Cajón

Cajón s.m: Instrumento de origem afro-peruano confeccionado a partir de diferentes tipos de madeira em formato de caixa oca, com uma abertura geralmente em forma de círculo na parte de trás, alguns modelos utilizam também esteiras na parte interna semelhante à caixa de rufo ou até mesmo cordas de violão ou guitarra. É percutido diretamente utilizando as mãos e a ponta dos dedos possibilitando diversas variações de timbres ao tocar em diferentes regiões no instrumento. Dessa forma, classificado como Idiofone, pois o som é obtido pela solidez e elasticidade do próprio instrumento (1), é vibrado pela percussão (1.1) direta (1.1.1) através das mãos do músico (1.1.1.2) onde o objeto sonoro é um recipiente (1.1.1.2.4) em forma de caixa (1.1.1.2.4.3) retangular utilizado individualmente (1.1.1.2.4.3.1).

“O Cajón foi-se desenvolvendo, devido a uma cultura típica de festejos, surgindo novos ritmos como, o Lando, o Tondero e o Pavandé”. (Brito, 2022, p.16). Outros ritmos também conhecido por fazer uso desse instrumento é a “Zamacueca estilo de música peruana influenciada por africanos e espanhóis e sua origem remonta do séc XVI e XVII. É um estilo de música animada com danças características da cultura antiga do país” (Mothé, 2014, p.19). Outro ritmo que recebe influência deste instrumento é o Flamenco. Este último, em proeminência devido ao músico violonista Paco de Lucía (1947-2014), sendo responsável por difundir esse instrumento por toda Europa onde ganhou forma e destaque com o a inclusão deste instrumento ao Flamenco. No Brasil, foi introduzido por latinos americanos e adotado para acompanhar desde samba, choro, pop rock, axé entre outros ritmos e gêneros musicais.

‘‘A origem desse instrumento remonta ao Peru Colonial do séc. XVII, surgindo entre escravos africanos transferidos para o Peru’’ (Oliveira, cit. por Brito, 2022, p.15). A dificuldade em encontrar documentos que comprovem sua origem se deve ao fato do, cajón, ser considerado à época como um instrumento marginalizado. ‘‘Segundo o historiador Rubens Vargas (1984) a primeira referência do cajón data de 1671, embora mais nenhum texto durante os próximos 170 anos fizesse alguma menção ao instrumento’’ (VARGAS, cit. por Mothé, 2014, p.19).

Hiwry Taniguchi S. de Santana

Referências Bibliográficas:

BRITO, Rui Vieira, 2022. Postura e técnica: O Cajón flamenco como ferramenta para o desenvolvimento da prática da caixa de rufo no ensino especializado da música. Relatório de estágio de mestrado em música, 105f, Conservatório de música do Porto: Universidade do Minho.

MOTHÉ, Rodrigo Gonçalves, 2014. Monografia do curso de bacharelado em Designer, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fonografia:

 Disponível em: https://youtu.be/AxRjXMeDH7g?si=9YQeO3olTYQFXT_M

 Disponível em: https://youtu.be/S6fLObIZqYg?si=m_KfjW-8P6bQLSuf

 Disponível em: https://youtu.be/1TyPbEDozwY?si=91tfCQU1DsxW7Uz0