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Distanciamento também afeta cuidado com crianças e idosos, estudo e lazer
TO/UFPB aborda impacto do isolamento no sono, trabalho e prática esportiva
Uma pesquisa do Departamento de Terapia Ocupacional do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) investiga se o isolamento social em domicílio, para contenção do contágio por Covid-19, alterou a rotina das pessoas adultas.
Segundo os dados preliminares, já se percebe que o distanciamento social tem provocado alterações negativas no cotidiano das pessoas, em aspectos como sono, trabalho, atividades religiosas e de autocuidado, sobretudo prática de atividades físicas.
O distanciamento social também alterou o cuidado com as crianças e com os idosos, atividades de ensino e de lazer. Mas nem todas as modificações foram apontadas, inicialmente, como negativas, a exemplo das relações familiares, que, para algumas pessoas, melhoraram.
O levantamento é realizado por meio de questionário on-line. Até esta quinta-feira (4), a pesquisa, que teve início em 26 de maio, já tinha recebido aproximadamente 200 respostas em menos de dez dias. A meta é atingir pelo menos 500 participantes.
O estudo está sendo conduzido pela pesquisadora Berla Moraes, líder do grupo de pesquisa Vida adulta e cotidiano. Ela explica que a sua percepção de mudanças em uma série de rotinas das pessoas, em função do distanciamento social, foi o que motivou o estudo.
“Acredito que a pesquisa vai contribuir socialmente porque a gente já começou a analisar um pouco e ela já dá indícios de que várias rotinas foram alteradas. Então a gente já começa a perceber que realmente as rotinas tiveram alterações, logo, como terapeutas ocupacionais, pretendemos propor soluções”, diz a pesquisadora.
Os dados também poderão ser utilizados como subsídios para que outras estudos sejam empreendidos. Ela observa que mudanças nas questões emocionais, como medo e ansiedade, podem estar impactando na realização das ocupações cotidianas.
Berla Moraes avalia que é preciso considerar, para as análises, fatores como a classe social dos entrevistados. “Para pessoas com renda mais baixa, por exemplo, pode haver impacto negativo nos relacionamentos, no nível de satisfação com a rotina, nas ocupações cotidianas. Por isso a pesquisa precisa ser bem divulgada para ampliar seu alcance e chegar a todos os públicos”.
Além disso, a pesquisadora adverte que, após o isolamento social, as pessoas vão precisar de tempo para se adaptar à nova normalidade. “Há um risco de terem dificuldades para ajuste do sono, trabalho, lazer, autocuidado”.
Conforme Berla Moraes, a partir do momento que a pessoa tem a consciência de como está sua rotina, é possível ajudá-la a reorganizá-la de modo mais saudável, considerando suas condições de vida.
Os resultados serão disponibilizados por meio do perfil do grupo de pesquisa no Instagram e no site do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPB. O estudo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para Seres Humanos (Conep) do Ministério da Saúde. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail vidaadultacotidiano@gmail.com.
Fonte: Ascom/UFPB
Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz