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Alfaia

Também chamada, por alguns, de bombo ou zabumba. Seu uso mais conhecido é no maracatu, com timbre característico, frases sincopadas e ritmo marcante. Além disso, é também encontrado nos cocos, cirandas e outros gêneros tipicamente nordestinos.
publicado: 18/05/2016 11h23, última modificação: 05/11/2018 10h28
Alfaia em uso
(Foto: Daniel Avelar¹)

Alfaia em uso (Foto: Daniel Avelar¹)

Alfaia s.f. Também chamada, por alguns, de bombo ou zabumba.  Seu uso mais conhecido é no maracatu, com timbre característico, frases sincopadas e ritmo marcante. Além disso, é também encontrado nos cocos, cirandas e outros gêneros tipicamente nordestinos.

O instrumento seria classificado como um membranofone que é percutido diretamente, tubular, cilíndrico, com membrana dupla, porém, só a membrana superior é tocada. Sua classificação é 2.1.1.2.1.1.2. Geralmente, seu diâmetro pode variar entre 12” e 24”, porém, nos maracatus mais tradicionais, é possível encontrar alfaias de até 30”. Os tambores menores possuem cerca de 13” de altura. 

Pouco se sabe sobre a origem da alfaia e até mesmo do seu próprio nome como afirma o texto escrito pelo grupo Maracatu Baque Alagoano em seu site: “A origem da Alfaia é controversa. Há quem diga que é um instrumento europeu; outras defendem que a sua procedência é africana.”

Em entrevista concedida ao “Programa Diversidade” da TV Cultura, o percussionista pernambucano Sandro Rodrigues, afirmou que escravos provenientes do Congo desembarcavam em Pernambuco e, nas coroações de Portugal, aconteciam os “arrastões”, onde se tinha o maracatu, executados por eles. Ele ainda diz que antigamente, a alfaia era confeccionada com barris de carvalho (utilizados no processo de “envelhecimento” do vinho). Com o passar do tempo, começou a ser utilizado também o tronco da Macaíba (árvore semelhante a Palmeira). Seu tronco oco por dentro, facilitava sua confecção. As peles eram animais e as cordas de sisal. Atualmente, o material de confecção evoluiu, e hoje é muito comum encontrarmos alfaias feitas de compensado.

Sandro Rodrigues também conta que, com a difusão do maracatu, a alfaia vem ganhando espaço,  e seu uso não se limita aos  contextos populares, sendo utilizado em outros meios, como é o caso da Orquestra Sinfônica de Pernambuco.

Quanto a forma de tocar, são utilizadas baquetas em ambas as mãos, em contato com a membrana superior. As baquetas podem variar de peso e dimensão, conforme o que está sendo executado. O instrumentista se apresenta em pé, com a alfaia pendurada em seu ombro por um talabarte, geralmente em cortejo ou procissão.

Referências

Grupo Paranambuca. Alfaia. Disponível em <http://grupoparanambuca.tumblr.com/post/115908175543/alfaia-%C3%A9-um-instrumento-musical-da-fam%C3%ADlia-dos> Acesso em: 26 fev 2016.

Maracatu Baque Alagoano. Alfaia, a voz do trovão na batida do Maracatu. Disponível em <http://maracatubaquealagoano.blogspot.com.br/2011/04/alfaia-voz-do-trovao-na-batida-do.html> Acesso em: 26 fev 2016.

Programa Diversidade. Entrevista com Sandro Rodrigues: Apresentando Alfaia. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=h1lm5MDHxLw> Acesso em: 26 fev 2016.

Gabriel da Rosa Seixas

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¹ <https://eternalheta.files.wordpress.com/2013/03/alfaias-por-daniel-avelar.jpg?w=650> Acesso em: 30 maio 2016.