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Apresentação

por ctufpb publicado 27/06/2022 12h33, última modificação 04/08/2022 15h16

O que é Engenharia de Produção?

 

Definição

É o ramo da engenharia que gerencia os recursos humanos, financeiros e materiais para aumentar a produtividade de uma empresa. Buscando uma integração de pessoas, informações, materiais e equipamentos a fim de produzir um serviço ou produto de modo econômico, consistente com os valores sociais vigentes e a preservação dos recursos naturais e do ambiente, a fim de avançar na qualidade e aumentar a produtividade.

O engenheiro de produção é peça fundamental em indústrias e empresas de quase todos os setores. Ele une conhecimentos de administração, economia e engenharia para racionalizar o trabalho, aperfeiçoar técnicas de produção e ordenar as atividades financeiras, logísticas e comerciais de uma organização. O Engenheiro de Produção é, portanto, um profissional que, além de conhecimentos específicos de tecnologia, tem uma formação especial voltada para o projeto e a gerência de sistemas produtivos, atuando na interface das partes tecnológica e gerencial da Engenharia. 

Por atuar como elo entre o setor técnico e o administrativo, seu campo de trabalho ultrapassa os limites da indústria, embora sua aplicação se faça particularmente necessária na produção industrial de bens e na prestação de serviços complexos. Especialista em economia empresarial, por exemplo, costuma ser contratado por bancos para montar carteiras de investimentos. Esse profissional é requisitado, também, por empresas prestadoras de serviços para gerenciar a seleção de pessoal, definir funções e planejar escalas de trabalho.

Por este caráter de interface, existe muita confusão, mesmo entre profissionais da área, no que se refere à diferença entre Engenharia de Produção e a Administração de Empresas. Tal conflito de conceituação pode ser esclarecido quando se observa o enfoque principal destas duas ciências: enquanto a Administração centra-se, principalmente, na gestão dos processos administrativos, processos de negócio e na organização estrutural da empresa, a engenharia de produção concentra-se na gestão dos processos produtivos. 

 

Campo de Atuação

A Engenharia de Produção desenvolveu-se, ao longo do século XX, em resposta às necessidades de desenvolvimento de métodos e técnicas de gestão dos sistemas produtivos demandada pela evolução tecnológica e mercadológica caracterizada anteriormente. Enquanto que os ramos tradicionais da Engenharia, cronologicamente seus precedentes, evoluíram na linha do desenvolvimento da concepção, fabricação e manutenção de sistemas técnicos, a Engenharia de Produção veio a concentrar-se no desenvolvimento de métodos e técnicas que permitem otimizar a gestão da produção. Existem, contudo, no Brasil, dois tipos de cursos na área: os cursos ditos plenos e os cursos concebidos como habilitações específicas de um dos ramos tradicionais da Engenharia. Os cursos do primeiro tipo concentram quase toda a carga horária profissionalizante no estudo da gestão da produção, enquanto que os do segundo tipo dividem essa carga entre esse estudo e o dos sistemas técnicos - normalmente, priorizando este último por larga margem. Deve-se notar que a legislação atualmente em vigor considera apenas os egressos do primeiro tipo de curso como Engenheiros de Produção.

O aparecimento da Engenharia de Produção com uma componente mais gerencial deveu-se, provavelmente, ao fato dos cursos da área das Ciências da Administração de Empresas conduzirem seus egressos a uma formação de característica mais analítica, sem o foco principal na resolução de problemas, característica bem mais típica da Engenharia. Esta diferenciação torna o profissional de Engenharia de Produção apto a lidar com problemas relacionados com a mobilização de recursos técnicos, dentro da função de cumprir as tarefas a que se destina a empresa ou instituição a que serve.

 Convém ressaltar, contudo, que não cabe ao engenheiro de produção de formação plena o papel de substituir seus colegas de formação nos ditos ramos clássicos da Engenharia (estabelecidos conforme a classificação atual do Sistema CONFEA-CREA e da antiga portaria MEC nº. 48/76), pois sua habilitação profissional capacita-o basicamente a atuar como gestor dos recursos de produção, necessitando vir a interagir com tais colegas na realização das suas atividades.

 

Demanda

A necessidade dos conhecimentos e técnicas da área da Engenharia de Produção tem feito com que o mercado procure e valorize os profissionais egressos dos cursos desta modalidade. Em função disso, a demanda pelos cursos de Engenharia de Produção tem sido muito grande, segundo apontam as estatísticas dos vestibulares.

 

Mercado de trabalho

"O mercado está em alta para engenheiros, em geral, e a característica do engenheiro de produção, de implantar e gerenciar esquemas produtivos que mesclam hardware, software e trabalho humano, dá-lhe uma visão ampla para trabalhar em diversos segmentos", diz o professor Antônio Carlos Cabral, coordenador do Instituto Mauá de Tecnologia (Mauá-SP). Esse profissional pode atuar na gestão de diversos processos produtivos, como uma lanchonete, uma empresa de transporte, um hospital, onde faz a coordenação da produção. Uma das áreas de maior expansão é a de logística. Bancos, financeiras e administradoras de cartão de crédito requisitam o graduado para atuar na gestão de carteiras e análise de investimentos. A maioria das vagas concentra-se no Sudeste, mais precisamente em São Paulo, e no Sul. Mas a instalação de grande número de indústrias no Ceará e na Paraíba tem aberto o mercado no Nordeste. Merece destaque ainda a Região Centro-Oeste, com a agroindústria.

 

Áreas

As áreas e sub-áreas específicas do curso de Engenharia de Produção, segundo a ABEPRO, são:

 

1.         ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO

         Projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da empresa.

1.1.     Gestão de Sistemas de Produção e Operações

1.2.     Planejamento, Programação e Controle da Produção

1.3.     Gestão da Manutenção

1.4.     Projeto de Fábrica e de Instalações Industriais: organização industrial, layout/arranjo físico

1.5.     Processos Produtivos Discretos e Contínuos: procedimentos, métodos e sequências

1.6.     Engenharia de Métodos

 

2.         LOGÍSTICA

         Técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movimentação, o estoque e o armazenamento de insumos e produtos, visando a redução de custos, a garantia da disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos níveis de exigências dos clientes.

2.1.     Gestão da Cadeia de Suprimentos

2.2.     Gestão de Estoques

2.3.     Projeto e Análise de Sistemas Logísticos

2.4.     Logística Empresarial

2.5.     Transporte e Distribuição Física

2.6.     Logística Reversa

 

3.         PESQUISA OPERACIONAL

         Resolução de problemas reais envolvendo situações de tomada de decisão, através de modelos matemáticos habitualmente processados computacionalmente. Aplica conceitos e métodos de outras disciplinas científicas na concepção, no planejamento ou na operação de sistemas para atingir seus objetivos. Procura, assim, introduzir elementos de objetividade e racionalidade nos processos de tomada de decisão, sem descuidar dos elementos subjetivos e de enquadramento organizacional que caracterizam os problemas.

3.1.     Modelagem, Simulação e Otimização

3.2.     Programação Matemática

3.3.     Processos Decisórios

3.4.     Processos Estocásticos

3.5.     Teoria dos Jogos

3.6.     Análise de Demanda

3.7.     Inteligência Computacional

 

4.         ENGENHARIA DA QUALIDADE

         Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que considerem o gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão e a utilização de ferramentas da qualidade.

4.1.     Gestão de Sistemas da Qualidade

4.2.     Planejamento e Controle da Qualidade

4.3.     Normalização, Auditoria e Certificação para a Qualidade

4.4.     Organização Metrológica da Qualidade

4.5.     Confiabilidade de Processos e Produtos

 

5.         ENGENHARIA DO PRODUTO

         Conjunto de ferramentas e processos de projeto, planejamento, organização, decisão e execução envolvidas nas atividades estratégicas e operacionais de desenvolvimento de novos produtos, compreendendo desde a concepção até o lançamento do produto e sua retirada do mercado com a participação das diversas áreas funcionais da empresa.

5.1.     Gestão do Desenvolvimento de Produto

5.2.     Processo de Desenvolvimento do Produto

5.3.     Planejamento e Projeto do Produto

 

6.         ENGENHARIA ORGANIZACIONAL

         Conjunto de conhecimentos relacionados à gestão das organizações, englobando em seus tópicos o planejamento estratégico e operacional, as estratégias de produção, a gestão empreendedora, a propriedade intelectual, a avaliação de desempenho organizacional, os sistemas de informação e sua gestão e os arranjos produtivos.

6.1.     Gestão Estratégica e Organizacional

6.2.     Gestão de Projetos

6.3.     Gestão do Desempenho Organizacional

6.4.     Gestão da Informação

6.5.     Redes de Empresas

6.6.     Gestão da Inovação

6.7.     Gestão da Tecnologia

6.8.     Gestão do Conhecimento

 

7.         ENGENHARIA ECONÔMICA

         Formulação, estimação e avaliação de resultados econômicos para avaliar alternativas para a tomada de decisão, consistindo em um conjunto de técnicas matemáticas que simplificam a comparação econômica.

7.1.     Gestão Econômica

7.2.     Gestão de Custos

7.3.     Gestão de Investimentos

7.4.     Gestão de Riscos

 

8.         ENGENHARIA DO TRABALHO

         Projeto, aperfeiçoamento, implantação e avaliação de tarefas, sistemas de trabalho, produtos, ambientes e sistemas para fazê-los compatíveis com as necessidades, habilidades e capacidades das pessoas visando a melhor qualidade e produtividade, preservando a saúde e integridade física. Seus conhecimentos são usados na compreensão das interações entre os humanos e outros elementos de um sistema. Pode-se também afirmar que esta área trata da tecnologia da interface máquina - ambiente - homem - organização.

