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Aidjê

Espécie de zunidor, ou zumbidor, cujo fenômeno acústico se processa através do atrito de um objeto rodopiado contra o ar. É instrumento de ritual, usado em cerimônia funerária.
publicado: 28/11/2016 12h27, última modificação: 21/07/2023 02h26
Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 36.

Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 36.

 

 

Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 36.

Aidjê s.m. Espécie de zunidor, ou zumbidor, cujo fenômeno acústico se processa através do atrito de um objeto rodopiado contra o ar. Quanto maior a velocidade da ação, maior o volume e altura do som. Em inglês bull-roarer, é um aerofone livre, feito de madeira e coberto de penas, cujas combinações de cores determinam o clã que representa, e indicam também o sexo (Cameu, 1979: 37).

Sua forma é descrita por Von den Steinen, citado por Renato Almeida (1942: 43): “é comprido-oval, o tamanho é 0m,40 a 0m,42, na extremidade da corda acha-se uma talha e, um pouco distante deste, na linha média da tábua, um orifício para ficar segura a corda entre esse orifício e o talhe”. Seu funcionamento ocorre através de um rápido movimento giratório, onde a tábua corta o ar e produz o zunido forte. (Almeida, 1942: 42). Os instrumentos descritos pertencem à Coleção da Secção Americana, do Museu de Antropologia de Etnografia, anexo a Academia de Ciências da Rússia.

Por ser aerofone livre, de interrupção, não idiofônico e rodopiante, segue a classificação 412.22.

É instrumento de ritual, usado em cerimônia funerária, representando “um animal aquático, constituindo-se em família (pais e filhos). [...] Nos funerais representa o morto” (Cameu, id). Neste último contexto, “não pode ser visto nem ouvido por mulheres e crianças, porque os índios crêem que os maus espíritos conjurados se refugiam neles e em outros instrumentos igualmente tabús, e assim serão fatais às mulheres e meninos que os virem ou ouvirem soar” (Almeida, 1942: 43).

É encontrado entre os índios Bororó/Otuke, na Aldeia Toriparo, Córrego Acugã, no Mato Grosso, área cultural de Tocantins, Xingu.

 Rayssa Claudino de Melo

Referências:

Almeida, Renato C. 1942. História da Música Brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Briguiet.

Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte.