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Jaku-I
Jaku-I s.m. Instrumento de sopro do tipo flauta, com ducto e deflector. É descrito por Rafael Menezes Bastos (1989: 61) como “tubo aberto nas duas extremidades, formado por dois hemisférios. Quatro orifícios digitais. Posição vertical de toque”. Helza Cameu (1979: 61) apresenta características detalhadas de construção do instrumento (da coleção Pedro Lima, 1948), sendo “feito com duas faces de madeira resistente, não identificada, medindo 1,06x0,18, ligadas por meio de cera de abelha e reforçadas com embira forte”. Complementa a informação trazida por Bastos, quando descreve “a flauta, de embocadura moldada com cera, apresenta defletor e 4 orifícios digitais, ovalados, situados mais próximos à saída de som”.
Por ser inserido na classificação 421.221.12, é instrumento de sopro do tipo flauta, com ducto interno, aberto, com digitadores.
O Yaku’i, como é chamado por Rafael Menezes Bastos, é tocado em contexto de cerimônia e ritual, com três flautas tocando em conjunto, desenvolvendo-se a “polifonia (‘heterofonia’) conduzida pelo tocador central (sempre um ‘mestre de música’)”. E ao lado do mestre permanecem os dois “aprendizes”.
Este pequeno jacu é encontrado dentre o povo Kamayurá, do tronco lingüístico Tupi, no Rio Batovi, área cultural do Alto Xingu, de “contato intermitente”. (Cameu, 1979: 60)
Rayssa Claudino de Melo
Referências:
Bastos, Rafael J. Menezes. 1986. Música, cultura e sociedade no alto-Xingu: A teoria musical dos índios Kamayurá. In: Revista de Música Latino americana, Vol. 7, No. 1 (Spring - Summer, 1986), pp. 51-80. Austin: University of Texas.
Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte.