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Dia Mundial contra a AIDS 2020: solidariedade mundial, responsabilidade compartilhada

publicado: 01/12/2020 07h53, última modificação: 01/12/2020 07h53

Todos os anos, no dia 1° de dezembro, o mundo comemora o Dia Mundial contra a AIDS. Pessoas em todo o planeta se unem para mostrar apoio às pessoas que vivem e são afetadas pelo HIV e para lembrar daqueles que perderam suas vidas devido à AIDS.

Em 2020, a atenção do mundo se concentrou na pandemia de COVID-19 na saúde e como as pandemias afetam vidas e meios de subsistência. A COVID-19 está mostrando mais uma vez como a saúde está interligada a outras questões críticas, como redução da desigualdade, direitos humanos, igualdade de gênero, proteção social e crescimento econômico. Com isso em mente, este ano o tema do Dia Mundial contra a AIDS é “Solidariedade mundial, responsabilidade compartilhada”.

A COVID-19 demonstrou que, durante uma pandemia, ninguém está seguro até que todas as pessoas estejam seguras. Deixar as pessoas para trás não é uma opção se quisermos ter sucesso. Eliminar o estigma e a discriminação, colocar as pessoas no centro e fundamentar nossas respostas em direitos humanos e abordagens sensíveis ao gênero são chave para acabar com as pandemias conflitantes de HIV e COVID-19.

A pandemia de COVID-19 revelou as desigualdades enraizadas que existem em nossas sociedades. Esta crise de saúde, como muitas outras, atinge as pessoas mais pobres e mais vulneráveis de forma mais dura. Vimos como a crise de COVID-19 intensificou os desafios enfrentados por pessoas que vivem com HIV, mulheres e meninas e populações-chave. Isso inclui o acesso a cuidados de saúde que salvam vidas, e a forma que a crise ampliou as desigualdades sociais e econômicas aumentou a vulnerabilidade de grupos marginalizados ao HIV. No entanto, essa crise também foi um alerta, uma oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente—melhor e em conjunto. Em muitos aspectos, a derrota da AIDS como uma ameaça à saúde pública depende de como o mundo responde à COVID-19.

A liderança e o envolvimento das comunidades, fundamentais para o sucesso da resposta à AIDS, também foram essenciais para responder à COVID-19. Vimos inúmeros exemplos de como o ativismo comunitário e a solidariedade foram, mais uma vez, primordiais no fornecimento de informações, serviços, proteção social e esperança às pessoas afetadas pelo HIV. No entanto, essa solidariedade não pode ser de responsabilidade exclusiva das comunidades. Governos, doadores, líderes religiosos, sociedade civil e todas as pessoas precisam contribuir para tornar o mundo um lugar mais saudável.

A COVID-19 também mostrou como a vontade política pode trazer mudanças. Vimos governos implementando medidas políticas extraordinárias e recursos financeiros para salvar vidas e proteger meios de subsistência. Vimos colaboração entre países para garantir a continuidade do tratamento do HIV e vimos países se unindo em apoio ao apelo internacional para tornar a vacina contra a COVID-19 uma vacina popular, disponível a todas as pessoas de forma equitativa. Ao entrarmos na última década de ação para acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030, precisamos de vontade política para alcançar nosso objetivo. Podemos chegar lá!

A solidariedade mundial e responsabilidade compartilhada exigem que vejamos as respostas globais de saúde, incluindo a resposta à AIDS, de uma nova maneira. É necessário que o mundo se reúna para garantir que:

  • A saúde seja totalmente financiada. Os governos devem se unir e encontrar novas maneiras de garantir que os cuidados de saúde sejam totalmente financiados. Nenhum país pode fazer isso sozinho. O financiamento nacional e internacional para a saúde deve ser aumentado.
  • Os sistemas de saúde sejam fortalecidos. Os investimentos na resposta à AIDS nas últimas décadas ajudaram a fortalecer os sistemas de saúde e apoiaram a resposta à COVID-19. Porém, é preciso fazer mais para fortalecer ainda mais os sistemas de saúde e proteger profissionais de saúde.
  • O acesso à saúde seja garantido. Medicamentos, vacinas e diagnósticos que salvam vidas devem ser considerados bens públicos. Deve haver solidariedade mundial e responsabilidade compartilhada para garantir que nenhuma pessoa, comunidade ou país sejam deixados para trás no acesso a produtos de saúde que salvam vidas.
  • Os direitos humanos sejam respeitados. Uma abordagem baseada em direitos humanos aplicada a todos os lugares produzirá resultados sustentáveis para a saúde. A pandemia de COVID-19 expôs as falhas da sociedade e como as populações-chave foram deixadas para trás em muitas partes do mundo.
  • Os direitos das mulheres e meninas e a igualdade de gênero estejam no centro. A pandemia de COVID-19 afetou significativamente os meios de subsistência das mulheres, que foram desproporcionalmente afetadas por medidas de lockdown—que resultou em um aumento da violência contra as mulheres em ambientes domésticos. As mulheres devem ser incluídas nos processos de tomada de decisão que afetam suas vidas. O mundo não pode retroceder décadas de ganhos duramente conquistados em relação à igualdade de gênero.

Agora é o momento de uma liderança ousada para promover sociedades iguais, direito à saúde para todas as pessoas e uma recuperação mundial robusta e equitativa. Este Dia Mundial contra a AIDS nos une para pedir aos países que intensifiquem seus esforços para alcançar sociedades mais saudáveis. Este Dia Mundial contra a AIDS nos permite exigir solidariedade mundial e responsabilidade compartilhada.