Coleções Biológicas do Departamento de sistemática e Ecologia

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é, no âmbito do Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE), uma das principais instituições credenciadas pelo Ministério do Meio Ambiente como Fiel Depositária de Amostras do Patrimônio Genético composta por coleções de plantas, fungos e animais de grande valor científico/cultural, que constituem um importante acervo representativo da biodiversidade brasileira. Este projeto visa modernizar as instalações e as práticas de curadoria dessas coleções, particularmente do Herbário Lauro Pires Xavier e das Coleções Zoológicas de Mamíferos, Ictiológica, Herpetológica e Entomológica. Em 36 anos de atividade, estas cinco coleções somam cerca de 350 mil espécimes-lotes e 283 espécimes tipo. Dentre os indicadores que podem ser utilizados para medir o impacto das coleções do DSE no desenvolvimento cientifico nacional, destacamos a expressiva produção científica de mais de 310 artigos e 79 capítulos de livros, alguns inclusive com premiações, como o prêmio Jabuti. Bem como o número de teses e dissertações que utilizaram/utilizam este acervo, sendo 65 teses de doutorado, 80 dissertações de mestrado, 86 monografias de graduação e 131 alunos de IC. A presente proposta almeja primeiramente a melhoria da infraestrutura de conservação de modo a dar continuidade e incrementar as atividades acima descritas. Segundo, pretende-se modernizar a estrutura de gestão e a avaliação da qualidade de dados através de diferentes processos de digitalização. Finalmente, pretende-se disponibilizar os dados informatizados para a comunidade científica e sociedade civil. As coleções do DSE recebem todo o material de referência das teses e dissertações do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, da UFPB, contribuindo para um número cada vez maior de depósitos de espécimes. Além disso, também recebem material oriundo de consultorias ambientais, assim como há uma crescente demanda de depósito de material por parte de órgãos de saúde, de órgãos ambientais e projetos coordenados por pesquisadores de outros estados. Portanto, a primeira demanda do projeto visa equalizar as condições de preservação do material já tombado e garantir a preservação do material que será incorporado futuramente. Neste sentido as metas do projeto são: climatizar todas as coleções com controle de temperatura e umidade; garantir o acondicionamento físico adequado de todo o material em armários e recipientes; garantir a defesa química de todas as coleções secas contra pragas; implementar um sistema de prevenção de incêndios; realizar a informatização coordenada e racional das coleções para fins de gestão, pesquisa, avaliação de qualidade e disponibilização num padrão internacional de acessibilidade (DarwinCore); disponibilizar os dados à comunidade científica e à sociedade civil; capacitar recursos humanos na digitalização e disponibilização de dados. Considerando as crescentes demandas científicas e da sociedade, que pedem a implantação de novos serviços prestados pelas coleções, nosso segundo objetivo é a modernização das coleções, principalmente em termos de infraestrutura de gestão de curadoria. Os objetivos dessa modernização são: permitir aos curadores avaliar e gerenciar o acervo com mais eficiência; avaliar a qualidade dos dados da coleção como a qualidade da identificação do material, a precisão das informações geográficas associadas aos dados de coleta, a existência de outras informações associadas aos espécimes (dados genéticos, reprodutivos e comportamentais). Cabe ressaltar que a avaliação da qualidade de dados é uma etapa fundamental para dimensionar a qualidade de serviços prestados tanto à comunidade científica quanto à sociedade civil. Para isso, as coleções do DSE necessitam investir em informatização avançada (banco de dados relacional acessível via web) e documentação digital dos espécimes, que contemple processos de validação de qualidade de dados, e incorporação de informações geográficas (georreferenciamento); estabelecer uma rotina de conservação e preservação do material e dos dados, bem como criar um banco de imagens dos espécimes. A associação dos espécimes informatizados com outros dados relativos aos espécimes, como informações sobre reprodução, sequências de DNA, cariótipos, parasitos, compostos extraídos, informação comportamental (e.g. canto) tem como objetivo delimitar novos campos de pesquisa, especialmente para a pós-graduação, a partir do importante acervo que foi acumulado. Finalmente, após a avaliação da qualidade de dados, é possível delinear critérios de disponibilização de dados que permitam efetivamente uma avaliação fidedigna de, por exemplo, áreas de ocorrência, riqueza de comunidades, variação temporal que certamente serão utilizados por gestores e analistas na elaboração de políticas públicas.