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Egressa da UFPB é primeira brasileira selecionada para bolsa de pós-doutorado no MIT

publicado: 03/06/2022 16h23, última modificação: 03/06/2022 16h24
Crystinne Fernandes aprofundará estudos nas áreas de tecnologia e saúde em programa acadêmico nos Estados Unidos

Foto: Netto Sousa

Egressa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a pesquisadora Chrystinne Fernandes foi a primeira brasileira selecionada para a edição de estreia do Fred Trajano Postdoctoral Fellows Fund, programa de bolsa de estudos de pós-doutorado, idealizado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em parceria com Frederico Trajano.

A pesquisadora se formou em Ciência da Computação pela UFPB em 2006. Atualmente, ela desenvolve pesquisas no âmbito da saúde, com foco nas áreas de Internet das Coisas (Internet of Things - IoT), Aprendizado de Máquina (Machine Learning) e Ciência de Dados.

Entre suas atribuições curriculares, a cientista da computação desenvolveu estudos que envolvem o raciocínio automático para melhor notificar equipes médicas e de enfermagem sobre alertas disparados a partir de sensores e monitores paramétricos utilizados em ambiente hospitalar.

Chrystinne foi selecionada em um processo seletivo de nível nacional, que reuniu especialistas de todo o Brasil no campo tecnológico. Durante os dois anos de programa, ela se reunirá, quinzenalmente, com pesquisadores do hospital Albert Einstein para trocar conhecimentos sobre tecnologia e saúde.  

“Com certeza, foi a melhor notícia que já recebi na vida, dado que se tratava do que eu costumava chamar de ‘oportunidade dos sonhos’ fazer o pós-doutorado no MIT”, afirmou.

Com a bolsa, que se inicia em setembro deste ano, a pesquisadora deve aprofundar os conhecimentos em análise de dados ao estudar no Laboratório de Fisiologia Computacional do MIT, pioneiro no desenvolvimento e curadoria de conjuntos de dados clínicos por meio de registros eletrônicos da saúde.

Para Chrystinne, a seleção representa o reconhecimento de anos de trabalho árduo e dedicação. Além disso, reflete o avanço social na luta contra a sub-representação feminina dentro da esfera científica.

“Me sinto muito feliz e realizada. Ser a primeira selecionada no programa faz com que essa conquista seja ainda mais especial. Avalio o reconhecimento de forma muito positiva, principalmente por saber que a presença das mulheres no setor de tecnologia ainda é bastante reduzida”, afirmou.

Ela falou sobre o vínculo com a UFPB, destacando que a base de sua formação foi construída dentro da instituição paraibana, onde deu seus primeiros passos no espaço acadêmico da pesquisa.

“Foi onde iniciei minha vida de pesquisadora. Participei do programa de Iniciação Científica (PIBIC) durante a graduação, inclusive com a publicação de artigos científicos. Também ingressei no Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID), logo após a conclusão do bacharelado, atuando como pesquisadora e desenvolvedora de aplicações para TV Digital por dois anos”, comentou.

Segundo a pesquisadora, a ciência da computação já é crucial para todas as áreas há alguns anos, mas, com a pandemia do COVID-19, o segmento se tornou ainda mais importante dada a necessidade de adequação do trabalho à modalidade remota nos mais variados campos de atuação. 

“As perspectivas para o futuro da atuação de trabalho na área são as melhores. Acredito que as maiores oportunidades de trabalho virão da Inteligência Artificial, Ciência de Dados e do Aprendizado de Máquina. Investir em cursos nestas áreas pode ser uma excelente opção tanto para quem ainda está começando sua carreira profissional como para profissionais mais experientes que desejam migrar”, pontuou.

No momento, Chrystinne está cursando especialização e residência em Ciência e Engenharia de Dados pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em parceria com a Samsung, conduzida através do Sidi (Samsung Instituto de Desenvolvimento para Informática), com conclusão prevista para agosto deste ano. 

A Reitoria da UFPB parabeniza a conquista da egressa e ressalta a competência da cientista da computação e sua atuação no âmbito da saúde e da tecnologia.

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Reportagem: Mariani Idalino
Edição: Aline Lins
Fotos: Netto Sousa