8.1.     Projeto e Organização do Trabalho

8.2.     Ergonomia

8.3.     Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança do Trabalho

8.4.     Gestão de Riscos de Acidentes do Trabalho

 

9.         ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE

         Planejamento da utilização eficiente dos recursos naturais nos sistemas produtivos diversos, da destinação e tratamento dos resíduos e efluentes destes sistemas, bem como da implantação de sistema de gestão ambiental e responsabilidade social.

9.1.     Gestão Ambiental

9.2.     Sistemas de Gestão Ambiental e Certificação

9.3.     Gestão de Recursos Naturais e Energéticos

9.4.     Gestão de Efluentes e Resíduos Industriais

9.5.     Produção mais Limpa e Ecoeficiência

9.6.     Responsabilidade Social

9.7.     Desenvolvimento Sustentável

 

10.      EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

         Universo de inserção da educação superior em engenharia (graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão) e suas áreas afins, a partir de uma abordagem sistêmica englobando a gestão dos sistemas educacionais em todos os seus aspectos: a formação de pessoas (corpo docente e técnico administrativo); a organização didático pedagógica, especialmente o projeto pedagógico de curso; as metodologias e os meios de ensino/aprendizagem. Pode-se considerar, pelas características encerradas nesta especialidade como uma "Engenharia Pedagógica", que busca consolidar estas questões, assim como, visa apresentar como resultados concretos das atividades desenvolvidas, alternativas viáveis de organização de cursos para o aprimoramento da atividade docente, campo em que o professor já se envolve intensamente sem encontrar estrutura adequada para o aprofundamento de suas reflexões e investigações.

10.1.      Estudo da Formação do Engenheiro de Produção

10.2.      Estudo do Desenvolvimento e Aplicação da Pesquisa e da Extensão em Engenharia de Produção

10.3.      Estudo da Ética e da Prática Profissional em Engenharia de Produção

10.4.     Práticas Pedagógicas e Avaliação Processo de Ensino-Aprendizagem em Engenharia de Produção

10.5.      Gestão e Avaliação de Sistemas Educacionais de Cursos de Engenharia de Produção

 

Habilidades

Pode-se caracterizar o perfil desejado para o engenheiro de produção em termos de sua capacitação técnica e do seu modo de atuação dentro da sua empresa ou instituição. Em termos técnicos, ele deve ser capaz de atuar fundamentalmente na organização das atividades de produção, assim recebendo treinamento em métodos de gestão e em técnicas de otimização da produção. Quanto ao seu modo de atuação, deve ser preparado, acima de tudo, para ser um profissional capaz de estabelecer as interfaces entre as áreas que atuam diretamente sobre os sistemas técnicos e entre essas e a área administrativa da empresa. Este perfil tem tornado este profissional muito procurado pelas empresas pela sua capacitação híbrida gerencial-técnica.

Ainda, do ponto de vista vocacional, há uma diferenciação em relação ao perfil do ingressante nos cursos de ramos clássicos da Engenharia, pois se exige do postulante aos cursos de EP interesse, visão e aptidões coerentes com abordagens gerenciais; porém, sem deixar de manter o interesse em assuntos da competência da área dos sistemas técnicos. Paralelamente, exige-se também certo espírito “solucionador de problemas”, típico do engenheiro.

O profissional que o curso pretende formar deve possuir as seguintes competências, atitudes e habilidades, que poderão ser atribuídas de forma integral ou parcial, em seu conjunto ou separadamente, para o exercício pleno da profissão:

  • Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir, com eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhorias contínuas.
  • Ser capaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisões.
  • Ser capaz de projetar, implantar e aperfeiçoar sistemas, produtos e processos, levando em consideração os limites e as características das comunidades envolvidas.
  • Ser capaz de prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-how, projetando produtos ou melhorando suas características e funcionalidade.
  • Ser capaz de incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o sistema produtivo, tanto nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, aprimorando produtos e processos, e produzindo normas e procedimentos de controle e auditoria.
  • Ser capaz de prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a interação entre as organizações e os seus impactos sobre a competitividade.
  • Ser capaz de acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade.
  • Ser capaz de compreender a inter-relação dos sistemas de produção com o meio ambiente, tanto no que se refere à utilização de recursos escassos quanto à disposição final de resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de sustentabilidade.
  • Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos.
  • Ser capaz de gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologias adequadas.

Para o desempenho de atividades para o exercício específico da profissão, o profissional deve possuir as seguintes competências, atitudes e habilidades, que poderão ser atribuídas de forma integral ou parcial, em seu conjunto ou separadamente:

  • Compromisso com a ética profissional.
  • Iniciativa empreendedora.
  • Disposição para auto-aprendizado e educação continuada.
  • Comunicação oral e escrita.
  • Leitura, interpretação e expressão por meios gráficos.
  • Visão crítica de ordens de grandeza.
  • Domínio de técnicas computacionais.
  • Domínio de língua estrangeira.
  • Conhecimento da legislação pertinente.
  • Capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares.
  • Capacidade de identificar, modelar e resolver problemas.
  • Compreensão dos problemas administrativos, sócio-econômicos e do meio ambiente.
  • Responsabilidade social e ambiental.
  •  “Pensar globalmente, agir localmente”.