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Bapo
Bapo s.m. Seria um idiofone percutido indiretamente, agitado e com forma recipiente, quando os objetos sonoros se entrechocam e contra a parede de um recipiente, sendo assim, 112.13. O instrumento enquadra-se nos classificados pela musicóloga Helza Camêu como chocalhos globulares (ver maracá).
Segundo Helza Camêu (1979:19), o bapo é feito do fruto da Cucurbita Lagenaria, popularmente conhecida por cabaça. Ela é enchida por grãos, porém não é perfurada. A cabaça do bapo apresenta cobertura de penas e dispõe de punho curto. “Essa cobertura corresponde, de acordo com a coloração e as combinações de matrizes, à vinculação com determinado clã.”
Os bapos são, geralmente, utilizados aos pares. Quando isso acontece, cada um tem sua função específica. “O da mão direita, sacudindo com mais velocidade, marca as sílabas do canto e o da mão esquerda dá-lhe o ritmo” (id.).
O exemplar descrito por Helza Camêu (1979:18) pertence aos índios BORORO do grupo otuke. Faz parte da aldeia Toriparo no Córrego Acugã, no estado do Mato Grosso. Sua área cultural abrange o Tocantins até o Xingu e seu contato é permanente.
Referência
Camêu, Helza¹. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros (catálogo da exposição). Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, Funarte. 1979.
Gabriel da Rosa Seixas
Colbacchini, Antônio & Albisetti, Cesar. Os borôros orientais. (Orarimugdoge) São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1942 (Bibl. pedagógica brasileira, série 5: Brasiliana, 4).
Izikowitz, K. G. Musical and other sound Instruments of the South American Indians. Götenborg, Elender Boktryckery Aktiebolag, 1935.