são os que têm a maior média salarial, de R$ 6.343,00, R$ 5.708,00 e R$ 5.541,00, respectivamente. 

“Esses cursos estão relacionados a áreas para as quais não existe uma mão de obra qualificada no mercado, ao mesmo tempo que há uma forte demanda de empresas por trabalhadores com qualificação. Então, necessariamente, quando a oferta de profissionais e a demanda por eles é alta, o salário médio é maior”, esclarece o Prof. Jairo.

O Reitor da UFPB, Prof. Valdiney Gouveia, ressaltou a importância do ensino técnico e tecnológico no cenário local. 

“Isto evidencia o potencial das nossas escolas técnicas, que formam profissionais de ponta, de qualidade, aptos a resolver problemas básicos de nossa sociedade”, afirmou o Reitor, parabenizando a todos os estudantes, professores e servidores que compõem a equipe do ensino técnico e tecnológico da UFPB.  

Conforme Prof. Jairo, as informações reveladas pela plataforma demonstram a capacidade das escolas técnicas da Universidade de contribuir com a movimentação da cadeia produtiva do Estado e também o reconhecimento da qualificação ofertada por elas, que ultrapassa as divisas paraibanas.

“No caso de Bananeiras, especialmente, pouco mais de 50% da massa salarial recebida por ex-alunos do CAVN é para fora da Paraíba. Ou seja, estes profissionais estão atuando em outros mercados, e isso revela que nossas escolas formam mão de obra qualificada para o Brasil inteiro”, afirma o professor Jairo. 

Sobre a Plataforma de Acompanhamento de Egressos

A Plataforma de Acompanhamento de Egressos foi criada a partir da tese, em andamento, do doutorando Jailson Santana Carneiro, do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da UFPB, tendo contado com o apoio do docente Francisco José (Franzé) da Costa, orientador do discente, e com a parceria com o professor Aléssio Tony C. Almeida, co-orientador da tese e dirigente do Laboratório de Economia e Modelagem Aplicada (Lema) da Universidade. A Superintendência de Tecnologia de Informação (STI) da UFPB também colabora no projeto. 

Para chegar às informações que orientam as análises da Superintendência de EBTT, a ferramenta realiza o cruzamento das informações dos egressos do CAVN e do CPT/ETS com os dados disponíveis na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), um relatório solicitado pelo Governo Federal a empregadores para construção de estudos técnicos e estatísticas sobre a atividade trabalhista do país.

Atualmente, há dados de 2.238 ex-alunos, que passaram por pelo menos uma das duas escolas técnicas da UFPB desde o ano de 2009, na plataforma. Oportunamente, ela será integrada com o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) da UFPB e aperfeiçoada com novos recursos computacionais, tornando sua estrutura mais robusta para possibilitar a comunicação com outras bases de dados do Governo Federal. Este passo é, conforme o professor Jairo, importante para guiar o planejamento do ensino tecnológico da Universidade. 

“Com as atualizações, a Plataforma vai orientar a atualização dos cursos já existentes, a abertura de novos cursos e a análise de mercado, para que a gente possa dar contribuições cada vez maiores à sociedade e, em termos de geração de renda, para a população e aos nossos alunos”, finaliza o gestor. 

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Texto: Vinícius Vieira
Edição: Aline Lins
Foto: Freepik
Ascom/UFPB