Você está aqui: Página Inicial > Contents > Páginas > Acervo Brazinst > Idiofones > Trocano
conteúdo

Notícias

Trocano

Também chamado de trocana ou torokaná, seria um idiofone que é percutido diretamente, batido, tubular e isolado, sendo assim classificado como 111.221.
publicado: 13/06/2016 08h46, última modificação: 17/04/2018 11h57
Exibir carrossel de imagens Imagem atual de um trocano
(Foto: tucsonian¹)

Imagem atual de um trocano (Foto: tucsonian¹)

Trocano s.m. também chamado de trocana ou torokaná, seria um idiofone que é percutido diretamente, batido, tubular e isolado, sendo assim classificado como 111.221. 

Baseando-se em relatos de Almeida (1942:35) o trocano “e’ um tôro de madeira, inteiriço, excavado a fogo, de uns dous a três metros de comprimento e geralmente mais de metro e meio de diâmetro (os tamanhos variam muito), de madeira leve e sonora, com três buracos de uns dez centímetros de diâmetro, reunidos por uma estreita fenda.” Como podemos observar na imagem 1, existem ainda trocanos que possuem quatro aberturas em sua parte superior.

Renato Almeida diz que não se trata de um instrumento musical, mas sim de sinal. Isso, pois o trocano era usado para comunicação entre os indígenas, e isso era uma prática comum por grande parte dos índios de toda América. “Instrumento com que os indígenas comunicam de maloca em maloca e serve para chamar a gente e dar sinais”, diz Stradelli em registro de Renato Almeida (1942:35). Era o telégrafo dos índios; através do trocano, uma aldeia se comunicava com a outra, transmitindo as notícias através de pequenas frases combinadas em um código de sinais, satisfazendo as necessidades locais. As informações se propagavam “com celeridade e segurança”, e o alcance do som era de até 12 km em média.

 Stradelli diz que os sinais eram transmitidos batendo no trocano com um macete de cabeça de goma elástica, ou envolvida em tiras de couro de anta, entre os dois buracos extremos. Os sinais então eram enviados com base no lugar em que se bate sons diferentes, aliado ao número de golpes e seu espaçamento.  


Referências

Almeida, Renato. 1942. História da Música Brasileira. 2 ed. Rio de Janeiro: Briguiet.

Andrade, Mário de. 1989. Dicionário Musical Brasileiro. São Paulo: USP.

Stradelli, Ermano. 1929. Vocabularios da lingua geral portuguez-nheêngatú e nheêngatú-portuguez. 


Gabriel da Rosa Seixas

_______________________________________

¹ Disponível em <https://tucsonian.wordpress.com/> Acesso em 13 jun 2016

² Disponível em <https://pib.socioambiental.org/pt/povo/etnias-do-rio-negro/1525> Acesso em 13 jun 2016