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Caixa

Tambor de dupla membrana brasileiro, de origem ibérica, preserva seus usos e propósitos, principalmente em bandas marciais, militares e tradicionais. Exemplares artesanais são construídos, as vezes de cedro pelos músicos locais. Caixas comerciais de alumínio são usadas nas populares baterias de escolas de samba, onde elas são chamadas de caixa de guerra. Sua classificação seria 2.1.1.2.1.2.1 (Hornbostel; Sachs, 1914).
publicado: 10/10/2016 09h24, última modificação: 27/11/2018 08h21
Caixa utilizada nas escolas de samba
(Foto: Wikipedia¹)

Caixa utilizada nas escolas de samba (Foto: Wikipedia¹)

Caixa s.f. Tambor de dupla membrana brasileiro, de origem ibérica, preserva seus usos e propósitos, principalmente em bandas marciais, militares e tradicionais. Exemplares artesanais são construídos, as vezes de cedro pelos músicos locais. Caixas comerciais de alumínio são usadas nas populares baterias de escolas de samba, onde elas são chamadas de caixa de guerra. As peles, tradicionalmente de pele animal, porém atualmente de plástico, apertadas com chaves ajustáveis nos parafusos de afinação feitos de metal. O tambor não decorado, possui uma caixa externa na parte superior da pele, ajustada facilmente, soando um timbre seco. A maioria tem cerca de 31 cm de diâmetro, mas a profundidade varia: o tarol pequeno ou repique tem aproximadamente 9 cm de profundidade; a caixa-clara média ou caixa-de-guerra, 15 cm de profundidade; e a caixa surda grande ou surdo, 45 ou mais cm de profundidade. O tambor é geralmente suspenso por uma correia que passa envolta do pescoço do tocador ou encosta os joelhos do tocador quando está sentado, e é tocado com duas baquetas. 

A Caixa é um componente indispensável no frevo do Carnaval em Recife, proporcionando um ritmo vigoroso, para virtuosos movimentos de pernas dos dançarinos que seguram pequenos guarda-sóis em uma de suas mãos. Com o agogô e outros tambores (tarol, zabumba, cuíca e surdo), as caixas são usadas para acompanhar o maracatu, ou cambinda, uma dança de procissão associada aos carnavais de Pernambuco e Paraíba. Outros exemplos de caixas artesanais são também utilizadas com os membranofones: adufe, ou pandeiro, e zabumba para acompanhar: flautas de pífano na bandas cabaçal; danças com cenas de conversão (moçambique e congada); e danças relacionadas a ressureição de Cristo (quilombo ou lambe-sujo, caiapó, e caboclinhos). É usada para acompanhar hinos devocionais nos festivais populares católicos que celebram o nascimento (folias de reis) e ascenção (folias do divino) de Cristo (cf. Alvarenga; Béhague)

O samba de morro do Rio de Janeiro usa caixas industriais, com tamborim, cuíca, reco-reco e agogô. Outras escolas de samba as usam com surdos divididos em três categorias, repique, pandeiro, frigideira e ganzá. No carnaval baiano, a caixa é usada nos afoxés dos blocos Afros, com tambores, surdos, repiques (Béhague).


Referências

O. Alvarenga et al. “Caixa”. Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. Ed. M. A. Marcondes (São Paulo, 1977) 126-7.

G. Béhague. Musiques du Brésil: de la cantoria a la samba-reggae (Paris, 1999).

Alice L. Satomi

Tradução: Gabriel da Rosa Seixas

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¹ Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Caixa_(instrumento_musical)> Acesso em: 10 out 2016