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Ipona

Instrumento do tipo buzina, encontrado entre o povo Umutina, usadas durante as danças tradicionais e antigamente eram usadas para sinalização no fim das cerimônias de saudação.
publicado: 27/03/2017 12h07, última modificação: 21/07/2023 03h09
Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 48

Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 48

 

 

Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 48

Ipona. Instrumento do tipo buzina, descrito por Helza Cameu (1979: 49) como “constituído por um chifre de boi adaptado a um pequeno tubo de taquara por meio de fios e cerol. O chifre apresenta-se desbastado”. Maria Alice de Souza Cupudunepá (2002: 23) apresenta também o material do buriti e o casco de tatu como possibilidade de construção do instrumento.

Sua produção sonora diferencia, quanto ao material utilizado. Cupudunepá (id.) explica: “O som da flauta de taquara é produzido por uma taquara fina encaixada em uma grossa. A flauta de buriti produz som através de um pequeno orifício transversal.”

Apesar da omissão em bibliografia consultada, imagina-se que sua produção sonora provavelmente se dá pela vibração dos lábios, portanto entraria na classificação de trompete natural, de formato tubular e de embocadura lateral retilínea, seguindo então a classificação 423.122.1.

Este instrumento foi encontrado entre o povo Umutina, grupo isolado, localizado às margens do Rio São Lourenço, Mato Grosso, área cultural Tocantins, Xingu, integrado. (Cameu, 1979: 48)

Harald Schultz, citado por Cameu, atribui a este instrumento “qualidades mágicas”. Cupudunepá (id.) especifica o contexto de uso do instrumento: “As flautas são usadas durante as danças tradicionais e antigamente eram usadas para sinalização no fim das cerimônias de saudação”. Ele é tocado em contexto festivo, conforme atesta Mônica Cidele da Cruz, em sua tese de doutorado (2012: 14): “O ritual do culto aos mortos, chamado adoé era a maior manifestação religiosa entre os Umutína. Os festejos, que começavam durante a estação chuvosa e por ocasião da colheita do milho verde, duravam de cinco a seis semanas constituídos de 17 danças rituais”.

(Visualização de fotos do povo Umutina)

 Rayssa Claudino de Melo

Referência:

Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte.

Cupudunepá, Maria Alice de Souza. 2002. Arte Umutina. Mato Grosso: SEDUC.

Cruz, Mônica Cidele da. 2012. Povo Umutina: a busca da identidade linguística e cultural. 202 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.