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A crise ambiental e a segurança alimentar em escala planetária

por Redagri publicado 25/08/2018 14h26, última modificação 05/09/2018 12h07

Disciplina do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPE

Ano 2018. 2

Prof. Responsável: Dr. Marcos Costa Lima

1.Ementa:

A disciplina tem por objetivo discutir a Crise Ambiental em escala planetária, tomando como questões específicas a Segurança Alimentar, os processos de grandes aquisições de terra, e suas repercussões tanto na América latina, quanto na África e na Ásia.

Iniciaremos discutindo e esclarecendo os aspectos teóricos e empíricos da Crise Ambiental, aqui mais relacionados às transformações na Agricultura, desde a questão agrária que reduz a proporção de terras em mãos de camponeses e pequenos produtores, pressionados pelo grande capital internacional,  mas também nacional, de produzir para a exportação com a ajuda e o apoio decisivo de Estados nacionais, que fazem a política das corporações do Setor: produtores de Tratores, de máquinas coletadoras e ceifadoras; do setor produtor de adubos e pesticidas, das produtoras de sementes geneticamente modificadas. Enfim um grande setor da economia mundial.

A crise ambiental encontra-se diretamente afetada pela produção extensiva de soja, de milho, de trigo, plantadas em largas propriedades e com a utilização de muito pouca mão-de-obra. Também a pecuária extensiva, como a praticada pelo Brasil, hoje o maior produtor de carne bovina e que, para tal, provoca a destruição de florestas e matas, indispensáveis à existência de água, hoje um bem que está rareando e onde empresas de refrigerantes, de cerveja, ou meso de água para lavoura, têm os aquíferos ameaçados pelo controle internacional.

São diversas as ilações que podem ser estabelecidas no marco do capitalismo, ou da ecologia capitalista, como dizem Moore e Patel (2018), que apontam a gravidade da relação meio ambiente, segurança alimentar, por um lado e as relações político-econômicas de poder, por outra.

2.Metodologia do Curso:

O Curso está estruturado em uma bibliografia de referência atualizada, com grandes nomes de acadêmicos, pesquisadores e ativistas dos movimentos sociais vinculados a esta problemática. As aulas ocorrerão com seminários coletivos ou individuais, onde serão problematizados os pontos de vista, estabelecidos em uma hierarquia temática que vem do mais geral para o particular: a questão ambiental, a crise ambiental, a segurança alimentar, a compra de terras, a pequena produção e os atores sociais, quer sejam grandes corporações, Estados nacionais, camponeses e movimentos sociais.

3. Referências

1. CHAKRABARTY, Dipesh. The climate of history: Four theses. Critical inquiry, v. 35, n. 2, p. 197-222, 2009.

2. PATEL, Raj; MOORE, Jason W. A History of the World in Seven Cheap Things: A Guide to Capitalism, Nature, and the Future of the Planet. Univ of California Press, 2017.

3. MOORE, Jason W. The Capitalocene, Part I: On the nature and origins of our ecological crisis. The Journal of Peasant Studies, v. 44, n. 3, p. 594-630, 2017.

4. MOORE, Jason W. El auge de la ecología-mundo capitalista (II): las fronteras mercantiles en el auge y decadencia de la apropiación máxima. Filosofía, política y economía en el Laberinto, n. 39, p. 21-30, 2013.

5. MAGDOFF, Fred; WILLIAMS, Chris. Creating an Ecological Society: Toward a Revolutionary Transformation. NYU Press, 2017, part.1.

6. MCMICHAEL, Philip. Food regimes and agrarian questions. Fernwood Publishing, 2013.

7. MCMICHAEL, Philip. Feeding the world: agriculture, development and ecology. Socialist register, v. 43, n. 43, 2007.

8. SASSEN, Saskia. Expulsions: Brutality and complexity in the global economy. Harvard University Press, 2014.

9. SCHANBACHER, William D. “Globalization, Development, Food Security, and the Emergence of a Global Food Regime”. In: The politics of food: the global conflict between food security and food sovereignty. ABC-CLIO, 2010.

10.   ZHOU, Zhangyue. Achieving food security in China: past three decades and beyond. China Agricultural Economic Review, v. 2, n. 3, p. 251-275, 2010.

11.   WELCH, Cliff. Agribusiness: uma breve história do modelo norteamericano. Anais. Por uma geografia Latino-Americana: do labirinto da solidão ao espaço da solidariedade. Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, 2005.

12.   COSTANTINO, Agostina. Land grabbing in Latin America: another natural resource curse?. Agrarian South: Journal of Political Economy, v. 3, n. 1, p. 17-43, 2014.

13.   COTULA, Lorenzo. The international political economy of the global land rush: A critical appraisal of trends, scale, geography and drivers. The Journal of Peasant Studies, v.39, n. 3-4, pp. 649-680, 2012. DOI: 10.1080/03066150.2012.674940.

14.   FLEXOR, Georges; LEITE, Sergio Pereira. Land market and land grabbing in Brazil during the commodity boom of the 2000s. Contexto Internacional, v. 39, n. 2, p. 393-420, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-8529.2017390200010 .

15.   BELIK, Walter. Perspectivas para segurança alimentar e nutricional no Brasil. Saúde e sociedade, v. 12, p. 12-20, 2003.

16.   Rede social de Justiça e Direitos Humanos. Imobiliárias agrícolas transnacionais e a especulação com terras na região do MATOPIBA. 2018. Disponível em:  https://www.farmlandgrab.org/uploads/attachment/MATOPIBA.pdf.

17.   Rede Social de Justiça e Direitos Humanos . A formação das condições para a instalação Red Empresa Radar S/A e a Especulação com Terras no Brasil. 2015. Disponível em: https://www.social.org.br/files/pdf/RevistaREDE2015paranet%202.pdf.

18.   REYDON, Bastiaan Philip; FERNANDES, Vitor Bukvar; TELLES, Tiago Santos. Land tenure in Brazil: the question of regulation and governance. Land use policy, v. 42, p. 509-516, 2015.

19.  KHAN, M. Adil. Putting ‘good society’ahead of growth and/or ‘development’: overcoming neoliberalism's growth trap and its costly consequences. Sustainable Development, v. 23, n. 2, p. 65-73, 2015.

20.  SAMBUICHI, Regina Helena Rosa et al. (Orgs). A política nacional de agroecologia e produção orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Ipea, 2017.