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Pesquisa subvencionada pelo CNPq mapeará violência escolar na Paraíba buscando soluções para o problema
O ser humano é pacífico ou violento por natureza? Essa é uma questão que, por séculos e séculos, tem ocupado diversos pensadores, como Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau. O tema da ‘bondade e maldade’ do ser humano. Contudo, o avanço contemporâneo das pesquisas sobre o assunto tem revelado que é necessário superar as visões dicotômicas, ao enfatizar que é preciso compreender as ações humanas tendo presente que o ser humano é ‘complexo’, sendo capaz tanto da paz como da violência, e que estes estados não são dados inatos e estáticos, mas sim processuais e decorrentes do tipo de construção social e histórica no qual ele está envolvido. É com essa perspectiva que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal órgão de ciência e tecnologia do Brasil, estará subvencionando um macroestudo sobre violência escolar na Paraíba, com financiamento relativo ao período 2022-2025.
Trata-se de um projeto aprovado em edital do CNPq e tematicamente relacionado à Sociologia da Educação. Será coordenado pelo professor Ivonaldo Leite, no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Sociedade e Culturas (GEPEDUSC), no contexto do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE)/UFPB.
A violência escolar tem assumido várias faces, e, nos últimos tempos, tem ocorrido com significativa frequência, por exemplo, através dos casos de bullying. Ou seja, uma forma de violência entre pares que se manifesta por meio de agressões verbais, físicas, psicológicas, importunação sexual e virtual (cyberbullying). Por outro lado, dados disponíveis revelam que 12,5% dos professores brasileiros são vítimas de agressões dos alunos, com as agressões indo de ameaças e insultos verbais até à violência física. Essa situação coloca o Brasil na condição de líder mundial do ranking da violência escolar. Trata-se de uma realidade com reflexos concretos na Paraíba, onde, como em outros estados, casos de incidentes escolares têm sido registrados no cotidiano das instituições educativas, causando prejuízos ao processo de ensino-aprendizagem e ao desenvolvimento das relações de socialização estudantil.
Dessa forma, ao mapear as causas da violência escolar e os seus impactos nos estabelecimentos de ensino paraibanos, a pesquisa tem como propósito procurar apontar formas de lidar com a situação, buscando então alternativas para enfrentar o problema. Trata-se, portanto, de uma pesquisa sociológica com relevante valor tanto do ponto de vista do conhecimento sistematizado como social, conforme é a tradição dos projetos subvencionados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).